tag:blogger.com,1999:blog-73873412024-03-08T03:05:25.139+00:00Jangada de PedraComentários pessoais sobre política, economia, sociedade e cultura Portuguesa e global.André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.comBlogger574125tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-88249802441878961492023-02-08T22:10:00.005+00:002023-02-08T22:10:52.724+00:00Longo parto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVNvhUN3fP8-6U6cMOyHPM6UzllyafmWp8dz75UjrQawLP5kbwTkhspz1yehSOzGNCpXqwM1gZ5lvD1XbkNBHKuO37npsRy_0v5G9fWiZlDe2LhFX-I0CVPO9BCX-9JjQgOe1rLRLibWIpgGGt4zcgJt6JgrKbuDPaiRoJy_QHQRccvuXAhQ/s1104/Capture.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="655" data-original-width="1104" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVNvhUN3fP8-6U6cMOyHPM6UzllyafmWp8dz75UjrQawLP5kbwTkhspz1yehSOzGNCpXqwM1gZ5lvD1XbkNBHKuO37npsRy_0v5G9fWiZlDe2LhFX-I0CVPO9BCX-9JjQgOe1rLRLibWIpgGGt4zcgJt6JgrKbuDPaiRoJy_QHQRccvuXAhQ/s320/Capture.JPG" width="320" /></a></div><p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Hoje terminei uma fase importante de um projecto de grande envergadura. Não está ainda terminado, mas já 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦𝘪 𝘯𝘰 𝘦𝘴𝘵𝘢́𝘥𝘪𝘰. Porque não está terminado, irei omitir vários detalhes específicos.</span></p><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas tenho de voltar atrás no tempo. Entre as muitas coisas que ganhei durante a minha estância dos EUA para realizar o doutoramento, já lá vão quase 20 anos, foi um grande apreço por audiolivros e aulas em formato áudio. Numa altura em que a internet ainda não tinha <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>explodido e diversificado os seus conteúdos, antes do lançamento do Youtube, eu ia à biblioteca pública e trazia cassetes (qual CDs, eram K7s) com a leitura de livros ou com aulas. Durante os longos e solitários períodos de trabalho rotineiro, no laboratório e estufa, ia-me distraindo e instruindo. Durante uma directa a trabalhar, ouvi a versão dramatizada do Senhor dos Anéis. Fui-me habituando a ouvir livros ao adormecer e durante viagens de carro, e a descobrir verdadeiros génios da leitura. Antes de ter visto qualquer dos filmes (e sem ainda ter lido qualquer dos livros), entrei no mundo do Harry Potter através do magistral Jim Dale (verdadeiramente inúmeros). Fui à boleia pela galáxia através das palavras e voz do Douglas Adams. Ouvi e aprendi sobre música clássica com as Great Courses de <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/RobertGreenbergMusic?__cft__[0]=AZXUvoA-Evd3lDWe6FrVVeINs3mJvYb-LmAdTQHTgGUPPbTRujoFc1TlIoPXKpeftB-wIPObszfqj3fwhsVllFNsEhtGI33cqW0fk-L5TUCO3BYz0Oax-7cw5LNy4XuBQ46y31PwzY1J0kNSrB5TgDYFGGZPDlEtGQW5bhRLtlX7vQ&__tn__=-]K-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Robert Greenberg</span></a></span>. Etc.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ao regressar a Portugal, partilhei entusiasticamente essa experiência com audiolivros e lamentava a ausência da sua oferta em Portugal. (No mundo anglo-saxónico, mas também na Alemanha por exemplo, são mercados significativos.) Foi crescendo o bichinho de procurar encorajar essa oferta. Uma escolha que me parecia óbvia era o José Saramago. Escandalosamente, existiam audiolivros do Saramago em várias línguas, mas não em português. A oralidade da sua prosa clamava por uma produção em áudio. Recordo-me vivamente como na adolescência o mundo do Levantado do Chão se ergueu na minha mente quando o comecei a ler em voz alta. A estranha pontuação, que para alguns era um empecilho, tornou-se natural e um auxílio à leitura e interpretação.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/fjsaramago/?__cft__[0]=AZXUvoA-Evd3lDWe6FrVVeINs3mJvYb-LmAdTQHTgGUPPbTRujoFc1TlIoPXKpeftB-wIPObszfqj3fwhsVllFNsEhtGI33cqW0fk-L5TUCO3BYz0Oax-7cw5LNy4XuBQ46y31PwzY1J0kNSrB5TgDYFGGZPDlEtGQW5bhRLtlX7vQ&__tn__=kK-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Fundação José Saramago</span></a></span> alimentou a ideia, mas não tinha meios próprios para essa produção. Uma tentativa de fazê-lo com uma pequena produtora acabou por não arrancar. A produção de um audiolivro – sobretudo de um livro de literatura, ainda mais com a complexidade dos livros do Saramago – é um empreendimento de monta, que exige tempo considerável. Outros projectos foram-se metendo pelo meio (incluindo leituras dramatizadas de O Ano da Morte de Ricardo Reis, com <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/mafalda.santos.777?__cft__[0]=AZXUvoA-Evd3lDWe6FrVVeINs3mJvYb-LmAdTQHTgGUPPbTRujoFc1TlIoPXKpeftB-wIPObszfqj3fwhsVllFNsEhtGI33cqW0fk-L5TUCO3BYz0Oax-7cw5LNy4XuBQ46y31PwzY1J0kNSrB5TgDYFGGZPDlEtGQW5bhRLtlX7vQ&__tn__=-]K-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Mafalda Santos</span></a></span> para a <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/fjsaramago/?__cft__[0]=AZXUvoA-Evd3lDWe6FrVVeINs3mJvYb-LmAdTQHTgGUPPbTRujoFc1TlIoPXKpeftB-wIPObszfqj3fwhsVllFNsEhtGI33cqW0fk-L5TUCO3BYz0Oax-7cw5LNy4XuBQ46y31PwzY1J0kNSrB5TgDYFGGZPDlEtGQW5bhRLtlX7vQ&__tn__=kK-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Fundação José Saramago</span></a></span>), mas o bichinho do audiolivro nunca me abandonou. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Fui procurando ganhar experiência, fazendo algumas oficinas de locução e contar histórias, procurando produzir vídeos lendo contos da literatura portuguesa. Fui também ganhando treino lendo em voz alta para a minha mais fiel ouvinte (obrigado <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/margarida.ferreira.56232?__cft__[0]=AZXUvoA-Evd3lDWe6FrVVeINs3mJvYb-LmAdTQHTgGUPPbTRujoFc1TlIoPXKpeftB-wIPObszfqj3fwhsVllFNsEhtGI33cqW0fk-L5TUCO3BYz0Oax-7cw5LNy4XuBQ46y31PwzY1J0kNSrB5TgDYFGGZPDlEtGQW5bhRLtlX7vQ&__tn__=-]K-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Mia Ferreira</span></a></span>). Alguns desafios tornavam-se evidentes. Por exemplo, como criar várias vozes para os vários personagens e mantê-las consistentemente ao longo de uma leitura que se prolonga por várias semanas. Mas também outros desafios técnicos: como conseguir gravar em condições acústicas, sem ter acesso a uma cabine. Só quando se tem a preocupação com a qualidade de gravação é que nos damos conta da quantidade de barulhos no nosso estúdio doméstico: a canalização, o elevador, o cão do vizinho do prédio em frente, a ambulância, a avioneta (!), a nossa barriga a clamar almoço.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A aprendizagem era lenta e estava ainda incompleta quando uma editora mostrou interesse em avançar com um audiolivro do Saramago, a considerando o centenário do seu nascimento. A Fundação José Saramago confiou em mim (obrigado <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/sergio.letria?__cft__[0]=AZXUvoA-Evd3lDWe6FrVVeINs3mJvYb-LmAdTQHTgGUPPbTRujoFc1TlIoPXKpeftB-wIPObszfqj3fwhsVllFNsEhtGI33cqW0fk-L5TUCO3BYz0Oax-7cw5LNy4XuBQ46y31PwzY1J0kNSrB5TgDYFGGZPDlEtGQW5bhRLtlX7vQ&__tn__=-]K-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Sérgio Machado Letria</span></a></span> e <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/idalia.tiago?__cft__[0]=AZXUvoA-Evd3lDWe6FrVVeINs3mJvYb-LmAdTQHTgGUPPbTRujoFc1TlIoPXKpeftB-wIPObszfqj3fwhsVllFNsEhtGI33cqW0fk-L5TUCO3BYz0Oax-7cw5LNy4XuBQ46y31PwzY1J0kNSrB5TgDYFGGZPDlEtGQW5bhRLtlX7vQ&__tn__=-]K-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Idália Tiago</span></a></span>) e pôs-me em contacto com a editora. As condições eram limitadas. O que me propunham pagar pelas gravações tornava impeditivo alugar um estúdio, ter um assistente durante as gravações, ou ter um engenheiro de som para fazer a edição e tratamento das gravações. Durante o verão passado, gravei os capítulos ao longo de várias semanas, em casa. Produzi as vozes de múltiplos personagem, mas a <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/mafalda.santos.777?__cft__[0]=AZXUvoA-Evd3lDWe6FrVVeINs3mJvYb-LmAdTQHTgGUPPbTRujoFc1TlIoPXKpeftB-wIPObszfqj3fwhsVllFNsEhtGI33cqW0fk-L5TUCO3BYz0Oax-7cw5LNy4XuBQ46y31PwzY1J0kNSrB5TgDYFGGZPDlEtGQW5bhRLtlX7vQ&__tn__=-]K-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Mafalda Santos</span></a></span> veio dar uma cor feminina. Gravei múltiplas versões do texto, onde o acto de leitura obrigava a incontáveis decisões de interpretação. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Depois houve que editar. Para cada minuto de gravação final, gastei 5-12 minutos a editar, consoante a continuidade da minha leitura (é frequente enganarmo-nos, ou haver um som de boca ou vizinhança que estraga a gravação), se havia diálogo, se o programa de edição começava a empatar. Durante o final de 2022 só consegui avançar cinco capítulos. Já não deu para aproveitar o centenário do Saramago. No começo de 2023, a editora pressionou-me (e bem) para tentar ainda aproveitar este ano lectivo. Os estudantes do secundário sempre foram um público-alvo na minha cabeça: poder com o audiolivro dar um corpo acústico e interpretativo que aliciassem um maior reconhecimento do valor do Saramago. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nas últimas semanas, trabalhando afincadamente, consegui hoje terminar de montar a gravação da leitura do livro. Enviei para a editora, que agora irá rever as gravações e dar-me nota de correcções que sejam necessárias. Falta depois ainda fazer o tratamento do som, e parir esta criança e haveria muito mais para contar desta gestação. Mais perto do parto, darei mais detalhes.</div></div>André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-76032724003566900542023-01-27T09:44:00.001+00:002023-01-27T09:46:06.262+00:00Actor, interprete, representante<p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Não venho provavelmente acrescentar nada que não tenha já sido dito sobre a recente controvérsia em torno da adaptação de «Tudo sobre a minha mãe», no Teatro São Luiz. Mas queria organizar umas ideias e partilhá-las. Fui levado a tal, após ler uma entrevista a Eddie Remanyne (ver abaixo)</span></p><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Um actor é um intérprete (de um texto, um personagem, do conceito do encenador ou realizador, etc.). Ele representa, mas não no sentido parlamentar do termo. (Ele-actor ou ela-actriz, como é <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>óbvio.) No seu papel de actor, não está no palco ou tela como representante da mesma forma que um deputado está no lugar o seu partido ou representa o seu distrito.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A personagem que o actor interpreta, esse sim, é representante, retrata, sendo mais ou menos representativa em função da qualidade do texto, encenação e actor. É desejável por isso que para um dado papel se tenha o actor mais indicado possível para uma dada representação de uma obra. O que isso significa depende das opções do encenador. Tal pode implicar a qualidade geral do actor enquanto tal, as suas características físicas enquanto corpo humano, o timbre de voz, etc. Estas últimas características poderão até nem corresponder a uma visão estreita e ultra-realista do texto e personagem. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Pode ser interessante ter um idoso a interpretar uma personagem jovem ou vice-versa. Para um actor, esse baralhar é um desafio cativante enquanto intérprete. Mas para o público, é também um desafio positivo. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Assim, idealmente, um actor deve ser escolhido em função das suas características individuais e do rumo que o encenador quer imprimir à obra. Podendo ou não gostar-se da escolha ou seu resultado final, nada houve de errado na opção de ter apenas homens no elenco de "A Casa de Bernarda Alba", na Comuna. Penso que nenhuma mulher se terá sido discriminada por isso. Foi uma escolha fundamentalmente artística. Não foi por falta de mulheres disponíveis, como por exemplo uma encenação numa prisão masculina. Nem se pode confundir com elencos há 400 anos, quando as mulheres não podiam pisar os palcos de teatro. Nesse contexto, uma mulher que desejasse ser atriz poderia sentir-se legitimamente alvo de discriminação, e reclamar contra os tabus e normas sociais vigentes. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">O contexto é relevante. Ter um actor branco de cara pintada a representar uma personagem negra pode ser ofensivo, considerando a história racista do 𝘮𝘪𝘯𝘴𝘵𝘳𝘦𝘭𝘴𝘺, a descriminação histórica contra actores negros, etc. Hoje, no contexto português, seria uma escolha desnecessária (temos excelentes actores de pele negra) e a ser tomada merceria escrutínio. Poderia até ter legitimidade se feita por opção artística: por exemplo, a personagem de Robert Downey Jr em Tropical Thunder. Mas seria sempre inapropriada se fruto de discriminação da produção ou discriminação estrutural. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">É pois legítimo que um actor possa interpretar qualquer papel. Mas um espectáculo é não só um evento artístico. Em maior ou menor grau, é um evento político. A escolha do tema, da encenação, dos actores, sua interpretação, tudo isso tem um cariz político. Escolhas muitas vezes a montante da apresentação do espectáculo. Como dito acima, temos excelentes actores negros em Portugal. Mas poderão ser considerados apenas para representar "personagens negras" ou quando se pretende retratar "questões negras". A revolta seria legítima se, quando finalmente surge um papel de um "personagem negro", fosse escolhido um actor branco para o interpretar.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Um actor – ou qualquer um envolvido numa obra colectiva como uma peça de teatro ou filme – não deve demitir-se inteiramente da responsabilidade política pela obra. Não significa que seja inteiramente livre. O actor profissional tem de trabalhar para viver. Mas um operário de uma fábrica de armamento pode sabotar as bombas que ajuda a produzir. Sendo escolhido para uma peça, o actor deve dar o seu melhor. Mas tão pouco deve perder de vista o contexto político mais amplo da obra em que estará envolvido. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não tenho receitas. Falei até agora em generalidades e na importância do contexto: um actor deve poder fazer qualquer papel, mas não se pode descartar o contexto e cariz político de um espectáculo artístico. Para ser claro, não estou a apontar dedos a André Patrício, que merece a minha solidariedade, enquanto actor vítima de agressão em palco, que viu o seu trabalho limitado por uma direcção teatral frouxa. Se alguém merece nota negativa neste processo, diria ser esta direcção.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Um personagem transexual deve poder ser interpretado por qualquer actor, mas não podemos ignorar as queixas de discriminação por parte de transexuais, se sentem que nem para interpretar um transexual são escolhidos transexuais. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não descarto inteiramente a invasão de palco como forma de protesto, mas não creio que tenha sido neste caso a escolha indicada. O protesto foi falado, mas não creio que resultados tenham sido positivos para a causa mais geral de integração dos transexuais nas artes e na sociedade como um todo. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Deixo agora então parte da entrevista do Redmayne (Guardian, 27 Janeiro 2023), a propósito do seu papel no filme «The Danish Girl», como Lili Elbe, umas das primeiras pessoas que fez cirurgia genital afirmativa de gênero: </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">"𝘈𝘭𝘨𝘶𝘯𝘴 𝘢𝘯𝘰𝘴 𝘢𝘵𝘳𝘢́𝘴, 𝘧𝘪𝘻 𝘶𝘮 𝘸𝘰𝘳𝘬𝘴𝘩𝘰𝘱 𝘤𝘰𝘮 𝘢𝘤𝘵𝘰𝘳𝘦𝘴 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴 𝘯𝘢 𝘊𝘦𝘯𝘵𝘳𝘢𝘭 𝘚𝘤𝘩𝘰𝘰𝘭 𝘰𝘧 𝘚𝘱𝘦𝘦𝘤𝘩 𝘢𝘯𝘥 𝘋𝘳𝘢𝘮𝘢. 𝘔𝘶𝘪𝘵𝘰𝘴 𝘮𝘦 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘳𝘳𝘰𝘨𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘴𝘰𝘣𝘳𝘦 𝘢 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘦𝘴𝘤𝘰𝘭𝘩𝘢 𝘥𝘦 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳 𝘛𝘩𝘦 𝘋𝘢𝘯𝘪𝘴𝘩 𝘎𝘪𝘳𝘭, 𝘦 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘶𝘪𝘵𝘰𝘴 𝘢𝘵𝘰𝘳𝘦𝘴 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴 𝘯𝘢̃𝘰 𝘧𝘳𝘦𝘲𝘶𝘦𝘯𝘵𝘢𝘮 𝘢 𝘦𝘴𝘤𝘰𝘭𝘢 𝘥𝘦 𝘵𝘦𝘢𝘵𝘳𝘰 𝘱𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘯𝘢̃𝘰 𝘷𝘦̂𝘦𝘮 𝘯𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘶𝘮𝘢 𝘰𝘱𝘰𝘳𝘵𝘶𝘯𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦. 𝘈 𝘮𝘦𝘯𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘩𝘢𝘫𝘢𝘮 𝘱𝘢𝘱𝘦́𝘪𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘱𝘦𝘯𝘴𝘢𝘴 𝘴𝘦𝘳 𝘱𝘰𝘴𝘴𝘪́𝘷𝘦𝘭 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘳𝘱𝘳𝘦𝘵𝘢𝘳, 𝘱𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘧𝘢𝘳𝘪𝘢𝘴 𝘵𝘶? (...)</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">𝘊𝘳𝘦𝘪𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 [𝘢𝘤𝘵𝘰𝘳𝘦𝘴] 𝘲𝘶𝘦𝘳𝘦𝘮 𝘴𝘦𝘳 𝘤𝘢𝘱𝘢𝘻𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘳𝘱𝘳𝘦𝘵𝘢𝘳 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘰𝘴 𝘱𝘢𝘱𝘦́𝘪𝘴. 𝘌́ 𝘤𝘰𝘮 𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘰𝘯𝘩𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘢𝘵𝘰𝘳𝘦𝘴, 𝘦 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘳𝘪𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳. 𝘕𝘪𝘯𝘨𝘶𝘦́𝘮 𝘲𝘶𝘦𝘳 𝘴𝘦𝘳 𝘭𝘪𝘮𝘪𝘵𝘢𝘥𝘰 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘨𝘦̂𝘯𝘦𝘳𝘰 𝘰𝘶 𝘴𝘦𝘹𝘶𝘢𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦, 𝘮𝘢𝘴, 𝘩𝘪𝘴𝘵𝘰𝘳𝘪𝘤𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦, 𝘦𝘴𝘴𝘢𝘴 𝘤𝘰𝘮𝘶𝘯𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦𝘴 𝘯𝘢̃𝘰 𝘴𝘦 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘢̀ 𝘮𝘦𝘴𝘢. 𝘈𝘵𝘦́ 𝘲𝘶𝘦 𝘩𝘢𝘫𝘢 𝘶𝘮 𝘯𝘪𝘷𝘦𝘭𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰, 𝘩𝘢́ 𝘤𝘦𝘳𝘵𝘰𝘴 𝘱𝘢𝘱𝘦́𝘪𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘶 𝘯𝘢̃𝘰 𝘵𝘰𝘤𝘢𝘳𝘪𝘢." </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Em 2021, Redmayne disse "𝘧𝘪𝘻 𝘰 𝘧𝘪𝘭𝘮𝘦 𝘤𝘰𝘮 𝘢𝘴 𝘮𝘦𝘭𝘩𝘰𝘳𝘦𝘴 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘯𝘤̧𝘰̃𝘦𝘴, 𝘮𝘢𝘴 𝘱𝘦𝘯𝘴𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘶𝘮 𝘦𝘳𝘳𝘰". Hoje, diz que não aceitará papéis que deveriam ir para actores trans.</div></div>André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-17859712380149883682015-09-30T20:59:00.003+01:002015-09-30T21:21:00.262+01:00Leva a Luta até ao Voto: Rescaldo de 2015<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Aproximam-se as eleições legislativas para eleger os 230 deputados da Assembleia da República. Pareceu-me um momento oportuno para recordar as lutas de trabalhadores realizadas em 2015 até à data, às quais haveria que juntar outras tantas lutas, como as dos utentes, das populações locais, os estudantes, lesados do BES, em defesa dos serviços públicos e contra as privatizações, pela Água Pública, em Defesa da Cultura, etc., todas reflectindo um protesto generalizado contra as políticas de direita, contra a vaga de austeridade ordenada pela Troika e praticada pelo Governo, e exigindo e propondo alternativas. Várias destas lutas tiveram sucessos em matéria salarial, readmissão de trabalhadores, atrasando processos de privatização (alguns casos são referidos abaixo, mas uma longa lista elaborada pela União dos Sindicatos de Setúbal, e que concluiu que este ano os trabalhadores receberam mais de um milhão de euros fruto da sua luta, está disponível <a href="http://avante.pt/pt/2169/trabalhadores/136161/" target="_blank">aqui</a>). São vastos e variados os motivos para ter lutado, assim como os motivos para agora traduzir essa luta num voto por uma ruptura com essa mesma política de direita, votando em quem sempre esteve ao lado dos trabalhadores e populações nas suas lutas, tanto à porta do local de trabalho e descendo avenidas, como na Assembleia da República confrontando os responsáveis pelas suas políticas e apresentando propostas que defendam os seus interesses e direitos. Porque é uma coligação de pessoas que estão na política para servir os trabalhadores; porque os seus deputados são dos que mais trabalham dentro e fora do hemiciclo, produzindo propostas e contactando os portugueses; porque têm propostas concretas de governação segundo uma política patriótica e de esquerda, de defesa da soberania e desenvolvimento nacional, com uma concepção de Estado que verdadeiramente traduz os princípios da Constituição e os valores de Abril, o meu voto é claro, inequívoco e recomenda-se: Voto CDU.<br />
<br />
