segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Somos Livre

Talvez seja sectário, mas este artigo do Público sobre o congresso fundador do Livre faz-me rir. Vivas às boas intenções dos 250 congressistas fundadores do Livre, reunidos no Porto, e ao facto de já terem recolhido mais do que as necessárias assinaturas para se formalizarem. Mas desses 250 «apenas votaram 94 pessoas, 89 das quais a favor da lista (única) de Rui Tavares para o grupo de contacto (órgão executivo) e cinco abstiveram-se. » Entre outras coisas elegeram o órgão máximo entre congressos – a Assembleia – de 48 lugares (façam as contas).
O artigo do Público é muito simpático à iniciativa, enaltecendo a sua "coragem". E refere como «muitos [dos congressistas] sublinham que nunca tiveram intervenção política, muito menos partidária»: é suposto isso abonar a seu favor? Um dos «candidato[s à Assembleia ...] gostava de ser jornalista e nunca pertenceu a um partido, porque não é a mesma coisa que aderir a “uma claque de futebol”. » ?!
A génese deste partido está envolta em paradoxo: parido pelo Rui Tavares, eurodeputado elegido pelo BE do qual depois se afastou, prometeu ser um novo partido da esquerda & procurar a convergência da esquerda. A tentativa de «convergência, patrocinada pelo 3D e que incluiria o Livre, o BE e a Renovação Comunista» falhou. Segundo a São José Almeida, noutro artigo do Público, a culpa deste falhanço deve-se a Álvaro Cunhal! (Vejam artigo no Manifesto74).
E ainda: criticam os partidos que discutem "lugares" em vez de "ideias", mas toda a sua génese, em véspera das eleições para o Parlamento Europeu, é dificilmente desprendida da necessidade de Rui Tavares ter uma base para ser re-eleito eurodeputado.

Um comentário:

Rogério G.V. Pereira disse...

Isto não é um Livre
Isto é um penálti
Um penálti, por sinal mal aviado...
pois não chega a ser "um copo de três"