quinta-feira, março 06, 2014

Viva o PCP

Parabéns ao PCP e a todo o colectivo partidário.
A 14 de Agosto de 1975, após um ataque terrorista ao centro de trabalho do PCP em Braga, teve lugar no Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa, um comício de solidariedade com os camaradas das organizações atingidas pelo terrorismo e de exigência de medidas de salvaguarda da ordem democrática. Iam-se passar fotos do ataque em Braga, mas queriam-se palavras. A DORL telefonou ao Ary dos Santos. «Não serias capaz de fazer aí qualquer coisa, uns versos com força, isto não há legendas que resolvam isto...». «Esperem lá um bocado que eu já ligo.» Meia hora depois (!) o telefone tocava e ouvia-se o vozeirão do outro lado: «Então vejam lá se esta coisa serve.» Era "A Bandeira Comunista". Copiada ao telefone, dactilografada e ampliada, iniciou nessa noite de luta um caminho que não findou jamais. (ver)
Comemoro também os 30 anos passados da morte desse querido camarada, com alguns acrescentos ao poema original. Há quem não encare as obras de arte como produtos acabados e intocáveis. Bom, os artistas não os encaram assim. Mudam constantemente as suas obras, e recorrem frequentemente às obras de outros para as trabalharem e transformarem. É nesse espírito de respeito que me atrevo a tocar n'A Bandeira Comunista'. (Os versos acrescentados estão assinalados a vermelho). Viva o PCP


A Bandeira Comunista Redux

Foi como se não bastasse
tudo quanto nos fizeram
como se não lhes chegasse
todo o sangue que beberam
como se o ódio fartasse
apenas os que sofreram
como se a luta de classe
não fosse dos que a moveram.
Foi como se as mãos partidas
ou as unhas arrancadas
fossem outras tantas vidas
outra vez incendiadas.

À voz de anticomunista
o patrão surgiu de novo
e com a miséria à vista
tentou dividir o povo.
E falou à multidão
tal como estava previsto
usando sem ter razão
a falsa ideia de Cristo.

Pois quando o povo é cristão
também luta a nosso lado
nós repartimos o pão
não temos o pão guardado.
Por isso quando os burgueses
nos quiserem destruir
encontram os portugueses
que souberam resistir.

Que resistem à mentira 
de todo o malabarista
que pretende a limpeza
do regime salazarista

porque a cada novo ataque
cada manobra soarista
trazendo para a nação
o falcão imperialista

a cada falsa esquerda
socraticó-socialista
que entre brindes e reformas
faz obséquio ao capitalista

a cada parte ou bloco oco
querendo atrair progressistas
mas sem ligação às massas
só aplausos dos jornalistas

A cada Durão, Passos,
ou clique Satanista
aos Portas que Abril fecharam
e outros pró-monopolistas

contra todos estes cabrões
há ruptura realista
um povo e um partido
marxista leninista

um partido firme, coerente
que não permanece calado
a quem chamam O partido
pois põe os outros de lado

sempre ao lado dos que trabalham
e ao lado do povo
que com ele vai construir
um portugal soberano e novo

No vai-vem das ondas
dá à costa tanto lixo
mas entre ventos e marés
o mar mantem-se fixo.

E a cada novo assalto
cada escalada fascista
subirá sempre mais alto
a bandeira comunista.

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