<b>JANEIRO</b><br />
<ul>
<li>Luta dos trabalhadores da <b>Hotelaria</b> no Porto e na Madeira, com greve ao período em torno da passagem de ano.</li>
<li>Trabalhadores da <b>Administração Local</b> manifestaram-se em Lisboa (6/Jan) e no Porto (5/Jan). Na última semana de Janeiro, realizaram sucessivos protestos à porta do Ministério das Finanças, exigindo a publicação dos acordos colectivos que consagram a semana de trabalho de 35 horas e condenando a política do Governo e as medidas inscritas no Orçamento do Estado.</li>
<li>Tribunal de Relação do Porto considera (10/Jan) que foi ilegal o despedimento de um sindicalista e trabalhador da ACP que fez greve ao trabalho suplementar (neste caso concreto, o apelo a <i>justa causa</i> envolveu a trabalhadora ter faltado 13 minutos).</li>
<li>Concentração junto à Presidência do Conselho de Ministros, dos trabalhadores das <b>cantinas</b> do ISEG, do Instituto Superior Técnico e da Faculdade de Ciências, que trabalhavam contratados pela Solnave até 31 de Dezembro, exigindo intervenção do Governo de modo a impedir o desemprego de 40 pessoas.</li>
<li>As cinco trabalhadoras da <b>cantina</b> do Hospital de Fafe processaram a Santa Casa da Misericórdia de Fafe (19/Jan), por esta se recusar a assumir os seus contratos de trabalho, bem como de outras sete trabalhadoras da limpeza, todas contratadas através de empresas de prestação de serviços e, desde 2 de Janeiro, impedidas de exercer as suas funções.</li>
<li>Manifestação dos trabalhadores da <b>Santa Casa da Misericórdia de Lisboa</b> (20/Jan) para exigir um aumento salarial imediato de 3,7 por cento, com um mínimo de 50 euros (salários estão congelados desde 2009). </li>
<li>Continuação da luta dos trabalhadores da TAP, CP Carga, EMEF, Metro de Lisboa contra a privatização destas empresas.</li>
<li>Greve (13-15/Jan) dos sete auxiliares de terra da<b> Soflusa</b>, pelo fim do trabalho precário neste sector e pela contratação de trabalhadores cuja falta tem sido colmatada com recurso a empresas de trabalho temporário.</li>
<li>Protesto dos trabalhadores da <b>Prégaia </b>(21-/Jan), bloqueando saída de camiões carregados, exigindo garantias de que o produto de qualquer venda será destinado ao pagamento de salários em atraso, desde Novembro ou Outubro, e dos subsídios de férias e de Natal. </li>
<li>A <b>Soturim</b>, proprietária do Hotel da Horta, foi condenada a indemnizar 15 trabalhadores em mais de 120 mil euros, porque o tribunal considerou ilícito o despedimento colectivo efectuado após o encerramento da unidade hoteleira</li>
<li>Greve às horas extraordinárias na <b>Carris</b> (27/Jan-1/Mar), pela reposição do pagamento do trabalho extraordinário e pelo cumprimento do Acordo de Empresa, contra as medidas do Código do Trabalho e do Orçamento do Estado que visam o rendimento dos trabalhadores e pelo aumento real dos salários.</li>
<li>Concentração de reformados do <b>Metropolitano de Lisboa</b> (27/Jan) na Estação do Marquês de Pombal, para exigir a reposição dos complementos de reforma que não recebem há um ano, e que representavam entre 40 e 60 por cento dos seus rendimentos. </li>
<li>Manifestação nacional dos trabalhadores da <b>Administração Pública</b> (30/Jan), pela reposição imediata das 35 horas como duração máxima da semana de trabalho na AP. Recorde-se que o Tribunal Constitucional não reprovou a aplicação das 40 horas que o Governo quis impor, uma vez que por contratação colectiva ou lei especial, o horário poderia ser reduzido. O Governo porém tem impedido a publicação dos acordos (ACEP) já celebrados que repõem as 35 horas.</li>
</ul>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguiWvwGGYpQNrko7Bl914cxy-n7zMxOeSTFa1IWpa_z4NnRCNji1Q7WO3HEkHNX9gQjMT0L7n7atgFRAnfW5ZqpIypM3Z9tDngtH6KPwJULuQwuYnfRc7xyi_-bpSlfxK_KVg0/s1600/30.jan.2015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguiWvwGGYpQNrko7Bl914cxy-n7zMxOeSTFa1IWpa_z4NnRCNji1Q7WO3HEkHNX9gQjMT0L7n7atgFRAnfW5ZqpIypM3Z9tDngtH6KPwJULuQwuYnfRc7xyi_-bpSlfxK_KVg0/s320/30.jan.2015.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<b>FEVEREIRO</b><br />
<ul>
<li>Greve de uma hora (4/Fev) dos trabalhadores dos centros de contacto da <b>PT</b>, contra os despedimentos e a precariedade.</li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Granitos de Maceira – Alpalhão</b> (4/Fev)para exigir o pagamento de três meses de salário e de quinze de subsídios de férias e de Natal que há oito anos não lhes são pagos. </li>
<li>Protesto (9/Fev) de professores e alunos exigindo que o Ministério da Educação e Ciência pague os montantes devidos às escolas de <b>ensino artístico</b>, algumas em risco de fechar portas</li>
<li>Greve (9-13/Fev) dos trabalhadores da Escola Profissional Beira Aguieira, pelo pagamento de salários em atraso. Docentes, formadores e pessoal não docente nada recebiam desde o início do ano lectivo, representando cinco salários.</li>
<li>Greve (6/Fev) dos trabalhadores do <b>Hotel Estação</b>, em Braga, após o patronato ter proibido uma reunião convocada pelo Sindicato da Hotelaria do Norte, para discutir o que fazer, onde há salários em atraso, que se arrastam há cerca de três anos e meio totalizando seis meses, embora o hotel esteja a laborar com uma boa taxa de ocupação. Os trabalhadores também estão a ser obrigados a realizar tarefas que não são as suas, como fora de forçá-los a se despedirem.</li>
<li>Tribunal de Trabalho de Coimbra determinou (6/Fev) que trabalhadora indevidamente despedida pela <b>SUCH</b> vai voltar ao seu posto de trabalho, dando razão à queixa apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Hoteleira, Turismo Restaurantes e Similares do Centro. A empresa que presta os serviço nos Hospitais Universitários de Coimbra vinha «abusando do recurso a contratos sucessivos» quando o que estava em causa era a «ocupação de um posto de trabalho efectivo». </li>
<li>Protesto de docentes do <b>ensino superior</b> (10/Fev), em Coimbra, para exigir que o Governo cumpra a directiva comunitária que estabelece limites ao recurso à contratação a termo e alargue o período de transição do regime precário para o vínculo sem termo.</li>
<li>Dois dias de greve no início de Fevereiro, dos trabalhadores da <b>Lourilimpeza</b> pelo pagamento dos salários de Dezembro e Janeiro, bem como do subsídio de Natal. </li>
<li>Concentração dos trabalhadores da <b>Efacec</b> (11/Fev) para reivindicarem um aumento salarial mínimo de 50 euros, face à injustiça da empresa comprar carros novos para os quadros superiores, distribuir quantias elevadas em prémios para alguns, ao mesmo tempo que nega o aumento dos salários aos trabalhadores que produzem, criam a riqueza e desenvolvem a empresa. </li>
<li>Dois dias de greve e uma manifestação frente ao Ministério da Saúde (12-13/Fev) dos <b>Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica </b>para reivindicarem a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e direitos laborais. </li>
<li>Concentração dos cerca de 20 trabalhadores da <b>Amorin Cork</b> (12/Fev) para exigir a readmissão na unidade de Corroios. A empresa encerrou a unidade no passado mês de Outubro, propondo aos trabalhadores a transferência para Santa Maria da Feira ou a rescisão dos contratos, mas passados cinco meses mantinha a unidade em Corroios a funcionar recorrendo à contratação de novos trabalhadores e a trabalho extraordinário para satisfazer necessidades de produção.</li>
<li>Greve dos trabalhadores da Companhia Nacional de<b> Refractários</b>, situada na Abrigada, Alenquer (18/Fev) para forçar a administração a discutir o caderno reivindicativo.</li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Transportes Sul do Tejo</b> (TST) (12/Fev) contra os salários de miséria, as irregularidades na aplicação dos «tempos de disponibilidade», as deficientes condições de trabalho, incluindo o estado degradado dos veículos prejudicando trabalhadores e utentes, e o incumprimento do Acordo de Empresa no que respeita ao pagamento do trabalho extraordinário.</li>
<li>Concentração dos cerca de cem trabalhadores da <b>Beiralã</b> (19/Fev) à porta da fábrica têxtil, em Seia, pelo pagamento de cerca de três milhões de euros, resultante do incumprimento do acordo, firmado no processo de viabilização da Beiralã, em 2009, para liquidação dos salários em atraso na altura, só tendo sido paga metade da primeira prestação. Em vez de reunir com os trabalhadores, o administrador chamou a GNR, que se prestou a defender o incumpridor, carregando sobre os lesados para libertar o acesso à empresa.</li>
<li>Greve (20/Fev) dos trabalhadores<b> não docentes</b> dos estabelecimentos de educação e ensino da rede pública contra a degradação da qualidade da Escola Pública, contra o processo de municipalização que o Governo quer implementar, e pela resolução da falta de pessoal e a proliferação da precariedade e da sazonalidade laboral.</li>
<li>Manifestação nacional dos trabalhadores da <b>CP, da Refer, da EMEF e da CP Carga </b>(26/Fev) contra a liquidação/privatização da EMEF e da CP Carga, a destruição da Refer na fusão com a Estradas de Portugal, contra a entrega a privados dos serviços lucrativos da CP, contra o roubo das concessões de transportes, pela ferrovia, pelos ferroviários, por Portugal.</li>
<li>Greve dos trabalhadores do <b>Metropolitano de Lisboa</b> (24, 27/Fev) em defesa do Metro como empresa pública, ao serviço dos utentes, e pelos postos de trabalho.</li>
<li>Greve dos trabalhadores da fábrica da <b>BA Vidro</b> na Amadora (24/Fev), maior empresa do sector do vidro de embalagem em Portugal e teve lucros de 70 milhões de euros no ano passado. Os trabalhadores reclamam a restituição dos dias de compensação (e a correspondente reposição do subsídio de refeição), pelo pagamento do trabalho suplementar e em dias feriados segundo a contratação colectiva (como aconteceu até Agosto de 2012) e a negociação do Acordo de Empresa, consagrando os direitos conquistados. </li>
</ul>
<div>
<b>MARÇO</b><br />
<ul>
<li>Protestos durante a 1ª quinzena de Março dos trabalhadores da<b> Hotelaria</b> em Lisboa, frente a hotéis do distrito (incluindo hotéis Ritz, Marriott, Roma, Palácio, Vila Galé Estoril, Corinthia, Éden, Sheraton e Praia Mar), para exigir aumentos salariais e o pagamento dos feriados pelo valor previstos no contrato colectivo.</li>
<li>Trabalhador da <b>Bosch Car Multimedia</b>, que não aceitou a injustiça de ser intermitentemente despedido e contratado com vínculo precário, reocupou o seu posto de trabalho, com vínculo efectivo (9/Mar) após do Tribunal de Trabalho de Braga e do Tribunal da Relação do Porto. A multinacional foi condenada a pagar as prestações, salários e subsídios relativos aos cerca de dois anos passados desde a contestação do despedimento.</li>
<li>Greve de dois períodos de duas horas por dia (12-17/Mar) dos trabalhadores da <b>Abrigada – Companhia Nacional de Refractários</b>, em defesa do seu caderno reivindicativo. </li>
<li><b>Jornada Nacional de Luta</b> (7/Mar) da CGTP, para «derrotar a política de direita e o Governo PSD/CDS-PP», com concentrações por todo o país (<a href="http://www.cgtp.pt/images/images/2015/02/LOCAIS_7MARCO.pdf" target="_blank">ver</a>).</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTjUJVJjB7jNEjo3ahbozYmO0uNmRM6xwHH26c2-HB6CpWMCsbsxOg89BLiGMYrXJ4kHv1Z0biDbGBwif4NjWvg8F1O9xqBF8QH2yWpaVQm8bceQxU9hM2NshEHXvG1oJy68tB/s1600/7.mar%25C3%25A7o.2015.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTjUJVJjB7jNEjo3ahbozYmO0uNmRM6xwHH26c2-HB6CpWMCsbsxOg89BLiGMYrXJ4kHv1Z0biDbGBwif4NjWvg8F1O9xqBF8QH2yWpaVQm8bceQxU9hM2NshEHXvG1oJy68tB/s200/7.mar%25C3%25A7o.2015.jpeg" width="137" /></a></div>
<ul>
<li>Greve nacional dos trabalhadores da <b>Administração Pública</b> (13/Mar), em defesa das funções sociais do Estado.</li>
<li>Greves parciais dos trabalhadores do <b>Metropolitano de Lisboa</b> (16, 18/Mar). </li>
<li>Concentração dos trabalhadores da <b>Transportes Sul do Tejo </b>(16/Mar). Foi conseguida a reposição do pagamento do trabalho extraordinário, mas não houve resposta ao aumento salarial e ao fim do «tempo de disponibilidade» para reduzir a remuneração.</li>
<li>Na sequência das greves realizadas em 2010 e 2012 foi alcançada com o pagamento de muitos milhares de euros aos trabalhadores da <b>Petrogal</b>.</li>
<li>Duas greves de uma hora na fábrica da <b>Visteon</b>, em Palmela, resultaram nos compromissos de um aumento salarial de 1,2 por cento, de dez dias por ano para assistência à família, sem perda de remuneração, e pagamento de trabalho nocturno e diuturnidades.</li>
<li><b>«Caravana pelos serviços públicos de resíduos»</b> percorre o país na 2ª quinzena de Março, contra a privatização da Empresa Geral do Fomento.</li>
<li>Greve na <b>BA Vidro</b> (21-23/Mar) de modo a que todos os trabalhadores dos centros de Avintes, Marinha Grande e Venda Nova sejam abrangidos nos diferentes regimes horários.</li>
<li>A convocação de greves dos trabalhadores da <b>LBC Tanquipor</b> (27,30,31/Mar, 1-2/Abr) devido à falta de resposta patronal ao caderno reivindicativo, foi suspensa porque a administração aceitou retomar as negociações salariais.</li>
<li>Concentração nacional dos trabalhadores das empresas de <b>vigilância privada</b> (20/Mar) pela revisão do contrato colectivo e a sua defesa da ameaça patronal de caducidade, bem como aumentos salariais e o pagamento do trabalho suplementar sem cortes.</li>
<li>Dois dias de greve dos <b>guardas prisionais </b>(24-25/Mar), que desde dia 2 faziam greve aos turnos da noite e aos fins-de-semana, com uma adesão de cerca de 80 por cento. Os protestos devem-se à não aplicação do estatuto profissional que entrou em vigor há mais de um ano, nomeadamente quanto a regulamentação do horário de trabalho, progressões nas carreiras e novos níveis remuneratórios.</li>
<li>Greve, por duas horas diárias, dos trabalhadores da <b>Dyrup</b>, em Sacavém, (27, 30 e 31/Mar) por aumentos salariais dignos e contra a proposta patronal de apenas 0,5 por cento nos salários, com um «prémio» de 200 euros. </li>
<li>Manifestação de trabalhadores do <b>sector têxtil</b> (27/Mar) em Famalicão, na altura da visita do Presidente da República à empresa, contra o continuado ataque aos direitos e aos salários, e ao contrato colectivo de trabalho.</li>
<li>Concentração popular (27/Mar) em solidariedade para com os 44 trabalhadores da <b>Empresa Litográfica do Sul</b>, em Vila Real de Santo António, apoiando a exigência de pagamento dos salários e garantia dos postos de trabalho.</li>
<li><b>Manifestação Nacional dos Jovens Trabalhadores</b> (28/Mar) sob o lema «Juventude em Marcha – Trabalho com Direitos! Contra a precariedade e exploração».</li>
<li>Início de uma série de greves de uma hora, a 30/Mar, na <b>Jado Ibéria</b>, em Nogueira (Braga), por aumentos salariais dignos e um subsídio de refeição de valor igual ao que a empresa paga aos designados «trabalhadores indirectos».</li>
<li>Luta pelo pagamento de salários devidos a cerca de 30 trabalhadores do <b>Clube Praia da Rocha </b>(Portimão), com realização de um «buzinão» na cidade (31(Mar). Após duas semanas de vigília e várias acções de solidariedade, chegou-se a um acordo para pagamento da dívida aos ex-trabalhadores do Clube Praia da Rocha.</li>
</ul>
<div>
<b>ABRIL</b><br />
<ul>
<li>Greve dos trabalhadores do <b>Bingo do Ginásio Clube do Sul</b> (1/Abr) pelo pagamento de salários em atraso. </li>
<li>Greve na <b>Renault Cacia</b> (1/Abr) em apoio à reivindicação de aumentos salariais, que não ocorreram em 2014, apesar dos bons resultados da empresa, e de fim do abuso de trabalho precário. </li>
<li>Nova greve de 24 horas (2/Abr) no <b>refeitório da TAP</b>, pelo justo pagamento do trabalho suplementar e em dias feriados, bem como o cumprimento da contratação colectiva.</li>
<li>Greves em empresas de transporte rodoviário de mercadorias, <b>Patinter</b> com sede em Mangualde, <b>ZAS Transportes e Logística</b>, em Modivas, e no <b>Grupo Transportes Nogueira</b>, em Vila Nova de Famalicão, exigido o cumprimento de diversas matérias do contrato colectivo, para além da reivindicação de aumentos salariais – os quais há mais de dez anos não ocorrem na Patinter e na ZAS.</li>
<li>Nova greve na <b>BA Vidro</b> (4/Abr).</li>
<li>Jornada Nacional de Luta e Protesto dos <b>reformados, pensionistas e idosos</b> (11/Abr)</li>
<li><b>Dia de luta nacional do sector ferroviário</b> (16/Abr), por ocasião do 40º aniversário da nacionalização da CP. </li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Santa Casa da Misericórdia de Lisboa</b> (17/Abr) pela exigência de aumento dos salários, o descongelamento das progressões, a implementação das 35 horas de trabalho semanal e investimentos nos equipamentos da acção social da SCML.</li>
<li>Nova vaga de greves dos guardas prisionais (16-19, 23-25/Abr e 27/Abr a 1/Maio)</li>
<li>Greve dos trabalhadores de <b>Hotelaria da RA da Madeira</b> (18-19/Abr), durante a Festa da Flor, pelo cumprimento do contracto colectivo. </li>
<li><b>Marcha contra as privatizações dos transportes </b>(22/Abr) em particular da Carris e do Metropolitano de Lisboa, em curso, e da Transtejo e Soflusa, em preparação.</li>
<li><b>Manifestação nacional de trabalhadores da Administração Local</b> (22/Abr) em Lisboapara exigir a redução dos impostos (particularmente, a sobretaxa extraordinária no IRS), o aumento geral dos salários (colocando o salário mínimo em 540 euros), a generalização da semana de 35 horas de trabalho e a publicação dos acordos ACEP que a consagram.</li>
<li>Manifestação dos trabalhadores da <b>Manutenção Militar</b> (24/Abr) contra a extinção da instituição e sua substituição por uma MM-EPE, ameaçando 120 postos de trabalho e pondo em causa o serviço prestado ao Exército pela Manutenção Militar há mais de um século.</li>
<li>Celebração do 25 de Abril e defesa dos valores da Revolução.</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWFctwdNR1sIcMTlk-HZiZChIKmDwZ37py0LNV1OxKilB2F5Ky1Hfp1k8Ym85S7qid9NdleekJnDjXSCxlZKhVkXN4ogZM0Q5BYpG5w-2rnOmyPeqhlEar76Li2KLx2sgMeoCx/s1600/25.abr.2015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWFctwdNR1sIcMTlk-HZiZChIKmDwZ37py0LNV1OxKilB2F5Ky1Hfp1k8Ym85S7qid9NdleekJnDjXSCxlZKhVkXN4ogZM0Q5BYpG5w-2rnOmyPeqhlEar76Li2KLx2sgMeoCx/s200/25.abr.2015.jpg" width="165" /></a></div>
<div>
</div>
<ul>
<li>Greve parcial os trabalhadores do <b>Metropolitano de Lisboa</b> (28/Abr)</li>
<li>Depois de os trabalhadores da <b>Confeitaria Real</b>, em Vila Real de Santo António, realizarem uma concentração (28/Abr) «o patrão assumiu que irá tomar as medidas necessárias para corrigir os erros, respeitando os direitos consagrados no contrato colectivo de trabalho»,</li>
<li>Greves dos trabalhadores de <b>cantinas hospitalares</b> nos hospitais da Figueira da Foz e da Covilhã e no refeitório da Soporcel (27); Maternidade Bissaya Barreto, no Hospital Pediátrico de Coimbra e nos Covões (29). </li>
<li>Greve duas horas por turno (27-30/Abr) dos trabalhadores da <b>Flexipol</b>, na Devesa Velha (S. João da Madeira) por aumentos salariais justos. </li>
<li>Concentração de professores e outros trabalhadores de estabelecimentos particulares e cooperativos de <b>ensino artístico especializado</b> (30/Abr), reclamando uma solução urgente face à falta de financiamento que impede o pagamento de salários.</li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>cantina da RTP Porto</b> (30/Abr) em luta pelo pagamento sem cortes do trabalho nos feriados, por aumentos salariais que não ocorrem há cinco anos, contra os ritmos de trabalho intensos e a falta de pessoal.</li>
</ul>
</div>
</div>
<b>MAIO</b><br />
<ul>
<li>Grande jornada de luta e celebração no dia <b>1º de Maio</b>.</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0C7oXH2NbnQ3On9AuOlD0oR6NHbH1PR8EXWFla448cSN1GLXD_RTfDLkFuwFN30Rd73sEuVnYLj_QiHD_BER0vklsDX0YZ8i7nrmiuztcXapf1vdb4_LE7gYLApQMZwci69XK/s1600/1.maio.2015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0C7oXH2NbnQ3On9AuOlD0oR6NHbH1PR8EXWFla448cSN1GLXD_RTfDLkFuwFN30Rd73sEuVnYLj_QiHD_BER0vklsDX0YZ8i7nrmiuztcXapf1vdb4_LE7gYLApQMZwci69XK/s320/1.maio.2015.jpg" width="320" /></a></div>
<ul>
<li>Greve dos trabalhadores dos <b>hipermercados e supermercados</b> (1/Maio), por aumentos salariais e contra a ofensiva patronal</li>
<li>Greves dos trabalhadores de <b>cantinas hospitalares</b> hospitais de Leiria, Alcobaça, Pombal, Caldas da Rainha, Feira, Aveiro e Cantanhede (4 e 5/Maio).</li>
<li>Nova greve na <b>BA Vidro</b> (3-4/Maio), na Venda Nova e na Marinha Grande, porque o diálogo com a administração foi infrutífero, pelo pagamento do trabalho suplementar e em dias feriados, a reposição dos dias de «compensação do horário» e a defesa das 35 horas semanais, o subsídio de refeição nestes dias e a negociação do acordo de empresa.</li>
<li>Greve dos trabalhadores do empreendimento turístico <b>Parque da Floresta</b>, em Vila do Bispo, contra o processo pouco transparente de recuperação da empresa Golf Santo António, gestora do empreendimento.</li>
<li>Um trabalhador da <b>Lusosider</b> (6/Maio)que tinha sido despedido, no termo do contrato a prazo, retomou o seu posto após ter contestado a decisão da empresa e ver a sua razão ser confirmada pelo Tribunal da Relação de Lisboa. </li>
<li>Greve dos trabalhadores das empresas do <b>Grupo Transportes Nogueira </b>(7-11/Maio) para que sejam cumpridos o contrato colectivo de trabalho e a lei.</li>
<li>Greve no <b>STCP</b> (11/Maio) pela defesa do seu carácter público, pela reposição do número de trabalhadores necessários para garantir a oferta programada e acabar de vez com a sistemática supressão diária de dezenas de carreiras.</li>
<li>Nova greve na <b>Renault Cacia</b> (11/Maio) exigindo aumentos salariais e o fim da precariedade. </li>
<li>Greve na <b>Carris, CarrisBus e CarrisTur </b>(14/Maio), unindo todos os trabalhadores «na defesa de uma só Carris pública»</li>
<li>Greve do pessoal do <b>Serviço Nacional de Saúde</b> (15/Maio) pela reposição das 35 horas semanais, a contratação de trabalhadores necessários nos serviços, aumentos salariais anuais e o fim dos cortes, a regulamentação do subsídio de risco, a recusa da entrega de hospitais a Misericórdias, o combate à extinção e a desvalorização das carreiras específicas da saúde e a exigência de criação da carreira de técnico auxiliar de saúde (e também de técnico de emergência do INEM), a valorização da carreira dos técnicos de diagnóstico e terapêutica (considerando-os técnicos superiores), no quadro da luta por um SNS geral, universal e gratuito.</li>
<li>Greve parciais nos fins-de semana na <b>Atlantic Ferries</b>, a empresa do Grupo Sonae que explora a travessia fluvial do Sado, por melhorias salariais. Face à luta a administração acabou por reconhecer que há dinheiro para aumentar salários.</li>
<li>Greve na <b>CNB/Camac</b>, em Santo Tirso, (15-22/Maio) para exigir o pagamento dos salários de Abril e do subsídio de Natal de 2014. Face à luta a administração prometeu liquidar os salários.</li>
<li>Paralisações na <b>Petrogal</b>, nas refinarias de Sines (19-22), Porto (21-23) e restantes empresas a 22, pela defesa dos seus direitos e melhor distribuição da riqueza, face aos enormes lucros do grupo e a abundante remuneração dos conselhos de administração, enquanto continuam a recusar aumentar os salários dos trabalhadores e persistem em pretender aniquilar direitos conquistados.</li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Eurospuma </b>(20-21/Maio) cujos salários não são actualizados há mais de dez anos, e a intenção da administração deixar de aplicar o contrato colectivo de trabalho das indústrias químicas, para retirar direitos aos trabalhadores</li>
<li><b>Marcha contra as privatizações de empresas de transportes</b> (21/Maio), em Lisboa. O «Apelo» da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) dirigido «aos trabalhadores, aos utentes e aos cidadãos», apelava a «uma forte jornada de luta contra a liquidação/privatização da TAP, da EMEF e da CP Carga; contra a subconcessão/privatização do Metropolitano de Lisboa, Carris, Transtejo, Soflusa, STCP e Metro do Porto; contra a entrega a privados dos serviços lucrativos da CP; contra a destruição da Refer na fusão com a Estradas de Portugal; contra o roubo dos direitos dos reformados; pela reposição da contratação colectiva nas empresas do sector; por um serviço público ao serviço dos cidadãos; pelo transporte público, pelos trabalhadores, pelos utentes, por Portugal».</li>
<li>Greves de uma hora por turno (22-23/Maio e 29/30/Maio) na <b>Preh</b>, em Trofa. Aproveitando os favores dos governos, passou de oito milhões de euros de lucros anuais, antes de 2011, para os actuais 14 milhões, mantendo o número de 750 trabalhadores. Estes rejeitaram o miserável aumento de um por cento.</li>
<li>Série de greves de uma hora trabalhadores da <b>Automóveis Citroen</b> (Grupo PSA) por um aumento real dos salários e pela efectiva negociação das suas reivindicações. </li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Euroresinas</b> (27/Maio-1/Jun) fábrica de resinas sintéticas da Sonae Indústria, em Sines, por aumentos salariais e melhor distribuição da riqueza produzida pelos trabalhadores; progressão nas carreiras; fim da discriminação salarial; aplicação do seguro de saúde igual para todos; e direitos iguais nas férias e subsídio de alimentação. Os trabalhadores decidiram suspender luta em Junho para dar abertura à negociação por parte da empresa.</li>
<li>Greve de quatro dias na <b>Flexipol</b> (29-22/Maio) perante os lucros da empresa e os aumentos chorudos atribuídos a alguns, enquanto para o pessoal da produção, que já tem os salários mais baixos, a proposta patronal está em 1,5 por cento.</li>
<li>Greve dos trabalhadores do <b>refeitório do Hospital de Santa Maria </b>(29/Maio), concessionado à Eurest, contra o despedimento colectivo de 48 funcionários.</li>
<br />
</ul>
<div>
<b>JUNHO</b><br />
<ul>
<li>Greve dos <b>enfermeiros</b> (4-5/Jun) pela melhoria das condições de trabalho, pelo limite máximo de 35 horas semanais, e em defesa da melhoria dos cuidados de enfermagem.</li>
<li>Greve dos trabalhadores das cerâmicas <b>Abrigada</b> (Alenquer), <b>Rauschert </b>(S. Domingos de Rana) e <b>Cobert Telhas</b> (Torres Vedras) (4/Jun) pela reposição do feriado roubado, pela reposição do feriado roubado, pela defesa dos direitos consagrados no contrato colectivo e pelas reivindicações apresentadas às empresas.</li>
<li>Ocupação simbólica da sede do <b>Metropolitano de Lisboa</b> (4/Jun), onde estavam reunidos os administradores, em acumulação de funções, desta empresa, da Carris, da Transtejo e da Soflusa, para exigir a marcação da uma reunião com a administração, há muito solicitada.</li>
<li>Greve na fábrica de travões do <b>Grupo CBI</b> (antiga Robert Bosch), em Abrantes (5/Jun) para exigir aumentos salariais e o fim das arbitrariedades no pagamento do trabalho extraordinário.</li>
<li>Greve de 48 horas (8-9/Jun) dos trabalhadores da <b>Covibus </b>na Covilhã. O pessoal daquela transportadora do grupo espanhol Avanza reclama aumento dos salários (inferiores a 600 euros) e do subsídio de refeição e a integração permanente nos quadros de alguns trabalhadores que têm estado com sucessivos contratos a prazo. </li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Eurest</b> no refeitório da Autoeuropa (11-12/Jun) pela negociação salarial; há seis anos que os salários não são actualizados.</li>
<li>Nova greve dos trabalhadores da <b>Eurospuma</b>, em Guetim (17/Jun) e desde a fábrica até à Câmara Municipal de Espinho. </li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Panrico</b> no feriado de 10 de Junho e dia 29, para exigir que a empresa pague o trabalho suplementar de acordo com o que estipula o contrato colectivo de trabalho da pastelaria e confeitaria,</li>
<li>Greves do sector dos transportes: <b>CP Carga</b> (17/Jun), <b>Metropolitano de Lisboa</b> (18 e 26/Jun), <b>SPdH</b> (19/Jun)</li>
<li>Greves de duas horas dos trabalhadores da <b>Logística do Continente</b> (Grupo Sonae) na Maia (17-/Jun), para exigirem aumentos salariais de 30 euros por mês e de cinco por cento no subsídio de refeição.</li>
<li>Greve de <b>médicos do IPO do Porto</b> (18-19/Jun) em protesto contra a ilegalidade que os obriga a trabalhar «pelo menos 30 horas seguidas».</li>
<li>Jornada de luta dos trabalhadores dos sectores da <b>Agricultura, Alimentação, Bebidas, Tabacos, Hotelaria e Turismo</b> (18/Jun), com concentrações em Lisboa e Funchal, pelo aumento imediato dos salários, contra a caducidade dos contratos colectivos e pela efectivação do direito à negociação, posto em causa por associações patronais e empresas.</li>
<li>Greve ao trabalho suplementar dos os trabalhadores a <b>Logística do LIDL</b>, na Marateca (Palmela), por aumentos dos salários e também por horários que permitam conciliar a vida profissional com a vida pessoal e familiar. </li>
<li>Greve às diligências dos <b>guardas prisionais</b> (17-19/Jun)</li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Preh Portugal</b>, na Trofa (19-/Jun) provocando a paragem da produção, para insistirem na exigência de aumentos salariais superiores ao valor de um por cento, aplicado em Abril. </li>
<li>Manifestação Nacional de <b>Professores</b> (20/Jun) em defesa da profissão docente e da escola pública.</li>
<li>Nova greve dos trabalhadores da Camac (25/Jun) para exigir o pagamento de salários e subsídios em atraso, tendo fechado os portões das instalações a cadeado para impedir a entrada e saída de mercadorias.</li>
<li>Jornada nacional de luta dos trabalhadores da <b>Administração Pública</b> (26/Jun) com concentração frente à Assembleia da República)</li>
</ul>
</div>
<b>JULHO</b><br />
<ul>
<li>Vigílias e greves dos trabalhadores dos <b>transportes</b> (8/Jul) contra as privatizações, na EMEF (greves de duas horas nos dias 8,10, 13 e 15), Metropolitano de Lisboa, Carris, SPdH, e CP Carga (16). Ferroviários no activo e reformados concentraram-se em Lisboa no dia 16.</li>
<li>Novas greves na <b>BA Vidro</b> (11-14/Jul), nas fábricas de Avintes (Vila Nova de Gaia), Marinha Grande e Venda Nova (Amadora).</li>
<li>Greve dos trabalhadores do hotel <b>Palácio Hotel</b>, propriedade da Sonae Turismo (15/Jul) a única unidade de cinco estrelas que não actualiza salários há quatro anos, mantendo a tabela salarial mínima, o que representa cerca de 600 euros para a maioria do pessoal.</li>
<li>Concentração de trabalhadores frente à AR (22/Jul), convocada pela CGTP-IN, para dizer «basta» à política de exploração e empobrecimento.</li>
<li>A luta dos trabalhadores da <b>Lisnave, Lisnave Yards, Gaslimpo, Tecor e Rebocalis</b> levou a aumentos salariais de 2%, com efeitos retroactivos a Janeiro deste ano, incluindo aumentos do subsídio de férias e trabalho suplementar, </li>
<li>Após o início de nova greve dos trabalhadores da <b>Euroespuma</b> (15/Jul) a administração recebeu os trabalhadores e comprometeu-se a iniciar negociações.</li>
<li>Greve parcial dos trabalhadores da <b>Bosch Car Multimedia</b>, em Braga (17/Jul) para exigir resposta positiva ao caderno reivindicativo entregue em Fevereiro, exigindo um aumento salarial de um euro por dia e um salário mínimo base de 600 euros para os trabalhadores com contrato a termo ou temporário. </li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>OTIS Elevadores</b> (24/Jul) para reclamar aumentos salariais de 60 euros para todos os trabalhadores.</li>
<li>Greves de duas horas dos trabalhadores da <b>Logística do Continente</b>, na Maia (28-/Jul), para reivindicarem aumentos salariais, que não ocorrem há cerca de cinco anos.</li>
<li>No 2º dia de greve dos trabalhadores da <b>Chronopost</b>, em Valongo (29-30/Jul) a unidade de intervenção da GNR impediu a legal actuação do piquete. Em causa está o cálculo dos subsídios de férias e de Natal, contando as prestações complementares (trabalho suplementar, trabalho nocturno), uma compensação pelo acréscimo de encargos com transportes depois da mudança para instalações a cerca de quatro quilómetros, e a remuneração do trabalho suplementar sem os cortes impostos desde 2012. </li>
<li>«Marcha dos Recibos» dos trabalhadores da <b>SPdH</b>, com greve parcial (31/Jul) por melhores salários, fim dos abusos na organização dos horários de trabalho e à proliferação da precariedade.</li>
</ul>
<b>AGOSTO</b><br />
<ul>
<li>Greves dos <b>enfermeiros </b>de um dia em cada uma das cinco ARS, durante 1ª quinzena, porque o Ministério da Saúde não está a cumprir o protocolo negocial que assinou há dois meses.</li>
<li>Greve dos funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras com funções não policiais (13-14/Ag) reivindicando melhores condições de trabalho. </li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Naveprinter</b>, na Maia (14/Ag) porque a administração recusou negociar as reivindicações apresentadas, entre as quais um aumento salarial de 50 euros. </li>
<li>Greve dos trabalhadores de <b>cantinas em hospitais</b> e outros locais de trabalho (15/Ag), em protesto contra a violação do contrato colectivo no que diz respeito ao pagamento do trabalho prestado em dias feriados.</li>
<li>Greve dos trabalhadores do serviço fluvial da <b>MoveAveiro</b> (ferry entre São Jacinto e o Forte da Barra, na Gafanha da Nazaré) (19-24/Ag), contra cortes salariais de 100 a 300 euros e pelo reconhecimento da antiguidade na transição para a Câmara de Aveiro.</li>
<li>Greve dos trabalhadores dos <b>Empreendimentos Turísticos Montebelo </b>(Grupo Visabeira) (21/Ag) para contestar a decisão patronal de alterar a convenção colectiva que vigora há anos na empresa, o que impõe aos trabalhadores perda das diuturnidades, da majoração das férias, do subsídio de alimentação nas férias, do feriado do Carnaval e da progressão automática na carreira, entre outros direitos.</li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>SPdH</b> (29-39/Set) por uma revisão salarial e em «solidariedade para com os nossos colegas contratados e subcontratados».</li>
</ul>
<div>
<b>SETEMBRO</b><br />
<ul>
<li>Greves parciais dos trabalhadores dos transportes, na <b>Transtejo</b> (7-8/Set), na <b>Soflusa</b> (14-15/Set), e Carristur (12/Set) contra os processos de subconcessão/privatização e pelo cumprimento dos acordos de empresa.</li>
<li>Novas greves de duas horas por turno dos trabalhadores da <b>Logística do Continente</b> (Grupo Sonae), na Maia (19-22/Set) por aumentos salariais, congelados há cinco anos.</li>
<li>Greve dos <b>guardas prisionais</b> do Estabelecimento Prisional do Funchal (11-20/Set) a exigir a substituição do director e outro responsável em comissão de serviço, devido à instabilidade gerada.</li>
<li>Novas greves na <b>BA Vidro</b> (19-22/Set) porque a administração rompeu as negociações do Acordo de Empresa e recusa repor os direitos contratuais que retirou ao pessoal.</li>
<li>Greves de <b>enfermeiros</b> no Hospital de Guimarães e na Unidade Local de Saúde do Alto Minho (hospitais de Viana do Castelo e Ponte de Lima, 13 centros de saúde, unidades de convalescença de Valença e Arcos de Valdevez) (25-30/Set), pela harmonização salarial.</li>
</ul>
</div>
Esta resenha dá seguimento a compilações feitas em anos anteriores (ver <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2006/12/maio-paralizao-de-3-horas-dos.html">2006</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2007/12/2007-um-ano-de-luta.html">2007</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2009/01/2008-um-ano-de-crescente-luta.html">2008</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2009/12/2009-ano-de-luta.html">2009</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2010/05/2010-mais-um-ano-de-luta-intensa-do.html">2010</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2012/02/ano-de-austeridade-ano-de-luta.html">2011</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2012/12/lutas-de-2012-2-parte.html">2012</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2013/12/2013-em-revista-ano-de-luta-sem-merce.html">2013</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2015/01/2014-ano-de-lutas-e-resistencia.html" target="_blank">2014</a>). É elaborada a partir de uma recolha de notícias do jornal <a href="http://avante.pt/">Avante!</a> e sítios sindicais. É portanto incompleta, mas já dá ideia da intensidade da luta.</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-45079733961433398222015-03-28T20:26:00.002+00:002015-03-28T20:29:35.880+00:00Perigosa situação no Iémene<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCqy-WVCn6oL45kF85p9jQRgLzfWqejV25s1Kp4rJs9YqTpG5iP_129om2NGB8okTY2XkXVhjFi_RYwkgDBS2P6H-VoDC16Lm6tyRbh3ap90u9kPdVs8ecxD9ltYzxZalMlkyOQw/s1600/2015-03-25_al_Houthi_Areas_of_Influence_530.gif" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCqy-WVCn6oL45kF85p9jQRgLzfWqejV25s1Kp4rJs9YqTpG5iP_129om2NGB8okTY2XkXVhjFi_RYwkgDBS2P6H-VoDC16Lm6tyRbh3ap90u9kPdVs8ecxD9ltYzxZalMlkyOQw/s1600/2015-03-25_al_Houthi_Areas_of_Influence_530.gif" height="247" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
A situação no Iémene está em grande aceleração, ameaçando
expandir-se de um conflito nacional para um guerra regional no Médio Oriente,
região de grande interesse do imperialismo, representando portanto um potencial
perigo para a paz não só na região mas com com efeitos globais.</div>
O conflito nacional envolve duas frentes independentes
contra o governo: uma protagonizada pelo Ansar al-Sharia (afiliado ao Al-Qaeda
da Peninsula Árabe) possivelmente em aliança com o Estado Islâmico; e os houthis, grupo xiita (mais
especificamente zaídi) cujo nome deriva do seu líder Hussein al-Houthi.<br />
<div class="MsoNormal">
O grupo sunita Ansar al-Sharia conduz uma campanha separatista
do Iémen do Sul, tendo protagonizado inúmeros ataques terroristas, incluindo um
ataque suicida ao palácio presidencial, em 2012, no dia que o Presidente Hadi
assumiu funções, resultando na morte de 26 guardas republicanos, e três meses
mais tarde outro ataque que matou 96 soldados em Sana. Este grupo tem sido o
principal alvo dos inúmeros ataques dos EUA no Iémen, desde 2009, usando aviões
não pilotados, incluindo um ataque supostamente sobre um campo terrorista que
atingiu uma vila, matando mais de 60 civis, incluindo 28 crianças. Ataques que
persistiram depois da derrube de Saleh, tendo o novo presidente, Abd Rabbuh
Mansur Hadi recebdi grande apoio por parte dos EUA.</div>
<div class="MsoNormal">
Os houthis, grupo minoritário no Iémen, com base no norte, tem
vindo a combater o governo desde 2004, acusando-o de opressão durante o regime
da República e Saleh durante a guerra entre 2004-2010, e por se terem sentido excluídos
do processo político de transição desde o golpe (apoiado pelos EUA) que
substituiu o presidente Saleh por um governo transitório liderado por Hadi, um
governo frágil, corrupto e ineficaz (a taxa de pobreza é acima dos 50%).</div>
<div class="MsoNormal">
<a href="http://www.politico.com/magazine/story/2015/03/yemen-intervention-116396.html#ixzz3VVThWwxQ">Adam
Baron</a> defende que existe uma componente ideológica ao movimento, de
fortalecimento do zaidismo face às ideologias influenciadas pela Arábia Saudita
e a influência dos EUA sobre este país. Os houthis ganharam ascensão, logrando
vir a participar no Conselho de Diálogo Nacional, iniciativa apoiada pelas NU
para formar a nova constituição. Mas tensões entre os houthis e outras facções
cresceram e o colapso do processo. Em meados de 2014 realizaram manifestações
contra o governo em torno do cancelamento de subsídios de combustível que os afectou
brutalmente. Os protestos evoluíram para confrontos militares e em Setembro os
houthis controlavam a capital do país, Sana. O sucesso da sua campanha militar
deve-se em parte devido à grande fragilidade do governo e das forças militares.</div>
<div class="MsoNormal">
Obrigaram então Hadi a formar um governo de unidade, mas
recusaram-se a participar no governo tendo continuado a aplicar pressão,
bombardeando a residência presidencial, prendendo o presidente e forçando a
demissão do governo em Janeiro deste ano. Dissolveram então parlamento,
declararam um Comité Revolucionário liderado por al-Houthi, e declaram uma constituição
em Fevereiro. Aparentemente os houthis estabeleceram uma aliança com o
ex-presidente Saleh, tendo apelado para a eleição do seu filho, Ahmed Ali
Abdullah Saleh, como futuro líder do Iémene.</div>
<div class="MsoNormal">
Hadi fugiu para Aden,
no sul do país, donde rescindiu a sua demissão e declarando Arden como capital.
Em Março, Hadi foi forçado a fugir do país para a Arábia Saudita, país que
considera os houthis (xiitas) como posto avançado no Irão e Hezbollah, e logo
uma ameaça nas sua fronteira. Nessa altura retiraram-se também as tropas
especiais e corpo diplomático dos EUA.</div>
<div class="MsoNormal">
Esta semana a Arábia Saudita formou uma coligação militar com
os Emiratos Árabes, Kuwait, Catar, Bahrein, Jordânia, Marrocos, Sudão, Egipto,
e Paquistão (e apoio logístico e de inteligência por parte dos EUA) e iniciaram
já uma campanha militar com ataques aéreos sobre o Iémene não tendo excluindo a
possibilidade de envio de tropas terrestres, usando tropas sauditas e egípcias.</div>
<div class="MsoNormal">
Há 6 meses, o Presidente Obama descrevia a situação no Iémene como um caso de sucesso no combate ao terrorismo, testemunho de que os EUA
continua a possuir um nível de inteligência e compreensão da complexidade do
Médio Oriente muitíssimo carente, ofuscada pela seu foco do terrorismo e
protecção dos seus aliados de circunstância que garantam seu domínio regional.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-83197945989629467262015-01-07T10:54:00.003+00:002015-01-07T10:54:25.657+00:002014: Ano de lutas e resistência<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Apresento uma apanhado das lutas dos trabalhadores de 2014<span style="font-size: x-small;">†</span>, dando continuação à compilação feita em <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2014/05/2014-ano-de-luta.html" target="_blank">Maio também referente a 2014</a>, e compilações feitas em anos anteriores (ver <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2006/12/maio-paralizao-de-3-horas-dos.html">2006</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2007/12/2007-um-ano-de-luta.html">2007</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2009/01/2008-um-ano-de-crescente-luta.html">2008</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2009/12/2009-ano-de-luta.html">2009</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2010/05/2010-mais-um-ano-de-luta-intensa-do.html">2010</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2012/02/ano-de-austeridade-ano-de-luta.html">2011</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2012/12/lutas-de-2012-2-parte.html">2012</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2013/12/2013-em-revista-ano-de-luta-sem-merce.html">2013</a>), largamente feito a partir de uma recolha de notícias do jornal <a href="http://avante.pt/">Avante!</a> e sítios sindicais. É portanto incompleta, mas já dá ideia da intensidade da luta.<br />
2014, à semelhança de os anos recentes, caracterizou-se por uma luta e resistência acérrima dos trabalhadores dos mais variados sectores, cuja intensidade é medida pelo número e forma de lutas, mas também pela resposta do capital e do governo e forças ao seu serviço. Recorde-se a pressão exercida sobre os professores, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, os trabalhadores da TAP, acusando-os de agirem contra os alunos, os restantes trabalhadores, as famílias separadas pela emigração, a saúde pública (durante o surto de Legionella), usando demagogia, calúnias, a comunicação social e armas judiciais contra os trabalhadores. Mas não esqueçamos que são as lutas destes trabalhadores que representam a linha da frente na defesa de uma educação livre e de qualidade, dos serviços públicos, contra as privatizações, pelos contractos colectivos de trabalho, pela contagem das horas extraordinárias, e promovendo o desenvolvimento soberano de Portugal, livre das condicionantes impostas pela Troika estrangeira. E o sucesso das lutas exprimiram-se nos tribunais, em algumas conquistas reivindicativas, no obrigar o governo a retroceder em "medidas de austeridade" que já se preparavam para tornar permanentes, e no atrasar sine die de várias medidas. Um sector que tende a inspirar muita tinta e bafo é o do Metro de Lisboa. Em 2014, os trabalhadores do Metro realizaram um total de oito paralisações. Em 2012 haviam sido 12. Por muito transtorno que estas paralisações tenham criado aos passageiros, as muitas horas "perdidas" ou "gastas" (como é frequente a comunicação referir o tempo de greve) têm conseguido evitar a privatização deste transporte público fundamental em Lisboa, algo que o Governo tinha por dado adquirido. Este ano marcou também o 40º aniversário do 25 de Abril, cujas comemorações pautaram todo o ano, com o reivindicar dos valores de Abril.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir8HQozpRG_7_PBR82Mq0q-HV4pQOFq7Fw5wP_91o3Zddz8U0ZDrP6rNbbkike9oadI0h2vRkD9Lw_R4ZzJEkRZDHVm84JGqhFS03z0KiZQcqYNLOJ_NIDkXQSq9mJ5fw3ND53/s1600/get_img.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir8HQozpRG_7_PBR82Mq0q-HV4pQOFq7Fw5wP_91o3Zddz8U0ZDrP6rNbbkike9oadI0h2vRkD9Lw_R4ZzJEkRZDHVm84JGqhFS03z0KiZQcqYNLOJ_NIDkXQSq9mJ5fw3ND53/s1600/get_img.jpg" height="231" width="320" /></a></div>
<br />
<b>MAIO</b><br />
<ul>
<li>Grande jornada de luta e celebração no dia 1º de Maio.</li>
<li>Greve (30/Abr-2/Maio) dos trabalhadores da <b>Amarsul/EGF</b>, empresa que efectua a recolha, valorização e tratamento dos resíduos sólidos em nove concelhos da Península de Setúbal, em defesa dos postos de trabalho, do acordo de empresa, do aumento dos salários e contra a privatização da Empresa Geral do Fomento (EGF).</li>
<li>Greve (30/Abr-2/Maio) dos trabalhadores das <b>minas da Panasqueira</b>, em luta por melhores salários e condições de vida.</li>
<li>Greve (8/Maio) dos <b>ferroviários</b> da EMEF, CP Carga, Refer e CP em defesa dos salários da contratação colectiva, dos direitos e de um país soberano, com políticas ao serviço das pessoas.</li>
<li>Manifestação (9/Maio) de milhares de trabalhadores da <b>administração local </b>de todo o País, em Lisboa, sob o título «Derrotar o Governo na rua e nas urnas, lutar pelo emprego, direitos e salários».</li>
<li></li>
<li>Manifestação (15/Maio) do trabalhadores das <b>Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento</b>, contra a extinção e encerramento de todos os quatro estabelecimentos fabris do Exército</li>
<li>Iniciativa pública (15/Maio) frente ao Ministério da Defesa, da Associação Nacional de <b>Sargentos </b>e a Associação de <b>Praças</b> , em defesa do sistema de saúde e da acção social complementar, bem como para dar pública expressão às suas preocupações.</li>
<li>Vigília (15/Maio) dos <b>funcionários judiciários</b>, frente ao Tribunal do Seixal (Quinta dos Franceses), contra a reforma do mapa judiciário e a desqualificação daquele órgão judicial, que passará a integral a Comarca de Lisboa.</li>
<li>Concentração (16/Maio), em Évora, dos trabalhadores da <b>Kemet,</b> contra o despedimento colectivo, em defesa dos postos de trabalho e da produção nacional.</li>
<li>Greve (15-16/Maio) dos trabalhadores da empresas TST, Grupo Transdev e Rodoviária de Lisboa, do sector rodoviário pesado de passageiros, contra a imposição do tempo de disponibilidade e a diminuição dos salários.</li>
<li>Semana de greves, concentrações e manifestações (26-31/Maio) em defesa da contratação colectiva, da redução dos horários de trabalho e do aumento dos salários.</li>
<li>Greves e concentrações dos <b>trabalhadores do sector da hotelaria</b>, pela actualização dos salários e defesa do contracto colectivo: em Lisboa, frente à sede da associação patronal AHP (Associação da Hotelaria de Portugal): Marriott, Corinthia, Tivoli, Sheraton e Ritz (19-13/Maio); em Faro, frente à sede da associação patronal AIHSA (Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve) (28/Maio); em Monte Gordo (Vila Real de Santo António), Hotel Navegadores (29/Maio); frente ao Praia d'El Rey Marriott, do Grupo Beltico (dia 29/Maio); Hotel Ipanema Park (6/Jun) </li>
<li>Greve na <b>Kemet</b>, em Évora, contra o despedimento colectivo de 127 trabalhadores.</li>
<li>Greve na <b>Restflight, </b>pelo aumento dos salários e a defesa do IRCT,</li>
<li>Greve nas <b>escolas </b>públicas do distrito de Castelo Branco pela contratação de mais pessoal.</li>
<li>Greve (27-31/Maio) dos trabalhadores da <b>Soporcel</b>, em Lavos (Figueira da Foz), contra a «retirada de direitos que tem caracterizado a actuação da administração.</li>
<li>Greve de duas horas por turno (27/Maio-13/Jun) na <b>Printer Portuguesa. </b>Os 150 trabalhadores da gráfica não eram aumentados há oito anos.</li>
<li>Greve de 2 dias dos <b>trabalhadores do Colégio Militar</b> contra as alterações unilaterais aos horários de trabalho e em defesa do pagamento do trabalho extraordinário e da inclusão de todas as tarefas desempenhadas no processo de avaliação. </li>
<li>Greve (30/Maio-2/Jun) dos trabalhadores da Divisão de Ambiente da <b>Câmara Municipal de Coimbra </b>(CMC). Em causa estava o pagamento do trabalho extraordinário efectuado entre 2007 e 2012 (três horas e meia por semana) aos trabalhadores da recolha de resíduos sólidos, e o cumprimento da sentença do Tribunal Administrativo de Coimbra nesse sentido.</li>
<li>Greve no período da manhã (30/Maio) dos <b>funcionários não docentes</b> dos mega-agrupamentos Nuno Álvares e Amato Lusitano, levando ao encerramento de 4 escolas, contra os ritmos excessivos de trabalho provocados pela redução de pessoal, entre outras questões apontadas pelo sindicato da Função Pública.</li>
</ul>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>JUNHO</b><br />
<ul>
<li>Manifestação (2/Jun) dos <b>Vitivinicultores</b>, na Régua, contra o o saneamento financeiro e a revisão do Estatuto da Casa do Douro, aprovado em Conselho de Ministros, um «esbulho» à lavoura duriense que vai atingir mais de 35 mil vitivinicultores. para denunciar este «roubo».</li>
<li>Greve (2/Jun) dos trabalhadores do centro de distribuição dos <b>CTT</b> de Rio Maior. Em causa estão a falta de pessoal (a redução e a substituição de funcionários por outros contratados a meio tempo, o alargamento das voltas), a diminuição da qualidade do serviço prestado às populações (em grande medida decorrente das alterações introduzidas pela administração dos CTT) e as péssimas condições de trabalho nas actuais instalações (amianto, ratos sobre o tecto falso, inalação de fumo de escape de veículos num espaço contíguo). </li>
<li>Greve (4/Jun) e concentração dos trabalhadores da fábrica <b>Amtrol-Alfa</b>, em Brito (Guimarães), exigindo aumento salarial mínimo de um euro por dia.</li>
<li>Paralisação de uma hora e meia (6/Jun) do pessoal da fábrica da <b>Vitrohm</b> em Trajouce (Cascais) face à ausência de resposta da empresa à proposta de aumentos salariais e de melhores condições de trabalho apresentada em Fevereiro. </li>
<li>Conclusão da greve dos <b>guardas prisionais</b> ao período de trabalho nocturno e aos fins-de-semana (entre 17/Abr-9/Jun), com uma adesão média superior a 90 por cento.</li>
<li>Greve duas horas por turno (9, 16, 17, 23, 24 e 30/Jun, 1/Jul) do pessoal dos <b>call centers da EDP</b> da Quinta do Lambert e do Parque das Nações, em Lisboa, exige à administração: aumento salarial de 30 euros por mês; criação de mais um escalão de vencimento; aumento da diuturnidade e criação de mais duas; melhoria das condições de trabalho; reposição do feriado de Carnaval. </li>
<li>Protesto (10/Jun) no âmbito das cerimónias oficiais do Dia de Portugal, de mais de 200 <b>professores </b>na Guarda contra o ataque que tem sido desferido contra os serviços públicos, a Escola Pública e a profissão docente.</li>
<li>Greve (12/Jun) dos trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa e das juntas de Freguesia.</li>
<li>Greve (12-13/Jun) dos <b>trabalhadores da distribuição postal</b> de Santarém, pela melhoria das condições de trabalho e em defesa do serviço público postal. </li>
<li>Greve (12/Jun) dos <b>trabalhadores das empresas privadas de transporte</b> rodoviário de passageiros, contra o aumento do horário de trabalho por via da imposição do tempo de disponibilidade, contra a redução dos salários e em defesa da contratação colectiva. </li>
<li>Manifestação (21/Jun) de muitos milhares de pessoas, em Lisboa, pela demissão do Governo e para pôr termo à política de direita, por uma política de esquerda e soberana, que assegure ao povo e ao País um futuro de desenvolvimento, progresso e justiça social. Esta jornada foi precedida por manifestação no Porto (14/Jun) e Funchal (20/Jun).</li>
<li>Protesto (30/Jun) de mais de uma centena de pais, professores, alunos dos concelhos de Arronches, Avis, Castelo de Vide e Portalegre, frente às instalações da DEGEstE em Évora, contra o risco de encerramento de escolas no distrito.</li>
</ul>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiBhB4t8DvKEAOqHE3Ee1bQnOg7XVz4JPTL7fbY2JL1oxCF-Wx7N5Ei7FzO-kKGkIQL9TKJrKQnY0cA0S_4wzR4C0hMR91my5LkfjK0RfLk2U13UPaFplSIpaWRKsx0r7NcPjg/s1600/get_img.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiBhB4t8DvKEAOqHE3Ee1bQnOg7XVz4JPTL7fbY2JL1oxCF-Wx7N5Ei7FzO-kKGkIQL9TKJrKQnY0cA0S_4wzR4C0hMR91my5LkfjK0RfLk2U13UPaFplSIpaWRKsx0r7NcPjg/s1600/get_img.jpg" height="208" width="320" /></a></div>
<br /></div>
</div>
<div>
<b>JULHO</b><br />
<ul>
<li></li>
<li>Greve (4,10/Jul) dos trabalhadores da <b>Vitrohm</b>, exigindo um aumento salarial de 35 euros, a gratuitidade das refeições no refeitório e a generalização do seguro de saúde, a atenuação das diferenças salariais entre mulheres e homens e entre trabalhadores do mesmo grupo profissional, bem como o acesso das mulheres da produção a profissões mais qualificadas e o cumprimento do direito à formação profissional.</li>
<li>Greve (8-9/Jul) dos <b>médicos</b>, por todo o País, contra a Portaria 82/2014 (cuja aplicação está a desmantelar e encerrar serviços hospitalares). Contrariamente às falsidades afirmadas pelo Ministro Paulo Macedo, não houve qualquer reivindicação de ordem salarial na greve.</li>
<li>Manifestação em Lisboa (10/Jul) de cerca de 40 mil pessoas, vindas de todos os distritos, condenando a maioria PSD/CDS e reclamando a demissão do Governo.</li>
<li>Greve (10-11/Jul) de <b>enfermeiros</b>, no Centro de Saúde Arnaldo Sampaio, em Leiria, face à grave carência de profissionais de Enfermagem denunciada no início do ano. </li>
<li>Greve (11/Jul) na <b>Controlinveste</b>, contra o despedimento colectivo de 66 jornalistas, num total de 140 trabalhadores (a que acrescem mais duas dezenas, para despedir por «acordo»), e vigílias simultâneas em Lisboa e no Porto (7/Jul). </li>
<li>Greve (14/Jul) dos trabalhadores das empresas <b>Cofely, GM.FM e ISS</b>, que prestam serviços de limpeza na Mabor Continental, em Famalicão, por aumentos salariais.</li>
<li></li>
<li>Paralisação (18/Jul) na<b> fábrica de pneus CNB/Camac</b>, em Palmeira (Santo Tirso), para exigir o pagamento de salários e subsídios em atraso. Não foi pago o salário de Junho a cerca de 35 trabalhadores e que nenhum recebeu os subsídios de férias deste ano e o subsídio de Natal de 2013.</li>
<li>Semana e meia de greves (21-/Jul) por turnos nas <b>centrais de tratamento de correio</b> de Lisboa, Coimbra e Porto (centros de produção e logística de Cabo Ruivo, Taveiro e Maia, respectivamente), seguido de dois dias de greve (4-5/Ag) contra a intenção da administração da empresa de acabar com o horário contínuo, que prejudica os trabalhadores: conduz ao aumento da carga horária; dificulta a conciliação entre a vida profissional e familiar; aumenta a exploração e cria condições para a redução de postos de trabalho.</li>
<li>Concentração (28/Jul) de trabalhadores da <b>Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário</b> (EMEF) em protesto contra a entrega das oficinas de Guifões à Refer, uma medida avançada pelo secretário de Estado dos Transportes que, para além de ameaçar os postos de trabalho, conduzirá ao esvaziamento das funções desempenhadas pela EMEF/Guifões e criará as condições para que o serviço de manutenção da frota do Metro do Porto seja entregue a empresas privadas.</li>
<li>Concentração (25/Jul) de dirigentes, delegados, activistas sindicais e representantes de comissões de trabalhadores em Lisboa, para rejeitar os cortes nas pensões, salários e direitos que nesse dia foram discutidos e votados na Assembleia da República, nomeadamente, novos cortes salariais na Função Pública e criação da Contribuição de Sustentabilidade, aplicada aos reformados.</li>
<li>Paralisações (31/Jul) dos trabalhadores dos <b>Serviços Portugueses de Handling</b> na escala do Porto, em protesto contra a degradação das relações de trabalho, patentes num processo disciplinar.</li>
<li><br /></li>
</ul>
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</div>
<div>
<b>AGOSTO</b><br />
<ul>
<li></li>
<li><br /></li>
<li>Vigília durante vários dias (8-/Ag) à porta da fábrica da <b>Moritex</b>, em Pinheiro (Guimarães), para evitar qualquer tentativa de desvio de património. A empresa devia mais de 200 mil euros aos trabalhadores só em salários, sendo que as dívidas aos credores ascendem a 2,5 milhões de euros. A empresa deixou de pagar salários em Abril e, dos cerca de 130 trabalhadores que tinha em Maio, só 28 se mantêm em serviço, tendo muitos suspenso ou rompido os contratos</li>
<li>Greve 48 horas (7-9/Ag) no restaurante e nos oito cafés e bares da empresa no <b>Aeroporto de Lisboa</b>, motivada pela imposição de alterações aos horários, folgas e funções dos trabalhadores, só não teve a adesão de trabalhadores com contratos precários ou que estão a exercer funções como temporários.</li>
<li>Greve aos dias feriados dos <b>trabalhadores dos refeitórios e lavandarias</b> de hospitais (15,20/Ag) contra a redução da remuneração imposta pelo patronato desde Agosto de 2012, encerrando as cantinas da TAP, em Lisboa, e da RTP, no Porto, e outros estabelecimentos do sector.</li>
<li></li>
<li>Greve parcial (18/Ag) dos trabalhadores do Centro de Distribuição Postal 4800, em Guimarães, em protesto contra as consequências da falta de pessoal. A par do cansaço físico, o sindicato tem referido graves efeitos psicológicos das pressões para que não fique correio por entregar. Exigiu-se trabalho remunerado, digno e com direitos e também a garantia de um serviço postal público e de qualidade.</li>
<li>Greve nacional dos <b>enfermeiros</b> (19-22/Ag) alertando para redução do número de enfermeiros por turno, a organização de horários com excesso de dias de trabalho (o que representa trabalho extraordinário, que inadmissivelmente fica por pagar) e o encerramento de camas em vários serviços, que têm reflexo em intensos ritmos de trabalho, fadiga e exaustão. A este período de greve, juntaram-se outras greves locais durante o mês de Agosto, como no Centro Hospitalar do Alto Ave (5-7/Ag).</li>
<li></li>
</ul>
<div>
<br /></div>
</div>
<div>
<b>SETEMBRO</b><br />
<ul>
<li>Manifestações (1/Set) frente aos Centros de Emprego de milhares de <b>professores </b>cujos contratos de trabalho terminaram no último dia de Agosto, juntando-se a muitos outros que já se encontravam desempregados ou afastados da profissão.</li>
<li>Greve (17/Set) dos trabalhadores da <b>EMEF </b>nas instalações do Porto, Entroncamento, Barreiro, Lisboa e Vila Real de Santo António, tendo-se depois dirigido a Lisboa e concentrado junto ao Ministério das Finanças contra o processo de destruição da empresa.</li>
<li>Greve (10 e 25/Set) dos trabalhadores do<b> Metropolitano de Lisboa</b> para exigir a manutenção da componente social do serviço público prestado pela empresa, a reposição do quadro de trabalhadores e o investimento necessário ao serviço com a qualidade e segurança a que os utentes têm direito, o fim dos roubos nos salários e nas reformas, e o cumprimento integral do Acordo de Empresa.</li>
<li>Greve nacional de <b>enfermeiros</b> (24-25/Set) </li>
<li>Greve (26/Set) dos <b>Funcionários Judiciais</b> pelos seus direitos, mas também pelos dos cidadãos, pela Justiça e o Estado de Direito. Os funcionários judiciais exigem: a imediata abertura de procedimento para ingresso dos oficiais de Justiça em falta; o início imediato da negociação do estatuto sócio-profissional; o descongelamento imediato das promoções para todas as categorias e a abertura de concursos de acesso aos lugares de chefia; a regularização do regime de aposentação dos funcionários judiciais nos termos da excepção criada por deliberação da AR.</li>
<li>Manifestação (30/Set) dos trabalhadores dos <b>Estabelecimentos Fabris do Exército</b>, frente ao Ministério da Defesa Nacional, em Lisboa, em protesto contra o processo de extinção destas centenárias instalações movido pelo Governo, que põe em causa centenas de postos de trabalho.</li>
</ul>
<div>
<br /></div>
</div>
<div>
<b>OUTUBRO</b><br />
<ul>
<li>Greve dos <b>funcionários judiciais</b> (comarca a comarca durante o mês de Outubro), com concentrações junto às sedes de comarca, exigindo a contratação urgente de oficiais de justiça.</li>
<li>Acção de protesto (2/Out), junto à sede da associação patronal da <b>hotelaria e restauração</b> (Ahresp), exigindo que desbloqueie a negociação colectiva e que aceite aumentar os salários dos trabalhadores.</li>
<li>Manifestações (2,5/Out) dos trabalhadores da <b>administração local e professores</b> para exigir o respeito pelos seus direitos e a defesa de importantes garantias constitucionais; e em defesa da escola pública</li>
<li>Tribuna pública (3/Out) dos trabalhadores da <b>Fico Cables</b>, dirigentes e delegados sindicais do Site-Norte, no centro das Taipas (Guimarães), exigindo melhores condições de vida e de trabalho para os trabalhadores do sector das <b>cutelarias</b>. </li>
<li>Greve e concentrações (5/Out) dis trabalhadores da <b>Portway</b>, exigindo que a empresa de handling (integrada na multinacional Vinci, depois de esta ter adquirido a ANA) respeite a contratação colectiva e os direitos nela inscritos (em especial, quanto a majoração de férias e retribuição do trabalho suplementar). </li>
<li>Greve em várias empresas de transportes dos grupos <b>Transdev</b>, na região Norte, e <b>Arriva</b>.</li>
<li>Greve ao trabalho extraordinário dos motoristas da <b>Sociedade de Transportes Colectivos do Porto</b> (STCP)(13-19/Out) contra a degradação propositada do serviço público que este Governo tenta a todo o custo e pelos vistos a todo o preço.</li>
<li>Paralisação (9-10/Out) dos <b>trabalhadores dos transportes do distrito de Braga</b>, englobando dez empresas, maioritariamente pertencentes aos grupos alemão Arriva e francês Transdev.</li>
<li>Reunião, seguida de manifestação (15/Out) da Comissão Coordenadora das CT do <b>sector bancário </b>incluindo as estruturas representativas da CGD, BPI, Santander, Montepio, Banco Popular, BCP e Parvalorem, pela exigência de uma mais equitativa distribuição dos rendimentos entre capital e trabalho, manifestar solidariedade a todos os trabalhadores bancários vítimas de perseguição e apoiar os trabalhadores do Barclays e da Parvalorem na defesa dos respectivos postos de trabalho, objectivo extensível aos trabalhadores do Novo Banco, os quais, para mais, defendem manutenção da empresa «sob orientação do Estado». A jornada incluiu também uma tribuna pública frente à sede do Novo Banco, na Avenida da Liberdade.exigindo o apuramento das responsabilidades sobre a situação no grupo financeiro e «a manutenção do Novo Banco e da Tranquilidade como empresas autónomas sob controlo público», bem como «de todos os postos de trabalho, como o aproveitamento das reconhecidas experiências, capacidades e saberes de todos os trabalhadores» e o «cumprimento efectivo de todos os instrumentos de Regulamentação Colectiva de Trabalho em vigor»..</li>
<li>Três dias de Greve (15-17/Out) dos trabalhadores da <b>POSTEJO</b> Pré-fabricados de cimentos, para exigir o pagamento de subsídios em atraso, bem como as diuturnidades vencidas, e reivindicar melhores condições de segurança e higiene no local de trabalho.</li>
<li>Largas dezenas de <b>amas</b> participaram num protesto (16/Out), na sequência da entrada em vigor do novo regime que regulamenta a sua actividade profissional das amas e que, de acordo com o Governo, serviria para «abrir a actividade ao mercado».</li>
<li>Concentração (16/Out) dos <b>trabalhadores da aviação e aeroportos </b>com vista a defender uma aviação segura para todos, contra as perseguições, por melhores salários e horários mais justos e por um acordo colectivo para o sector.</li>
<li>Paralisação de 24 horas (21/Out) dos trabalhadores do <b>Metropolitano de Lisboa.</b></li>
<li>Manifestação (23/Out) dos <b>trabalhadores dos sistemas multimunicipais</b> onde a Empresa Geral do Fomento tem participação maioritária realizam para exigirem que não seja entregue a um grupo privado o domínio de dois terços do tratamento dos resíduos sólidos urbanos do País.</li>
<li>Greve (24/Out) dos <b>trabalhadores do sector da Saúde</b>, pelas 35 horas de trabalho semanal; horários e condições de trabalho dignas; contratação de pessoal para suprir as necessidades dos serviços; igualdade de direitos; direito à carreira, à respectiva revisão e progressão para todos; estabilidade de emprego; defesa do Serviço Nacional de Saúde; recusa da entrega dos serviços públicos de saúde a IPSS e misericórdias.</li>
<li>«Tribuna pública de denúncia, protesto e luta» (27/out) junto à sede da <b>Galp Energia</b>. Enquanto a empresa anunciava lucros de 236 milhões de euros, os salários estão congelados há vários anos consecutivos e há ataques sistemáticos a direitos importantes, como os regimes de reforma e de saúde. A administração preparava-se para entregar a empresas exteriores (em outsourcing) diversos serviços, em todas as empresas, incluindo as refinarias, o que constitui uma ameaça a centenas de postos de trabalho.</li>
<li>Marcha de milhares de trabalhadores da <b>Administração Pública</b> (31/Out), em Lisboa, contra a proposta de Orçamento do Estado que os deputados do PSD e do CDS-PP tinham aprovado na generalidade poucas horas antes. </li>
<li>Greve (31/Out) dos trabalhadores da <b>Fermentopão</b> (Beja) contra o pagamento irregular dos salários.</li>
</ul>
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<b>NOVEMBRO</b><br />
<ul style="text-align: left;">
<li>Greve 2-3/Nov) dos <b>técnicos de diagnóstico e terapêutica</b>, revelou, contra a sobrecarga de trabalho resultante da não substituição dos técnicos que se foram aposentando.</li>
<li>Greve (3-/Nov) dos trabalhadores da <b>Câmara Municipal de Arganil</b>, à última hora de serviço durante o mês de Novembro, pela semana de 35 horas.</li>
<li></li>
<li>Greve (3/Nov) dos trabalhadores da limpeza da empresa concessionária do serviço, a <b>Vadeca</b>, pelo pagamento de salários e suplementos.</li>
<li>«Queremos que a Vadeca pague os salários no último dia útil de cada mês e de uma só vez; pague os subsídios antes dos trabalhadores começarem as férias; cumpra com o pagamento do subsídio de alimentação e com os descontos, e pague o trabalho extraordinário conforme a lei», explicou o delegado sindical do STAD, para quem os sucessivos atrasos são intoleráveis, «daí esta primeira greve» e a perspectiva de nova paralisação em Dezembro, caso as reivindicações laborais não sejam satisfeitas.</li>
<li>Marcha (6/Nov) dos trabalhadores ferroviários no activo e reformados contra o roubo do direito ao transporte, expressando a indignação e protesto contra a actual política e Governo e suas consequências.</li>
<li>Greve de 24 horas dos trabalhadores (8/Nov) dos bares e restaurante do centro comercial <b>El Corte Inglés</b>, em Lisboa. A empresa não negoceia o aumento dos salários contratuais há quatro anos. A situação agravou-se com redução de pessoal, falta de reforço durante a presente época de Natal, não pagamento de horas suplementares, adiamento de férias e ameaça de anular o gozo do feriado, no Natal ou no Ano Novo.</li>
<li>Greve parcial dos (13/Nov) para protestar contra as deficientes condições de trabalho, onde 11 pessoas laboram num espaço exíguo, com zona da bilheteira inadequada e sem instalações sanitárias nesta.</li>
<li>«<b>Dia nacional de indignação, acção e luta</b>» convocado pela CGTP (13/Nov), com acções por todo o país: </li>
<ul>
<li>Greves e paralisações na <b>Cerdomus (</b>Aveiro); <b>Saint-Gobain Sekurit</b>, em Santa Iria de Azóia (Loures); <b>Rauschert </b>e na <b>Soplacas</b> (ambas no concelho de Cascais); na <b>Postejo </b>(Benavente); <b>Bosch, Delphi e Fehst</b> no Complexo Grundig (Braga); <b>Groz Beckert</b> (Vila Nova de Gaia); <b>Sakthi</b> (Maia); na <b>Inapal Metal</b> (Trofa), na <b>Kathrein Automotive</b> (Vila Real, com paragem total da produção), na <b>CAMO</b> (Vila Nova de Gaia); <b>Isporeco</b> (parque industrial da Autoeuropa); no <i>sector dos transportes</i>, incluindo CP Carga, oficinas da EMEF, SPdH (handling do Aeroporto de Lisboa), Metropolitano de Lisboa, Fectrans [incluindo cortes simbólicos da via, durante a tarde, nas estações de Santa Apolónia e Entroncamento, e um desfile no Porto]; no <i>sector têxtil</i> na <b>Huber Tricot </b>(Santa Maria da Feira) e na <b>Trecar</b> (Oliveira de Azeméis); na UNICER; entre os <b>trabalhadores da alimentação colectiva</b>, encerrando refeitórios de mais de quatro dezenas de escolas, mas também a área de serviço do Fundão, na A23, registando-se fortes níveis de adesão noutras, como a do Pombal, na A1, e a de Montemor-o-Novo, na A6, e também por completo o refeitório da Autoeuropa; os trabalhadores do Pólo Logístico Sul da Sonae (Azambuja); na a Misericórdia de Vila Nova de Gaia; na empresa municipal EGEAC (Lisboa); trabalhadores do <b>Castelo de São Jorge; </b>e de milhares de trabalhadores na <i>administração local </i>por todo o país; </li>
<li>Concentrações de trabalhadores da <b>Petrogal </b>e da <b>EFATM</b> (Sines), <b>Petrogal</b> e de empreiteiros na refinaria do Porto (Matosinhos); <b>Portugal Telecom</b>; junto às sedes da <b>Eurest </b>(Alfragide) e da <b>Gertal e Itau</b> (Matosinhos); sede do Pingo Doce; </li>
<li>Plenários de trabalhadores da <b>Multiauto</b> (Setúbal, Beja e Évora); no estaleiro da <b>Mitrena </b>(Setúbal); trabalhadores da <b>Lisnave e Lisnave Yard</b>; realizaram um plenário e desfilaram até ao edifício da administração, a exigir aumento dos salários.</li>
</ul>
</ul>
<ul style="text-align: left;">
<li>Concentração dos trabalhadores do <b>Casino do Estoril </b>à porta do Tribunal de Cascais (21/Nov), contra a demora do processo de despedimento colectivo iniciado pela Estoril-Sol em 2010.</li>
<li>Greve de 24 horas (14 e 21/Nov) na <b>Soporcel</b>, em Lavos (Figueira da Foz). Os trabalhadores, lutam em defesa de direitos relativos ao fundo de pensões e exigem resposta ao caderno reivindicativo.</li>
<li>Greve dos <b>enfermeiros</b> (14 e 21/Nov) contra a grande sobrecarga de trabalho, bem como pelo justo pagamento das horas trabalhadas para além do horário normal, a progressão na carreira e a reposição da semana de 35 horas.</li>
<li>Primeira greve do sector da Polícia Municipal visando exigir que a carreira, criada em 2000, seja reconhecida como especial e confira direito a um subsídio de risco, rompendo com uma situação em que os polícias municipais são tratados como assistentes técnicos.</li>
<li>Greve (24/Nov), nos <b>serviços comerciais e de revisão da CP</b>, contra o corte e congelamento dos salários que o OE 2015 preconiza; contra o roubo do direito ao transporte (concessões); pelo cumprimento integral do Acordo de Empresa; contra a redução de trabalhadores e pela reposição do efectivo; contra a redução das indemnizações compensatórias e das obrigações do Estado; pela revogação do Decreto-lei 133/2013 (que veio impor, no sector empresarial do Estado, o pagamento do subsídio de refeição, do trabalho nocturno, do trabalho extraordinário e das ajudas de custo e deslocações segundo os valores, substancialmente inferiores, que são pagos aos trabalhadores em funções públicas); e pelo pagamento das dívidas aos trabalhadores.</li>
<li>Acções realizadas por todo o País, de dia 21 a 25, contra o Orçamento do Estado para 2015, que os deputados do PSD e do CDS-PP fizeram aprovar, contra a política de exploração e empobrecimento e pela construção de uma alternativa. As acções culminaram com manifestação em Lisboa e concentração frente à Assembleia da República. Durante este período decorreram lutas Açores, Guimarães, Faro, Viana de Castelo, Beja, Castelo Branco, Porto, Aveiro, Évora, Portalegre, Viseu, Guarda, Leiria, Madeira, Coimbra, Grândola, Santarém, Lisboa e Setúbal.</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEkZ0nJHQIjt4yx-w6WhrgYIa68vD7s8gutoxIpvwqbLCiUixSs0X-bFQzvind4j1NTx-CXFAwVLb5CEdDEt9pTRCFi1dXp3P4In9H_w0Aeex2c5z4y12dPb5XoAkw95o-tUzk/s1600/get_img.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEkZ0nJHQIjt4yx-w6WhrgYIa68vD7s8gutoxIpvwqbLCiUixSs0X-bFQzvind4j1NTx-CXFAwVLb5CEdDEt9pTRCFi1dXp3P4In9H_w0Aeex2c5z4y12dPb5XoAkw95o-tUzk/s1600/get_img.jpg" height="212" width="320" /></a></div>
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<b>DEZEMBRO</b><br />
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<li>Greve (1/Dez) dos trabalhadores das <b>lavandarias hospitalares</b> da Região Centro, do SUCH (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), por aumentos salariais, pela reposição do valor do subsídio de alimentação, cortado há três anos, e pela negociação colectiva</li>
<li>Greve do pessoal da assistência em terra nos aeroportos (1/Dez) unindo os trabalhadores da Portway, da SPdH e das empresas de trabalho temporário, em defesa de um contrato colectivo de trabalho e exigência do fim da precarização do trabalho neste sector.</li>
<li>Manifestação (3/Dez), junto ao Meo Arena, trabalhadores subcontratados dos centros de atendimento (call centers) da <b>EDP</b>, a exigir a integração nos quadros da empresa. A trabalhar anos sucessivos através de empresas de trabalho temporário, os trabalhadores voltaram a reivindicar que, tal como são a voz da EDP quando atendem clientes, devem ser da EDP quando se trata de condições laborais.</li>
<li>Manifestação de trabalhadores da <b>EMEF </b>e de antigos trabalhadores da Sorefame (3/Dez) para alertar a população acerca do perigo que corre a empresa de manutenção e reparação do Grupo CP, colocada na mira do Governo como alvo de uma privatização que terá como consequência a sua destruição.</li>
<li>Greve de 24 horas e uma concentração (4/Dez) dos trabalhadores <b>Instituto da Segurança Social </b>frente ao Ministério da tutela, contra o despedimento de 697 pessoas e a garantia de um serviço com carácter universal, público e solidário.</li>
<li>Manifestação de milhares de trabalhadores da <b>Administração Local</b>, com concentração junto à Assembleia da República (4/Dez), contra o aumento do horário de trabalho e pelo cumprimento do direito à contratação colectiva, visando igualmente defender a autonomia das autarquias locais.</li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Conforlimpa</b> na Biblioteca Municipal da Amadora, após meses sucessivos sem receberem os salários a tempo e horas. Também os trabalhadores da limpeza da <b>Vadeca</b>, no Museu do Oriente, fizeram greve (5/Dez) por a empresa não ter pago os salários por completo até ao fim do mês. </li>
<li>Trabalhadores da <b>CP Carga </b>bloquearam a entrada do terminal da transportadora na Bobadela (5/Dez), em protesto contra as transformações que o Governo operou nestes centros de trabalho, com a sua passagem para a Refer.</li>
<li>Greve no <b>STCP</b> (9/Dez; Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) pelos direitos laborais e o serviço público de transportes, tendo por objectivo a manutenção da STCP, enquanto empresa de referência no País, no que concerne à prestação de um serviço público de qualidade.</li>
<li>Acção pública (10/Dez), na baixa de Lisboa, contra a regulação dos horários de trabalho, apontado como um dos mais graves impedimentos à <b>conciliação do trabalho com a vida pessoal e familiar. </b>Foram referidos o aumento da semana de trabalho na Administração Pública, de 35 para 40 horas; a imposição de «bancos» de horas; a negação do direito a horários flexíveis para mães e pais trabalhadores com filhos de idade até 12 anos.</li>
<li>Jornada de luta (12/Dez) dos <b>trabalhadores </b>do município <b>de Braga</b>, das empresas municipais, escolas e outros serviços, contra um novo regulamento interno e em defesa do regresso à semana de 35 horas. </li>
<li>Greve nas <b>minas </b>e concentração em Lisboa (16/Dez), contra mais graves prejuízos na antecipação da reforma, exigindo o alargamento do regime de antecipação aos trabalhadores das lavarias, dada a actividade de natureza penosa e desgastante.</li>
<li>Com greve convocada para todo o dia 16, o ponto alto da jornada nacional de luta será uma concentração junto ao Ministério da Solidariedade, do Emprego e da Segurança Social.</li>
<li>Greve na Exploração Operacional (17/Dez) no <b>Metropolitano de Lisboa</b>, provocando a paralisação da circulação e o encerramento das estações. Esta greve, tendo como primeiro objectivo a exigência da contratação de mais pessoal para a área da tracção e movimento, mas unindo-se aos objectivos mais gerais de luta contra a privatização da empresa, desencadeada sob a forma de subconcessão, pela contratação colectiva e dos direitos nela inscritos, e contra os roubos nos salários e pensões.</li>
<li>Greve na <b>Refer</b> (18/Dez), contestando a fusão da gestora da infra-estrutura ferroviária com a Estradas de Portugal, colocando aquela serviço dos interesses das PPP, que vivem à conta da empresa das estradas.Entre as reivindicações que motivaram a greve estão a defesa da Refer ao serviço da garantia de qualidade e segurança do transporte ferroviário, a preservação dos postos de trabalho, a reposição dos direitos (incluindo o direito ao transporte), a resistência à destruição da contratação colectiva, o combate aos cortes e congelamento de salários, o respeito integral do Acordo de Empresa.</li>
<li>Greve de professores PACC (prova de avaliação de capacidades e conhecimentos) (19/Dez). A FENPROF viu o colégio arbitral dar razão aos sindicatos quando recusou decretar «serviços mínimos».</li>
<li>Entrega (20/Dez) pela Fenprof, na residência oficial do primeiro-ministro, de mais de 20 mil assinaturas de docentes contra a «municipalização» da educação, contestando o processo de transferência, para os municípios, de competências que são actualmente da responsabilidade do Ministério da Educação.</li>
<li>Greve de 24 horas no <b>Metropolitano de Lisboa</b> (dia 22/Dez), a <u>oitava paralisação de 2014</u>, no quadro da luta contra a privatização, por via da subconcessão, em defesa do serviço público de qualidade, pelo cumprimento do Acordo de Empresa e dos direitos nele inscritos, contra os cortes salariais. </li>
<li>Trabalhadores da EMEG (22/Dez) deslocaram-se em protesto ao Min. da Economia, contra o perigo de ser adjudicada à Bombardier a manutenção da frota do Metro do Porto. O contrato de três meses, renovável, acabou por ser atribuído à EMEF.</li>
<li>Greve de 36 horas (23/Dez) dos trabalhadores do <b>Lidl </b>em Torres Novas, no Ribeirão (Braga) e na Marateca (Setúbal), para exigir actualização salarial, que não ocorre há quatro anos, e também a passagem aos quadros de todos os trabalhadores de empresas de trabalho temporário que prestam serviço em postos de trabalho permanentes, a equiparação das carreiras profissionais do pessoal dos armazéns às carreiras das lojas, a criação de um subsídio de frio para quem trabalha nas secções com temperaturas artificiais e a atribuição de dez por cento de desconto nas compras em lojas da rede.</li>
<li></li>
<li>Greve dos <b>enfermeiros</b> da Madeira (23/Dez) demonstrando a sua insatisfação e revolta pela falta de soluções para as suas difíceis condições laborais. </li>
<li>Greve dos <b>funcionários da cozinha da Unidade Local de Saúde da Guarda</b> (23/Dez) para exigir uma solução que acabe com as deficientes condições de trabalho. Há mais de um ano que a cozinha funciona provisoriamente em contentores, sem espaço suficiente para todo o pessoal e com outras deficiências.</li>
<li>De manhã, durante a greve, os trabalhadores concentraram-se à entrada do Hospital Sousa Martins e da sede da ULS da Guarda, no Parque de Saúde da cidade.</li>
<li>Greve dos trabalhadores da transportadora (24-25/Dez) <b>Scotturb</b>, que nas instalações da Scotturb na Adroana (Cascais), contou mais uma vez como a presença da GNR para impedir o piquete de greve de ultrapassar a “linha amarela".</li>
<li>Face à ameaça, de longe anunciada, de <b>privatização da TAP</b>, todos os sindicatos dos seus trabalhadores anunciam uma greve de 4 dias (27 a 30 de Dez.). Em resposta, o governo usam de calúnias e falsidades para acusar os trabalhadores, enquanto dão a entender que a sua posição de privatizar a TAP é inalterável. No dia 18, recorrem a uma requisição civil para forçar os trabalhadores ao trabalho. Face à pressão, alguns sindicatos aceitam o compromisso de conversações sobre o processo de privatização (não a privatização em si), e desconvocam a greve. Tal é rapidamente anunciado pela comunicação social como a desconvocação da greve, muito embora os sindicatos que representam a maioria dos trabalhadores -- Sitava (Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, da Fectrans/CGTP-IN), Sintac (Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil) e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil -- tenham mantido a greve contra a privatização, e avançado com pedido de impugnação da requisição civil.</li>
</ul>
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<span style="font-size: x-small;">† Por motivo de férias, a lista de final de ano é desta feita publicada uns dias mais tarde.</span></div>
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André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-78297740804883257842014-12-29T20:39:00.001+00:002014-12-30T10:23:48.719+00:00Novo ano<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqreRmwMBttVKmzNax9A3TH_xD5BHspiTcQtikPRQWtqdi77B-7j2mi1oCtL_KKlnITPJRwg2R6yp8hW1AJyLPah8IwmHNDLdTtE1f7L9Jq6yL9m65O9DJ7mctNx99Yr4xPq9D/s1600/revoluci%C3%B3n+cubana.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqreRmwMBttVKmzNax9A3TH_xD5BHspiTcQtikPRQWtqdi77B-7j2mi1oCtL_KKlnITPJRwg2R6yp8hW1AJyLPah8IwmHNDLdTtE1f7L9Jq6yL9m65O9DJ7mctNx99Yr4xPq9D/s1600/revoluci%C3%B3n+cubana.jpg" height="208" width="320" /></a></div>
Dizem... que não há alternativa, não há solução, não há saída, não há futuro. Ainda tenho a teimosia da esperança e confiança nos seres humanos, na sua capacidade de superação de dificuldades. A história humana revela muita crueldade e injustiça, mas também grandes avanços civilizacionais. O reconhecimento e consagração de direitos humanos, laborais, cívicos. A tendência para acabar com a escravatura, a desigualdade étnica e de género, o fim de regimes opressivos, como o nazi-fascismo e o Apartheid. São correntes ainda não extintas, mas cujas tentativas de renascer enfrentam a resistência dos que recordam e sabem que a opressão e desigualdade é um recuar tenebroso. A história tem também exemplos de construção de novas formas de sociedade. Não falo apenas do socialismo. A democracia burguesa representou um avanço face ao feudalismo e as monarquias. Cada uma representando um avanço face às anteriores. Faltam ainda passos, para uma sociedade efectivamente livre de injustiça, exploração, pobreza. Dizia Martin Luther King: "o arco do universo moral é longo, mas tende para a justiça". Com avanços e recuos, progredimos. E há muito ainda a alcançar. Mas não acontecerá por si só.<br />
Dizem... que 'eles' são todos iguais, corruptos, mentirosos. E com razão. Mas além do 'eles', há o 'nós' (este, com acento agudo). E nós somos mais, e temos a razão, a justiça, a história do nosso lado. A alternativa a este caminho de progresso civilizacional é um tombar na barbárie. É possível que tal aconteça. Em momentos parece até provável. Mas, teimosamente, continuo com esperança e confiança no 'nós'. No tu e ela, aquele, o outro de lá, este aqui, o fulano, o colega, o amigo, o parceiro, o camarada, o gajo, o que abre a porta para o vizinho, o que oferece o lugar à velhota, o que sorri sempre à sra. da caixa no supermercado, o que ensina, o que estuda, o que resiste e luta, os fieis depositários e guardiões do melhor que a humanidade tem para se oferecer. A avançar, só com a sua força e vontade, de forma organizada e consequente. E essa força humana que faz frente à barbárie. E por vezes a vence. Mas há também momentos gloriosos, momentos de reviravolta, de brilho.<br />
A caminho de mais um fim de ano, lembro-me do 1º de Janeiro de 1959, e o florescer da Revolução Cubana. Quem diria que nas barbas dos EUA iria brotar um país novo que foi capaz não só de resistir mais de meio século, como de criar uma sociedade que garante o acesso às necessidade mais básicas do ser humano, a saúde, educação, habitação, alimentação, a cultura. E ainda de partilhar esses frutos com países irmãos. Que grande celebração de ano novo que terá sido.</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-91800593716926168932014-09-11T11:54:00.002+01:002014-09-11T11:54:25.457+01:00Moedas para a Ciência, Investigação e Inovação <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEkD7vC-Wv1JznYMlhLl9IkDRAUeJDaOkux8J2VyUSRW_q49lXLP5KYc0VXQ_s42GJXNttRNIMdQX0phmwAa4PoIcjqcmwIwfa5VdaUCFibnjN5cGKxyM_KhF3d1e2JAlocYN1og/s1600/passos_coelho_e_carlos_moedas_0.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEkD7vC-Wv1JznYMlhLl9IkDRAUeJDaOkux8J2VyUSRW_q49lXLP5KYc0VXQ_s42GJXNttRNIMdQX0phmwAa4PoIcjqcmwIwfa5VdaUCFibnjN5cGKxyM_KhF3d1e2JAlocYN1og/s1600/passos_coelho_e_carlos_moedas_0.jpg" height="210" width="320" /></a></div>
Infelizmente o título não se refere a um reforço do financiamento para a Ciência, mas antes à nomeação de Carlos Moedas para Comissário Europeu para esse pelouro. Moedas tem um currículo revelador: trabalhou para a Goldman Sachs e para o Deutsche Bank. Até recentemente era Secretário de Estado Adjunto de Passos Coelho tendo sido um dos representantes nos encontros com a Troika. Embora licenciado em Engenharia Civil, todo o seu restante percurso foi na área da Gestão e Finanças.<br />
Moedas fez parte de um governo que aplicou as medidas de austeridade e cortes orçamentais ao Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN), gerido mais directamente pelo Ministro Nuno Crato e o director da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) Miguel Seabra. Só nos últimos dois anos, este governo aplicou cortes significativos ao financiamento dos projectos de investigação, às bolsas de investigação, às unidades de investigação e às universidades públicas (onde se realiza uma boa parte da investigação científica em Portugal), deixando o SCTN por um fio, e efectivamente deixando unidades de investigação e áreas de investigação científica asfixiadas. Acresce que todos os concursos para financiamento ficaram marcados por alterações a meio do processo, falta de transparência e arbitrariedade.<br />
<a name='more'></a><br />
Veja-se o processo em curso de avaliação (e financiamento) das unidades de investigação, que deixou metade delas sem financiamento ou com um financiamento que mal garantirá o seu funcionamento mínimo. O processo está revestido de tantos problemas que foi alvo de críticas por parte do Conselho de Laboratórios Associados, das Sociedades Portuguesas de Física, Química, Matemática e Filosofia, de Reitores das Universidade Públicas (incluindo um pedido de suspensão por parte do Reitor da Universidade de Lisboa), dos sindicatos dos professores e investigadores, da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) e dos próprios Conselhos Científicos da FCT. (vejam alguns dos comunicados no blog <a href="http://dererummundi.blogspot.pt/" target="_blank">de rerum mundi</a>.) Este concurso aliou a fixação de uma quota de unidades a receberem financiamento (algo que Crato teima em não admitir) com a política da <b>excelência</b>. Esta palavra é chave. É daquelas que precisam de aparecer em todos os discursos para dar um ar de modernidade. Mas a combinação destes dois elementos (quotas e "excelência") levou unidades de investigação a descerem de qualificação (desde a última avaliação em 2007, avaliação que recebeu elogios de boa parte da comunidade científica) sem qualquer justificação tangível. É um termo que não é exclusivo do nosso governo, mas está presente em todos os discursos neo-liberais relativos à ciência, pela Europa fora. O seu uso na Grã-Bretanha levou a uma resposta por parte do físico inglês Jon Butterworth ao estilo da excepcional série “Sim Sr. Ministro”:<br />
Diz o Ministro: “<i>claramente só devemos financiar a excelência. É inescusável financiar algo que esteja abaixo da média</i>.” Responde o eficaz e e experiente funcionário: “<i>Com certeza, Sr. Ministro. E devemos monitorizar anualmente. E sempre que houver algo abaixo da média, devemos cortar o seu financiamento</i>”. Aplicando esta "lógica" vai-se progressivamente desviando a distribuição de qualidade no sentido da (relativa) excelência, mas deixando sempre, pela força dos números, uma parte abaixo da média, considerada como medíocre. No limite, ficará apenas uma unidade, que sendo igual à média será... medíocre. O que não é excepcional não é medíocre! Sobretudo se a excepcionalidade é aferida por critérios que não é justo aplicar de igual forma a todos os países, a todas as áreas científicas. Se acham que exagero, vejam que a classificação de uma unidade de investigação como "Boa" significa que irá receber um financiamento de 5 mil a 40 mil euros anuais, o que mal dá para manter alguns centros abertos, quanto mais em condições para poder realizar trabalho que lhes permita no futuro melhorar sua avaliação. Para procurar apaziguar estas unidades, Crato anunciou que haverão seis milhões de euros a distribuir pelo 154 centros arredados da segunda fase. Isto repartido valerá de pouco. E isto sucede quando o governo recapitalizar o BES com 4,4 mil milhões de euros com dinheiros públicos.<br />
Esta política de austeridade aplicada à ciência vem reverter, se não mesmo anular, melhorias no SCTN verificadas entre 1995 e 2011: aumento no número de doutorados; aumento da produção científica e da sua qualidade; subida no investimento público e das empresas. (Não pensem porém que estou a fazer uma apologia da política científica dos governos PS sob a batuta de Mariano Gago. A verdade é que este foi o responsável por um SCTN assente na precariedade, incluindo o abuso da figura de bolseiro, e reformas e cortes sucessivos nos Laboratórios do Estado, guiando-os para a guilhotina, enfiando-lhes a cabeça, e faltando apenas deixar cair a lamina, algo que o governo de Passos Coelho está em processo de fazer, como o é o caso do Instituto de Investigação Científica e Tropical).<br />
Moedas terá cerca de 80 mil milhões de euros até 2020, um dos maiores programas orçamentais da Comissão Europeia, mas como aponta o <a href="http://www.pcp.pt/sobre-nomea%C3%A7%C3%A3o-de-carlos-moedas" target="_blank">PCP</a>:<br />
<blockquote class="tr_bq">
Agrava-se crescentemente o chamado fosso científico e tecnológico no seio da União Europeia. Países como Portugal continuam a comprimir o investimento nestas áreas e a verem reduzida a fatia do orçamento da UE de onde saía, até agora, a maioria dos recursos afectos à CT&I: os fundos estruturais e de coesão. Isto ao mesmo tempo que aumentou significativamente a dotação do Programa-Quadro de Investigação, o Horizonte 2020 – um programa que serve sobretudo os interesses das grandes potências e de algumas das suas grandes empresas e unidades de investigação, que absorvem o grosso dos recursos, e do qual Portugal é hoje contribuinte líquido, não conseguindo absorver sequer as verbas com que contribui.</blockquote>
O actual governo tem, também na área da Ciência e Investigação, promovido a emigração, de quadros formados com custos pelas famílias, com dinheiros públicos, quadros especializados que fazem falta para o desenvolvimento da economia nacional. Jovens que partem procurando prosseguir a sua carreira científica e não têm perspectivas de algum vez poderem voltar. No âmbito da ciência, a conversa sobre emigração é um pouco perniciosa, pois é verdade que ir para o estrangeiro, trabalhar junto de cientistas e laboratórios estrangeiros valoriza uma carreira científica, e poderia valorizar o sistema nacional se esses investigadores tivessem condições para regressar. Mas no actual contexto, esta emigração, como para a maior parte dos outros emigrantes, não é uma opção voluntária, é uma necessidade. É uma emigração que constituiu não só um ataque para muitos jovens, como um desperdício para o país e o hipotecar do SCTN e da possibilidade de desenvolvermos a economia nacional.<br />
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André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-79530074155443547072014-09-02T19:13:00.003+01:002014-09-02T19:13:27.174+01:00Tentativas de ilegalização do Partido Comunista da Ucrânia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Uma das ilustrações agudas do carácter anti-democrático do governo Ucraniano após o golpe de estado de Fevereiro de 2014, foi este ter rapidamente procedido a acções com vista à ilegalização do Partido Comunista Ucraniano (<a href="http://www.kpu.ua/" target="_blank">PCU</a>). Esta utilização dos mecanismos do Estado então apropriado, foram acompanhadas por ataques violentos e constantes a membros do PCU por parte das milícias fascistas.<br />
O processo judicial contra o PCU, de ordem administrativa e de momento ainda não criminal, foi instaurado pelo Ministério da Justiça e o Serviço de Registo Estatal da Ucrânia, a que se juntaram depois outras forças, incluindo o Svoboda (de orientação nazifascista, cujo nome significa "liberdade"). Dois juristas Portugueses, membros da Associação Portuguesa de Juristas Democratas (APJD), estiveram em Agosto em Kiev, em representação da <a href="http://www.iadllaw.org/" target="_blank">Associação Internacional de Juristas Democratas</a> (IADL) para assistir ao processo, e puderam prestar alguns esclarecimentos.<br />
<br />
<a name='more'></a>O processo foi na altura suspenso para permitir uma avaliação dos documentos apresentados. A próxima sessão será a 4 de Setembro. Mas é por de mais evidente a natureza da acusação e das pressões exercidas sobre o sistema judicial.<br />
O actual PCU tem as suas raízes do Partido Comunista da Ucrânia, parte do Partido Comunista da União Soviética, ilegalizado em 1991. Em 1993 foi reconstituído, após a Verkhovna Rada (a assembleia legislativa) ter de novo legalizado o estabelecimento de partidos comunistas. Em 1998, nas eleições para a Rada, obteve 19.5% dos votos, elegendo 121 deputados, e no ano seguinte o Primeiro Secretário do PCU, Petro Symonenko, obteve 38.8% dos votos na segunda volta das eleições presidenciais (perdendo para Leonid Kuchma). Nas mais recentes eleições para a Rada, elegeram 32 deputados (de um total de 450). Para que seja claro: o PCU é um partido legal, com deputados na assembleia nacional eleitos democraticamente.<br />
Entre os elementos usados pela a acusação estão declarações proferidas por dirigentes do PCU, incluindo o Primeiro-Secretário, e incluindo declarações proferidas no Parlamento, portanto no exercício de cargo democráticos. Entre as declarações da acusação encontra-se uma proposta de Simonenko no Parlamento para transformar a Ucrânia numa Federação, e que o Ministério da Justiça interpreta na acusação como um apelo ao “separatismo”. Outra: o apelo do PCU, por razões de segurança, para criar milícias populares que pudessem ajudar a polícia a assegurar a ordem e a tranquilidade públicas, é interpretado como um incentivo à sedição armada.<br />
Para corroborar estas interpretações, a acusação recorreu no tribunal a um instrumento permitido na Ucrânia, chamado «perícia linguística». À semelhança dos peritos forenses ou médicos, que prestam testemunho sobre a sua especialidade, os peritos linguísticos providenciam opiniões especializadas sobre a interpretação de declarações. Embora estas opiniões fossem admitidas como provas, o tribunal rejeitou o pedido do réu, o PCU, de incluir como prova os registos vídeo e áudio das sessões do Parlamento onde as declarações foram prestadas, para o que tribunal as pudesse avaliar e interpretar directamente. Segundo os membros da APJD: "esta é uma concepção inequivocamente fascistóide, pois significa que as pessoas já não são livres de se expressar como entendem na sua língua materna. Tudo o que dizem está sujeito a ser interpretado de forma enviesada por terceiros."<br />
Este processo político de tentativa de ilegalização do PCU, de judicial tem apenas a encenação. E mesmo esta com elementos cénicos delirantes. Na sala de tribunal – nas instalações de uma antiga creche – estavam 8 (!) câmaras de televisão, algumas permanentemente apontadas para a juíza. Eu escrevo até por extenso para que não haja margem para dúvida: oito câmaras; e ainda outros membros da Comunicação Social (rádio, imprensa e net).<br />
No exterior do tribunal, junto à entrada e de forma audível no seu interior, decorria uma manifestação "<i>onde se empunhavam bandeiras da Ucrânia e bandeiras nacionalistas, se gritavam palavras de ordem como «morte aos comunistas» e «comunistas para a forca» e se simulava o «enterro» do Partido Comunista da Ucrânia. (...) Foram atirados tomates e ovos contra a porta e paredes do tribunal , quer antes do início da audiência, quer durante a tentativa de um dos advogados de defesa do PCU falar à comunicação social.</i>" (Relatório do APJD). A juíza, nomeada para o caso pelo Ministério da Justiça, um dos autores do processo, que nada fez para estabelecer serenidade nas proximidades do, tinha de cada lado um elemento armado das forças policiais (para a proteger? a intimidar?).<br />
<i>Termino com um apelo dos membros da APJD, que deverá ser generalizados a todos os democratas: Temos de aumentar o nosso grito de alerta por parte dos advogados (de Portugal, de países da União Europeia e de todo o mundo) e se conseguirmos erguer um movimento de opinião pública internacional em defesa dos valores da liberdade e democracia podemos barrar-lhes o caminho e, neste caso concreto, impedir a ilegalização do PCU. Hoje são os comunistas, amanhã serão outros...</i><br />
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André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-52878283527919144702014-08-19T21:33:00.002+01:002014-08-19T21:33:29.638+01:00Ébola em perspectiva<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSkpg_4hj6qHwu7MOFkEBVcawi7AYtGppgeJr9BOnWGpDElwXIA5-uQoV1fKU8fmRkEdfB5V7aNmBKVui8QQtbjzZgkiUB1mI8_kEkqWlABM857oCXwSSxBIsMq6Z6oXvFyDeq/s1600/sierra-leone-west-africa-ebola.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSkpg_4hj6qHwu7MOFkEBVcawi7AYtGppgeJr9BOnWGpDElwXIA5-uQoV1fKU8fmRkEdfB5V7aNmBKVui8QQtbjzZgkiUB1mI8_kEkqWlABM857oCXwSSxBIsMq6Z6oXvFyDeq/s1600/sierra-leone-west-africa-ebola.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
Coloquemos o Ébola em perspectiva:<br />
- é uma doença tratável, cuja taxa de letalidade pode ser moderada a baixa mediante cuidados de saúde adequados;<br />
- não é muito contagiosa, sendo transmitida apenas pelo contacto directo com fluídos de um paciente que já manifesta os sintomas (não é contagiosa durante o período de incubação), sendo o contágio evitável através das boas práticas de higiene médica.<br />
Então porquê toda a histeria em seu torno? E se é tratável e pouco contagiosa, porque se propaga na África Sub-Saariana (AfSS)? A resposta tem em parte que ver com algo que o Ocidente teima em não querer enfrentar, pela responsabilidade que acarreta: a pobreza nesses países, incluindo a falta de acesso a comida, água potável, medicamentos e os cuidados de saúde, são o principal factor responsável pela alta taxa de doenças infecciosas e outros problemas?<br />
<a name='more'></a>Devo esclarecer que não pretendo menorizar o impacto da doença a título individual (é de facto uma doença horrível), nem o seu impacto sobre a saúde pública. Quero apenas colocar a questão em perspectiva e contrariar o alarmismo promovido pela a comunicação social ocidental que promove uma visão distorcida, por exemplo acompanhando as notícias sobre o Ébola sempre com imagens de pessoas usando fatos protectores, ou criando a sensação de ameaça iminente quando se pensa ter chegado a um dos "nossos" países alguém infectado, um alegado "Paciente Zero" num surto que se alastrará rapidamente. Os Estados reagem cancelando voos, e lançando novas medidas aduaneiras. Melhorar fariam, mesmo em termos de protecção da saúde dos seus cidadãos, em enviar médicos, medicamentos e outros material, e ajuda financeira para reforçar os sistemas de saúde na AfSS.<br />
<b>Cultura de medo</b><br />
Porquê então este empolamento em torno do Ébola? A primeira parte da resposta é geral: o capital, sua comunicação social e os Estados a seu mando só têm a ganhar com instaurar uma cultura de medo, seja ele dirigido contra inimigos genéricos (o crime, a droga, o terrorismo) ou específicos (a Síria, as lojas dos chineses). Instalado um medo genérico, os mais específicos são mais facilmente reforçados. O crítico é ir alimentando sistematicamente o clima de medo, mesmo que assente na distorção de factos (por exemplo, dando uma cobertura mediática ao crime violento desproporcional à sua incidência na sociedade). O medo permite não só justificar acções contra outros (uma guerra, sanção), como contra os direitos e liberdades individuais dos próprios cidadãos. O Ébola, em particular, favorece um discurso de "nós versus eles" relativamente à AfSS, não conveniente quando, por exemplo, se pretende limitar o fluxo de migração.A segunda parte da resposta é específica ao medo relacionado com a saúde, neste caso doenças infecciosas, um medo que favorece o sector farmacêutico e afins.<br />
<b>Gripe Suína de 2009</b><br />
Cabe recordar o sucedido em 2009, com a alegada pandemia da gripe suína (H1N1), que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar, em Abril desse ano, e pela primeira vez, uma "emergência internacional à saúde pública". O comissário da UE para a saúde aconselhou os europeus a adiarem todas as viagens não-essenciais aos EUA e México (onde foi primeiro detectada a gripe). Em Outubro, o Presidente Obama declarou uma emergência nacional. Por todo o Ocidente tomaram-se medidas de grande escala, incluindo a instalação dos aplicadores de gel desinfectante por toda a parte (quando uma boa lavagem de mãos já seria suficiente). Já durante o surto houve falta de gel, e houve vemos essas relíquias a cada canto. A encomenda de vacinas e anti-virais, em particular Tamiflu, foi de tal ordem que se esgotaram rapidamente, deixando as populações com a sensação que se encontravam desprotegidas perante um tsunami que se aproximava da costa.<br />
Hoje sabemos que a taxa de infecção e fatalidade não esteve muito longe de outras gripes sazonais (foram até abaixo, mas deve-se dar algum desconto devido aos problemas em distinguir a gripe suína das outras gripes sazonais nesse período). Mas certamente não atingiram um nível que tivesse justificado a reacção. «Mas vale prevenir que remediar». O velho ditado poder-se-ia aplicar, não fossem as evidências que a resposta por parte das instituições oficiais foram influenciadas por grupos de pressão (os vulgo <i>lobbies</i>) do sector farmacêutico.<br />
<b>O lobby farmacêutico </b><br />
Wolfgang Wodarg, responsável pela saúde ao nível do Conselho da Europa, acusou os produtores das vacinas e anti-virais de influenciarem a declaração de pandemia por parda da OMS (<a href="http://www.dailymail.co.uk/news/article-1242147/The-false-pandemic-Drug-firms-cashed-scare-swine-flu-claims-Euro-health-chief.html" target="_blank">ver</a>). Um terço dos peritos que aconselharam a OMS sobre a gripe tinham ligações à indústria farmacêutica, e cindo dos 15 especialistas do comité de emergência haviam recebido financiamento do sector ou tinham outras ligações (<a href="http://www.dailymail.co.uk/health/article-1302505/WHO-swine-flu-advisers-ties-drug-firms-Experts-linked-vaccine-producers.html" target="_blank">ver</a>). Só na Grã-Bretanha foram gastos mais de 1.2 mil milhões de libras no combate à gripe, a maioria para vacinas, sob a ameaça que pelo menos 65 mil britânicos poderiam morrer. O vírus foi responsável por 457 fatalidades, um terço do número causado pela gripe sazonal.<br />
O <i>lobby</i> da indústria farmacêutica é dos mais poderosos. Em 2012, foi revelado que gastava anualmente 40 milhões de euros (M€) ao nível da UE (face aos 3.4 M€ de grupos de interesse público), incluindo o emprego de cerca de 220 pessoas a exercerem pressão junto aos círculos de poder da UE (<a href="http://corporateeurope.org/pressreleases/2012/big-pharma-spends-over-40-million-year-lobbying-eu-dwarfing-public-health-ngos" target="_blank">ver</a>). Este é o total oficial, pois pode na realidade atingir os 91 M€, nível comparável aos EUA, onde é dos sectores que mais dinheiro emprega em <i>lobbying</i>. (O <i>lobbying</i> como um todo em Bruxelas é uma doença ao ritmo de mil milhões euros anuais, com cerca de 30 mil <i>lobbyistas,</i> quase um por cada funcionário ao serviço da Comissão Europeia.)<br />
<b>Voltando ao Ébola</b><br />
Face ao referido sobre a doença no início, entende-se que mesmo que alguém infectado entra-se num país ocidental, a menos que se ponha a vomitar e a cuspir sangue por cima de pessoas no metro, não irá infectar muita gente, nem se verá uma espiral de infecção. Apesar da degradação dos nossos sistemas de saúde, estes estão muito acima dos existentes na AfSS. O mais provável é ser levado a um hospital ocidental, diagnosticado e tratado, terá uma hipótese razoável de sobreviver, como aliás sucedeu com os ocidentais que estavam na AfSS e foram trazidos de volta para os seus países.<br />
Comparativamente a outras doenças, o Ébola em África tem até à data um impacto relativamente menor. Segundo <a href="http://www.huffingtonpost.es/adam-c-levine/dejad-de-preocuparos_b_5678586.html?utm_hp_ref=spain" target="_blank">Adam C. Levine</a>, na África sub-Sariana, nos passados 6 meses, enquanto o surto de Ébola causou a morte de mil crianças e adultos, quase 300 mil crianças e adultos morreram de malária, a pneumonia causou a morte de quase 300 mil crianças, quase 200 mil crianças morreram de diarreia, e mais de 400 mil crianças e adultos morreram na sequência de ferimentos, como acidentes automóveis. Porém, devido a sua sintomatologia – é uma doença hemorrágica – e ser relativamente nova, é natural que inspire um pânico, que as outras doenças não provoquem, pânico esse que está a ser promovido, o que nos remete às vantagens da cultura do medo.<br />
A atenção dedicada ao Ébola levou um painel ético da OMS a autorizar o uso de um soro experimental (ZMapp), que portanto não passou pelos necessários ensaios clínicos testando a sua eficácia ou efeitos secundários. Os seus produtores ficam assim isentos de esperar pela fase moroso normalmente exigida e podem vender o seu produto à Guiné, Serra Leoa, Libéria, Nigéria e outros, afligidos pelo Ébola. Cabe perguntar se os milhões necessários para comprar esta droga não seriam melhor empregues em meios menos vistosos e "avançados" como campanhas de prevenção e informação, construção de clínicas com condições para isolamento de pacientes, e aquisição de luvas, máscaras e outro equipamento básico que poderá também ser útil na prevenção e tratamento de outras doenças.<br />
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André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-33975656056953447612014-08-17T17:15:00.000+01:002014-08-18T17:21:46.807+01:00Jogos de casino viciados<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrxm0WGJDwVDyZ2-kZr-hqzf3nbbWNAOGZTnOGTpfQ1abGxupwpq6c_yWqMdIY8lcFB9_0FD9B5CWSLE8uCi8m44qMxbzHtjpHlaVP9_YMRCoA3TgcEyGUGlItWkfLy5RzHY-oXg/s1600/Money+laundering+story+image+-+three+monkeys.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrxm0WGJDwVDyZ2-kZr-hqzf3nbbWNAOGZTnOGTpfQ1abGxupwpq6c_yWqMdIY8lcFB9_0FD9B5CWSLE8uCi8m44qMxbzHtjpHlaVP9_YMRCoA3TgcEyGUGlItWkfLy5RzHY-oXg/s1600/Money+laundering+story+image+-+three+monkeys.jpg" height="97" width="200" /></a>O sistema bancário e financeiro em Portugal é um jogo de casino viciado, onde a "casa", ou seja quem deveria regular esse sistema, incluindo o governo, o Banco de Portugal (BdP) e a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), fecha os olhos, assobia para o lado, e faz pouco, tarde e mal.<br />
.<br />
<a name='more'></a><br />
Vejamos: o governador do BdP, Carlos Costa, afirmou a 3 de Agosto passado:<br />
<blockquote class="tr_bq">
"O Grupo Espírito Santo (GES) através de entidades não financeiras não sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, situadas em muitos casos em jurisdições de difícil acesso [os vulgo <i>off-shores</i>], desenvolveu esquemas de financiamento fraudulento entre as empresas do grupo. (...) esquemas deste tipo são muito difíceis de detectar."</blockquote>
Imagino que sejam difíceis de detectar. Por isso é que são usados. Mas suponho que essa será uma das tarefas dos organismos reguladores. Como escreve Eugénio Rosa, e muito bem, <b>se não sabiam, deviam saber</b>.<br />
Até porque tais esquemas não são novos, nem é necessário ir muito longe no espaço e no tempo. Em parte o colapso do Banco Português de Negócios (BPN) deveu-se precisamente ao facto de financiar "empresas" <i>off-shore</i>, que depois transferiam créditos para empresas do Grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que detinha 100% do BPN. Após se terem levantado perguntas, mas sem que tenha havido qualquer acção por parte do BdP, o BPN passou a usar o Banco Insular (BI), sediado em Cabo Verde e depois de 2003 tornado virtual. Num jogo de empresta e esconde, o BPN-Cayman e BPN-IFI financiava o BI (nas mãos de pessoas ligadas ao BPN/SLN), que por sua vez financiavam as empresas da SLN.<br />
A simbiose de um grupo empresarial com instituições bancárias, mesmo na presença de alegadas instituições reguladores, só pode favorecer a promiscuidade de oferta de crédito desmesurado (face à solvabilidade) da instituição bancária ao grupo empresarial, directamente ou por via de terceiros (4os, 5os, ...). No caso do BPN/SLN tal era evidente: Oliveira e Costa presidia as duas entidades. Mas para as entidades reguladoras responsáveis, cumprindo o seu dever, situações menos óbvias deveriam estar sobre cuidadoso escrutínio, constantemente. Mesmo sem envolver <i>off-shores</i> a ligação do BES ao GES era até óbvia.<br />
A ESI (Espírito Santo International), um holding de topo do GES (Grupo Espírito Santo), detinha 100% da Rio Forte, e através desta empresa a ESI detinha 49% da ESFG (Espírito Santo Financial Group), que geria o sector financeiro do GES, incluindo o BES e a Tranquilidade Seguros.<br />
De 2011-13, a ESI, contrariamente à prática normal, não foi objecto de auditoria por parte de uma empresa, mas sim a título individual, por Francisco Machado da Cruz, um membro da Ecofin, membro da direcção da Rio Forte e BES-Angola, e presidente do Espírito Santo Plaza (em Miami). Como se poderia esperar que a sua auditoria fosse imparcial?<br />
Acresce que as funções de auditor externo do BES (e empresas do GES) e Revisor Oficial de Contas (ROC) estavam a cargo do mesmo grupo, o KPMG. Como salientado por <a href="http://www.odiario.info/b2-img/BES_EugnioRosa.pdf" target="_blank">Eugénio Rosa</a>, esta situação de promiscuidade é a mais comum entre os bancos em Portugal, sendo a CGD a excepção. A separação destas funções é um importante garante da qualidade da auditoria. Saliente-se que esta concentração de funções só é possível com o aval do Bando de Portugal, que tem portanto responsabilidade pela existência de um sistema que promove a fraude.<br />
Torna-se evidente que podendo e devendo nós apontar os dedos aos bancos e empresas privadas, devemos igualmente culpabilizar as instituições que deveriam ter um papel regulador. Primeiro, por não cumprirem a sua função (e depois ainda terem o desplante de alegar desconhecimento). Segundo, porque as soluções que apontam, após o colapso do esquema de Ponzi, prejudicam directamente os cidadãos, a situação das contas do Estado, e a economia Portuguesa.<br />
Contrariamente ao que vêem assegurando, a solução para do "Banco Novo" vai claramente prejudicar as contas do Estado, o que depois virá certamente servir de justificação para mais medidas de austeridade. Vejamos, o "banco bom" [que eufemismo!] resultante da divisão do BES, vai receber 4.9 mil M€. Destes apenas 500 M€ virão do <a href="http://www.fundoderesolucao.pt/pt-PT/FAQs/Paginas/default.aspx" target="_blank">Fundo de Resolução</a>, um banco autónomo, criada por Vítor Gaspar em 2012 segundo orientações europeias, que conta com a participação de 79 bancos, instituições de crédito e outras instituições financeiras, e liderada pelo BdP e o Ministério das Finanças. Resultante das contribuições destas instituições e impostos extraordinários sobre o sector bancário, este Fundo tinha, no final de 2013, 182 M€ (ou seja, não tinha o suficiente para cobrir a sua parte de recapitalização do Novo Banco). E deste montante, muito provêm da CGD, ou seja o banco público, maior contribuinte do fundo. Donde virá o resto? [Este fundo é distinto do Fundo de Garantia de Depósitos. Sobres este fundo ver <a href="http://www.odiario.info/b2-img/BES_EugnioRosa.pdf" target="_blank">texto do Eugénio Rosa</a>.]<br />
O grosso desta recapitalização, 4.4 mil M€, virá do Estado, em particular de 6.4 mil M€ emprestados pela Troika. Este investimento será depois devolvido pelo Novo Banco ao Estado. Hah! Isso se arranjarem investidores. O cenário mais provável é que se consiga um valor inferior, tendo o Estado (nós) de pagar à Troika, e ir recebendo à medida que os bancos paguem ao fundo... Recorde-se a este respeito, as tentativas falhadas de privatização do BPN. Em 2010, deixando o concurso deserto, os potenciais investidores exigiram que o Estado aumentasse o capital social do banco em 500 M€ (já sob Passos Coelho veio a aumentar em 600M€). A Troika obrigou então o Estado a uma venda sem mínimo, colocando o prazo de final de Julho. Em 31 de julho 2011, foi vendido por 40 M€ [sic] ao Banco BIC Português. E um dos primeiros actos da nova instituição resultante da fusão do BIC pelo BPN, foi reduzir os capitais próprios no valor de... 40M€, valor esse usado para liquidar o empréstimo contraído para realizar a compra do BPN. Ou seja, na venda do "BPN bom" o Estado perdeu pelo menos 140 M€ (o preço base de venda), enquanto o BIC não gastou um tusto do seu dinheiro para o adquirir. Fomos nós que pagamos para que o BIC ficasse com o BPN! O total de encargos do processo BPN, incluindo o assimilar o buraco do "lixo" do BPN, pode ascender aos 7 mil milhões de euros, o equivalente ao que Portugal irá pagar este ano à Troika só em juros. E depois vêm com a ladinha que a culpa da crise são as famílias a viver para além das suas possibilidades...<br />
<br />
[<i>Nota: Mais que um artigo de opinião, esta é uma tentativa de fazer sentido das notícias sobre o BES/GES da parte que quem não tem formação em economia – como a maioria dos cidadãos –, sente dificuldade em acompanhar as notícias sobre o BES – idem – mas compreendendo a sua importância pretende neste ensaio organizar alguns apontamentos para começar a entender o que se passa, esperando humildemente que outros possam encontrar nestas notas também alguma clareza. Para tal foram muito úteis os textos de Eugénio Rosa e <a href="http://www.omilitante.pcp.pt/pt/311/Economia/582/O-escandaloso-caso-do-BPN.htm" target="_blank">Honório Novo</a>, entre outros.</i>]<br />
<br /></div>
</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-1310989838459704072014-08-08T17:16:00.000+01:002014-08-18T17:16:45.647+01:00O salta-pocinhas sem vergonha<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir9dz4lIZfgpmnxXmEsLWuQupLWiKCzCodsCfm1qMRHgbanxkQopQmF0BAJviZGZBsntgKspZdSJFbxKRJAOQsPVUxwZ_yW4tgJq9wgEn1xlJTLepRMmAq2GFK_UFbWDOyzHn35g/s1600/mainho+pinto.jpg" height="174" width="320" /></a></div>
Um dos factos marcantes dos resultados das últimas eleições para o Parlamento Europeu (PE) em Portugal foi sem dúvida os 7% atingidos pelo Movimento Partido da Terra (MPT), que elegeu 2 eurodeputados. Tal não se deveu à captação de eleitores em torno do programa e posições do MPT, mas ao efeito do seu cabeça de lista, Marinho Pinto (cujas opiniões teremos de deixar de parte por questões de tempo). <br />
<br />
Eis que passados apenas 7 dias depois de aterrar em Bruxelas, Marinho Pinto anuncia que irá abandonar o PE em 2015. A curta estadia deu-lhe já para entender que "o elemento agregador da Europa não está nos ideais nem nas políticas, mas no dinheiro. E eu não acredito numa organização toda construída em torno desse dinheiro".(<a href="http://www.noticiasaominuto.com/politica/260418/sete-dias-apos-chegar-marinho-pinto-anuncia-saida-de-bruxelas?utm_source=gekko&utm_medium=email&utm_campaign=daily">ver</a>) Infelizmente a sua perspicácia e sapiência política não lhe permitiram inferir essa realidade antes de se candidatar, envolver-se numa campanha e ser eleito. Foi necessário tudo isso, para depois da "experiência" de uma semana, anunciar que não iria cumprir o mandato até ao fim. <br />
<a name='more'></a><br />
Mais. Tendo acumulado essa <i>experiência</i>, fruto da vitória eleitoral que na altura descreveu como "vitória da humildade", pôde então concluir que "os problemas nacionais são mais graves do que os europeus" e que pretende candidatar-se à Assembleia da República "onde faço mais falta para resolver os problemas políticos dos portugueses, isto, sem prejuízo de, depois, poder também candidatar-me às presidenciais”. A humildade continua a operar.<br />
<br />
Das afirmações acima também se conclui que Marinho Pinto não crê que os problemas nacionais possam ser abordados ao nível europeu, ou que ele não teria capacidade para o fazer, cabendo então perguntar: porque se candidatou? Talvez Marinho Pinto tenha sentido que no quadro europeu o seu ego, tão agraciado durante a campanha para o PE, e tão enaltecido com a vitória do MPT, não iria receber o "merecido" destaque deste auto-nomeado "Dom Sebastião". <br />
<br />
Marinho Pinto aproveitou ainda a ocasião para considerar "vergonhoso" os salários dos eurodeputados, que podem chegar aos "17 mil euros/mês", mas esclarecendo que ele não tem vergonha de os receber pois “Sou pobre[!!], preciso do dinheiro, tenho uma filha no estrangeiro.” (Sr. Marinho Pinto, há outros eurodeputados que com orgulho dispensam uma boa parte dessa mordomia e a entregam ao partido nos qual os eleitores declararam confiar.)<br />
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Este seria apenas mais um episódio no circo político português não fosse ilustrativo do crescente protagonismo de figuras populistas (como o Isaltino, a Fátima Felgueiras), e toda uma distorção do nosso sistema político e eleitoral, do qual se aproveitam os partidos do Bloco Central. Refiro-me às vozes que reclamam o fim dos partidos e eleições uni-nominais.<br />
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Voltemos atrás às eleições europeias de 25 de Maio. Porquê tantos votos no MPT? Devido à sua plataforma política ou terão muitos eleitores "desiludidos" com outras forças políticas encontrado eco na retórica de Marinho Pinto? Quantos dos eleitores que "votaram" em Marinho Pinto conheciam efectivamente o programa do MPT? Um facto relevante já que devido à afluência de votos no MPT, o segundo da lista também foi eleito euro-deputado. Quantos saberiam quem era essa figura, ou a do terceiro na lista, que após a saída de Marinho Pinto irá para o PE? <br />
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Haverão ainda (poucos certamente) eleitores "históricos e afiliados" do MPT que tendo ficado satisfeitos com a simbiose com Marinho Pinto, sintam agora até um certo alívio. Recorde-se que devido às opiniões de Marinho Pinto contra a adopção de crianças por casais do mesmo sexo, o MPT nem tem pode integrar o grupo do PE os Verdes, ao qual naturalmente pertenceria.</div>
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Nos actuais moldes, os eleitores fazem muito mal em ir a reboque dos cabeças de lista e abdicarem de conhecer e reflectir sobre os programas políticos dos partidos e movimentos que vão a votos. Neste caso, que não votavam em Marinho Pinto, mas no MPT. Noutro caso, que não votam em Seguro ou Costa para candidato a primeiro ministro. Ou ainda que, nas legislativas, não votam nesses cabeças para primeiro ministro, mas sim num partido que os represente na Assembleia da República (AR) e contribua para formar governo ou trabalhar na oposição.</div>
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Um voto consciente num Partido e seu programa dá garantes que eleições uni-nominais em torno de personalidades não podem oferecer. Não obstante a importância das características pessoais de um cabeça de lista, como possível futuro líder, estes são seres humanos, indivíduos, que podem sofrer de mudanças de opinião e plano de vida, obedecendo não à força dos argumentos e factos, mas a objectivos e ambições individuais. Se o voto dos eleitores foi apenas no cabeça de lista, e não no partido que este encabeçava, o seu voto fica defraudado se o cabeça de lista... achar que afinal não era isto que queria fazer. Se o voto foi no programa eleitoral, os representantes mudam (eventualmente as características pessoais dessa representação também), mas há a garantia de continuidade da defesa do programa político. O representante muda porque optará por fazê-lo, por razões de coerência, ou porque o seu partido ou lista eleitoral – que defende o voto do eleitor num programa político – o fará substituir.</div>
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Dirão os defensores das eleições uni-nominais, que caso um candidato decida abandonar o cargo, haverão novas eleições, que não se dariam nas mesmas condições de oportunidade para discussão e confronto de ideias que as eleições regulares. Mas voltamos à questão da fulanização dos cargos parlamentares, como é o caso do PE e AR. (Naturalmente que a questão é diferente para um cargo como o Presidente da República.) E, por muito que queiram distorcer o processo de nomeação de governo, as eleições legislativas para a AR não são eleições para governo e muito menos para primeiro-ministro. Para eleições parlamentares, muito embora as características pessoais dos elementos na lista sejam relevantes, deve ter primazia o programa político dos partidos e movimentos que vão a eleições. </div>
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Há ainda quem afirme que os partidos são corruptos. Mas podem tirar o cavalinho da chuva se acham que o problema da corrupção na política se resolve com eleições em torno de individualidades. Basta ver o poder e influência dos lobbies e pressões económicas dos eleitos para o Congresso nos EUA, que embora pertençam formalmente a "partidos", são nomeados directamente pelo seu eleitorado, mas tendo na prática liberdade de voto, decidem em função de quem os financia. Um maior fulanização das eleições só convida mais corrupção e jogos de influência favoráveis aos que detêm o poder económico. O voto através de partidos é neste respeito também um garante. Ou melhor, pode ser. Há claro partidos corruptos, partidos que pela sua natureza de classe, pela influência intrínseca exercida pelo poder económico, facilmente abandonam promessas feitas aos eleitores para cumprir vontades individuais e empresariais. E infelizmente, em Portugal, apesar da experiência nas últimas décadas ter demonstrado claramente quais são esses Partidos corruptos – os que abdicam dos interesses nacionais para impor programas supra-nacionais, os que abdicam das promessas aos eleitores para prestar favores aos amigos influentes, os distorcem a lei e a Constituição – esses partidos continuam a receber votos e a serem considerados como os membros exclusivos do "arco da governação".</div>
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O problema do nosso sistema político não está no sistema de partidos, no nosso sistema eleitoral, nem no número de representantes na AR, nem nos princípios consagrados na Constituição da República (CR). O problema está na natureza de classe e ideologia dos principais partidos que têm governado o país, nas personalidades que o compõem, e no poder económico-financeiro nacional e internacional a que obedecem. Corrigir essa doença não passa por abandonar os partidos e formar movimentos de individualidades sem programas claros, por reformar o sistema eleitoral, diminuir o número de deputados na AR, ou rever a CR. Veja-se quem lança estas propostas. São pessoas com ambições individuais, atraídos pelo esplendor das câmaras, deleitados com o som das suas vozes, mas indispostos a se diluírem num organização que não dominariam. Ou os que estão dispostos a trocarem sua individualidade pelo protagonismo e poder, disponibilizando-se a cumprir o programa de outros, mais influentes. Estes são os que têm circulado pelos arcos do poder, e que apenas o querem solidificar. Continuar a governar, mas sem o empecilho de uma oposição consequente na AR. Os mesmos que prefeririam governar sem mesmo ter que obedecer à base de militantes remanescentes dos seus partidos. Os que num piscar de olhos abdicariam de uma democracia, sob o alegado pretexto de a aprofundarem. O problema da qualidade dos governantes e das políticas que impõem está precisamente na qualidade dos fulanos e no incumprimento do programa da CR, na ausência de um Presidente da República que salvaguarde a sintonia entre o eleitorado e eleitos (no momento presente, demitindo o Governo), na falta de um genuíno debate político em torno de eixos programáticos, na falta de numa comunicação social aberta e crítica, na falta de uma democracia participativa. </div>
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André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-41887576739749635292014-07-18T17:18:00.000+01:002014-08-18T17:18:52.403+01:00Voo MH17 abatido<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0bNjR6s56tcjISa9jwhFBbWk65KE5utP-mdtC0pmb72-ug9JfEOQBSjq5zlRBfDuJBsgrHDvjr_JoiGn_lnwGuUHeY-fMzBqR6-U7N2AYQ-dBpoPq1VKowZ8rJM5P3ZH5QPwPAA/s1600/539px-Buk-M1-2_9A310M1-2.jpg" height="320" width="287" /></a>Já começam a chover notícias que o voo da Malásia Airlines que sobrevoava a Ucrânia a 10 quilómetros de altitude foi abatido por um míssil.<br />
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A morte dos passageiros é inquestionavelmente trágica. </div>
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Mas já começa a chover insinuações e dedos apontados, vídeos supostamente fazendo uma ligação entre "separatistas" russos e o governo russo, que criam um sério risco deste incidente se tornar numa última gota que fez transbordar o copo, transformando o conflito na Ucrânia em algo mais vasto. Há necessidade de um inquérito, transparente. Mas também que a cobertura da comunicação social possa ser isenta e crítica, e não meros porta-vozes governamentais ou de interesses monopolistas. O exemplo da escalada entre o 11 de Setembro e a invasão do Iraque, com mentiras e manipulação papagueada ruidosamente pelos media dominante, é motivo suficiente para que as especulações e acusações, com alegado suporte, que já andam a circular sejam recebida no mínimo com perguntas.<br />
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A cobertura da situação na Ucrânia já não premeia pela isenção de factos e linguagem, começando pelo mascarar do peso das forças de extrema-direita e nazis no golpe do início do ano, seu papel no actual governo, suas campanhas de intimidação e violência. Com isto não estou a passar qualquer atestado de benevolência às acções violentas por parte de ucranianos de etnia russa, apenas a recordar como o tratamento das partes em conflito por parte dos média ocidentais não tem sido imparcial, ou para ser mais directo e evitar a dupla negativa, como têm sido parciais.<br />
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Uma questão a estabelecer é quem foi responsável pelo abate do avião, e se houve algum apoio ou cobertura por parte de governos estrangeiros. Ora, já vou vendo por extenso acusações de que foram "separatistas", o <a href="http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4035324" target="_blank">DN</a> já refere que o «Serviço de Segurança Ucraniano publicou gravações de áudio, cuja veracidade não foi possível comprovar pelos media ocidentais, entre rebeldes pró-Rússia e militares russos». A Ucrânia acusa os russos e Rússia, idem os falcões nos EUA, incluindo a Hillary Clinton (falcões que enfrentavam dificuldades recentemente em prosseguir a sua ofensiva contra a Rússia). Posso ser acusado de cinismo face à tragédia, mas não engulo esta facilmente. E nem seria preciso para tal recordar as evidências de que foram forças de extrema-direita que abateram a tiro manifestantes na praça Maiden, para depois acusar as então forças de governo.<br />
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Um conselheiro do Ministro do Interior Ucraniano, Anton Gerashenko, acusa Putin de cinismo, mas informou também que o voo comercial foi atingido por um lançador de misseis Buk (ver foto). Ora não estamos portanto a falar de um lançador de granadas nem de um sistema anti-míssil portátil, que as forças russas na Ucrânia têm efectivamente usado durante os recentes conflitos para atingir helicópteros e aviação militar. Tais armas não seriam capazes de chegar à altitude do voo MH17. Estamos a falar de um sistema que não é típico de um força miliciana. Que não atravessa facilmente uma fronteira sem detecção (caso a Rússia tenha fornecido os "separatistas" como alegado). A confirmar-se ser este sistema o responsável, a sua proveniência será fácil de estabelecer. Venha o inquérito, mas que prevaleçam as cabeças frias.</div>
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André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-43959891325788268792014-07-14T17:17:00.000+01:002014-08-18T17:17:45.847+01:00Um governo com política de esquerda é possívelNum artigo publicado no Expresso, Daniel Oliveira, a propósito do último episódio de fragmentação do Bloco de Esquerda, declara que: «A esquerda precisa de quem seja duro de roer mas saiba chegar a compromissos.» Neste caso não se trata do compromisso de direita, a que episodicamente o Presidente Cavaco pisca o olho, entre os partidos da troika nacional, CDS+PSD+PS, mas a um compromisso entre um destes partidos, o PS, e os partidos, movimentos e personalidades de esquerda. DO não é o única a critiar estes elementos pela falta de alianças à esquerda. Os argumentos são diversos: ortodoxia, inflexibilidade, intransigência, ou à falta de um programa de governabilidade, ou, por mim (a razão mais absurda) à falta de vontade de governar, preferindo estar "no contra".<br />
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A primeira realidade a compreender é que uma aliança que constitua uma verdadeira alternativa governativa de esquerda tem de ser composta por forças comprometidas com uma tal política, havendo alguns pontos fundamentais, de princípio e acção, comuns. Isto parece evidente, contudo muitas das discussões sobre governos de esquerda partem do princípio que tal governo envolve o PS e comete dois erros incontornáveis: (1) o principal responsável por falta de aproximação entre o PS e a sua esquerda não é são estas forças mas a política do próprio PS. Não há nada que indique que o PS (com Costa ou Seguro) pretenda seguir uma política de esquerda, assente na generalizada qualidade de vida dos portugueses, na dignificação do trabalho, no desenvolvimento de Portugal e defesa da soberania da nossa democracia, contra as imposições da UE e do capital internacional. O discurso do actual PS prossegue alinhado com o neoliberalismo. Tal é reflectido nas suas propostas na oposição e na sua acção no poder local e no Parlamento Europeu. O estilo dos líderes políticos do PS tão pouco revela qualquer indicação que a sua presença no governo não iria resultar no mesmo nível de nepotismo e submissão ao capital financeiro a que nos habituou no passado. Assim, não é de admirar que forças à esquerda não estejam disposta a declarar em abstracto um abertura para alianças com o PS. O PS não se tem afirmado verdadeiramente aberto a uma ruptura com a actual política. Apenas se mostrado ambição para governar. Porque haveria a esquerda de assinar um acordo em branco, com um PS que não tem dado razões para merecer confiança.<br />
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(2) Uma aliança entre o PS e as forças à esquerda não se deve à falta de interesse de criar uma alternativa por parte das forças da esquerda, mas sim do próprio PS. O PS (de Costa ou Seguro) não quer governar em coligação. Enquanto achar que tem a hipótese de governar sozinho, em maioria absoluta ou relativa, a sua estratégia eleitoral não irá contemplar qualquer abertura a coligações com forças políticas. Quanto muito irá quer absorver notáveis, bons para umas fotos. Mas nunca ninguém que efectivamente possa ter um impacto nas decisões programáticas. A sua noção de aliança corresponde não a uma simbiose, mas uma osmose. Vem, entra, trás os votos, tiramos uma foto, mas deixa as ideias à porta.<br />
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Outros elementos, estes raras vezes apontado pelos fazedores de opinião sobre a dificuldade de aliança à esquerda, como o anti-comunismo de várias estruturas à esquerda. Qualquer analista objectivo tem de admitir que uma efectiva frente de esquerda tem de incluir o PCP, pela sua importância, influência, experiência, propostas e ligação à sociedade portuguesa. Como se pode esperar que haja diálogo entre estruturas que praticamente se definem como anti-comunistas? Mas esta não é uma doença apenas dos anti-comunistas. Como se pode acreditar verdadeiramente na vontade e aptidão para unir a esquerda por parte de quem fragmenta mais a esquerda, abandonando organizações que já alegavam querer unir a esquerda? E que pensar ando algumas destas estruturas se criam meramente com ambições eleitorais, por vezes até centradas numa única personalidade política? Estas experiências são tentativas de convergência, de construção de partes de uma futura tendência numa aliança, ou servem apenas como promoção pessoal?<br />
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A boca de que os governos à esquerda, fora do "arco da governação" não querem governar, porque propõe programas "irrealistas", não merece resposta. Partem de quem não tem imaginação e abertura intelectual, de quem não acompanha a diversidade da realidade nacional e internacional, da história, de quem está preso à dogmas sem sequer o reconhecer, de quem nem admite a esperança ou a necessidade de algo diferente.<br />
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Um último comentário, este dirigido não aos opinadores, mas aos eleitores, os que padecem da maleita do voto útil: eu só voto em quem pode governar, e só pode governar quem já governou, ou que pode atingir não sei quantos por cento. Esta maleita parece atingir mais os eleitores de esquerda que os de direita. Se os eleitores do CDS-PP pensassem em termos de voto útil, esse partido nunca teria participado em governos, em coligações com o PS ou o PSD. A diferença deve-se à maior abertura do CDS em formar coligações, capacidade que está ausente das forças à esquerda do PS, ou deve-se pelo contrário à maior abertura e facilidade das forças do bloco central em aceitarem condições ditadas pelo CDS, ou sejam procurarem convergência à direita? Um eleitor de esquerda já desencantado pelo PS, mas que julga que as forças à sua esquerda não poderão fazer parte do governo, e portanto vota "útil", está simplesmente à render-se ao paleio bipolarizante e de alternância do PS. Se a vontade do eleitor é uma alternativa de esquerda, um voto no PS é um voto perdido. Votar num PS para ter maioria ou no PSD é meramente uma escolha entre Pepsi e Coca-Cola. Uma efectiva alternativa incluindo o PS só poderá suceder quando este estiver em minoria, e quando simultaneamente houver um movimento social forte exigindo uma ruptura e um resultado eleitoral forte das forças à esquerda do PS. Num quadro meramente eleitoralista, admito que uma viragem à esquerda mesmo neste cenário seja irrealista (e não é certamente a ideal; excluo aqui a possibilidade de uma maioria de esquerda sem o PS), mas esse irrealismo não se deve à improbabilidade de significativos resultados à esquerda do PS, mas antes à disposição do PS para romper com seu trajecto de direita, reconhecer a necessidade de ruptura, abandonar o tachos e disponibilizar-se para convergências. Queira o PS respeitar uma importante porção do eleitorado e propor verdadeiramente políticas alternativas, queira esse PS negociar com outras organizações numa base de respeito pela autonomia, então certamente encontrará forças à sua esquerda dispostas a contribuir para o desenvolvimento e soberania do país.
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-14726779732793257542014-06-04T17:20:00.000+01:002014-08-18T17:21:08.817+01:00Roda bota fora<a imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnj46beZdSJAy9f40xVLZwUS9rC05SEMRx1sNSsvTE4QipBO5HbqofvU4HbjGAVk61x4IxBiyHrYb9li2p13E1aY4yoMdlnDFjuNOUvqoe0FP5LgmsvMg6Vp5pq34WCJjGVHNpjA/s1600/dan%C3%A7a.jpg" height="120" width="320" /></a>A 25 de Maio decorrem as eleições para o Parlamento Europeu. Devem ser também um sufrágio sobre as políticas do governo PSD/CDS, até porque as suas políticas nacionais são indissociáveis das políticas da União Europeia e do pacto de agressão da Troika. Os partidos do governo devem, têm de sofrer uma derrota eleitoral. Mas há que não esquecer que estas políticas da UE tiveram o apoio de toda a troika nacional, dos partidos do governo juntamente com o PS.
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Cada vez mais os eleitores compreendem como as políticas decididas na UE têm implicações directas e dramáticas na política nacional. Por isso mesmo, não devem permitir que o PS faça uma campanha para o PE assente na crítica do governo, como se o PS não fosse co-responsável pelas políticas europeias, como se não fosse também ele signatário do pacto de agressão, como se o PS não tivesse sido obreiro da integração de Portugal numa UE dominada pelos interesses do capital, apoiando os tratados nos quais esta UE assenta.<br />
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Pode até dizer-se que o PS é o principal partido nacional responsável pela integração e pela construção desta UE. O PS foi também cúmplice da ausência de referendos nacionais para sufragar a posição do eleitorado sobre passos tão estruturantes da construção da UE como o Tratado de Lisboa, que decorreu durante a presidência Portuguesa da UE e um governo PS.<br />
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Se é verdade que pouca diferença existe entre as políticas nacionais de governos PS e PSD – políticas que têm necessariamente de convergir pois também o PS apoiou na UE políticas, como o Tratado Orçamental, que limitam o espaço de manobra e soberania nacional – é ainda maior a identidade entre estes dois partidos nas suas votações no PE. Estes são mesmo indistinguíveis no seu apoio às decisões no PE sobre matérias tão importantes como o Euro, o Banco Central Europeu, os grandes tratados da UE (de Maastricht a Lisboa), o «Semestre europeu», etc.<br />
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O PS procura afirma-se como a «mudança». Se já enfrenta dificuldade em demarcar-se do PSD nas políticas nacionais, essa demarcação não tem qualquer fundamento no que toca à prática dos seus eleitos no PE ou nos seus apoios às políticas da UE. Há razões reforçadas para rejeitar categoricamente o discurso de «mudança» que o PS propõe para estas eleições. A eleições para o PE devem ser o momento de afirmação de qual a UE que queremos. De afirmação da soberania nacional. Da autonomia dos Portugueses em decidirem o seu próprio futuro, de acordo com os seus interesses, livres do jugo dos interesses dos pesos pesados da UE e do grande capital financeiro. Tal implica também infringir uma derrota ao PS, arquitecto desta UE. E reforçar o apoio à única força nacional que no PE se tem demarcado claramente deste processo, avançando com alternativas concretas e realistas, a CDU.
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-1230223962081575632014-05-01T00:30:00.000+01:002015-01-07T10:48:52.525+00:002014 ano de luta<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
2014 já se caracteriza por uma intensa luta de trabalhadores, incluindo a persistência das lutas dos sectores dos transportes; das grandes manifestações de alguns sectores, como os bolseiros de investigação aos os agentes de segurança, agricultores, pensionistas e reformados; assim como, grandes jornadas nacionais de luta, culminando nas grandes manifestações do 25 de Abril e 1º de Maio. E a luta irá prosseguir, anunciando-se lutas intensas nos meses de Maio e Junho, com grandes manifestações nacionais a 14 de Junho, em Lisboa e Porto.<br />
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Esta compilação vem na sequência das de anos anteriores. Baseiam-se numa recolha de notícias do jornal <a href="http://avante.pt/">Avante!</a> e sítios sindicais. É portanto incompleta, mas já dá ideia da intensidade da luta. (ver <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2006/12/maio-paralizao-de-3-horas-dos.html">2006</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2007/12/2007-um-ano-de-luta.html">2007</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2009/01/2008-um-ano-de-crescente-luta.html">2008</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2009/12/2009-ano-de-luta.html">2009</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2010/05/2010-mais-um-ano-de-luta-intensa-do.html">2010</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2012/02/ano-de-austeridade-ano-de-luta.html">2011</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2012/12/lutas-de-2012-2-parte.html">2012</a>, <a href="http://jangada-de-pedra.blogspot.pt/2013/12/2013-em-revista-ano-de-luta-sem-merce.html">2013</a>)<br />
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<b>JANEIRO</b><br />
<ul style="text-align: left;">
<li>Greve dos dos trabalhadores das <b>autarquias de Lisboa</b> contra os ataques aos trabalhadores, a transferência de competências da Câmara Municipal de Lisboa para as freguesias e a ameaça de privatizações de serviços (semana de Natal até 5/jan) </li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Linha Saúde 24 </b>e concentração à porta dos centros de atendimento de Lisboa e do Porto, em protesto contra os despedimentos em curso, que consideram ser uma "retaliação clara por parte da empresa por estes trabalhadores não terem aceitado a redução salarial e exigirem um contrato de trabalho em vez do ilegal falso recibo verde".(4/Jan) </li>
<li>Prosseguem as lutas no sector dos <b>transportes</b>: dia 7, os trabalhadores da <b>Rodoviária do Tejo</b> fazem greve e concentram-se em Torres Novas, pelo aumento dos salários e contra a caducidade do AE; greve dias 9 e 10 na <b>Barraqueiro Ribatejana</b> exigindo o fim da discriminação e aplicação do descanso compensatório, o aumento dos salários e a melhoria das condições de trabalho; mantêm-se greves ao trabalho extraordinário na <b>EMEF</b>, na <b>CP Carga </b>e na <b>CP</b>; greve no <b>Metropolitano de Lisboa</b> (23/Jan). </li>
<li>Um aumento salarial de 30 euros, com efeitos ao primeiro dia deste ano, foi conquistado na <b>Vidromor</b>, em Montemor-o-Novo. A reivindicação fazia parte do caderno reivindicativo aprovado pelos trabalhadores e apresentado à empresa em Dezembro. </li>
<li>Na loja da <b>FNAC</b> na Guia (Albufeira), voltaram a ser colocados assentos para os trabalhadores em todos os balcões, informou o CESP/CGTP-IN. A direcção da loja tinha decidido retirá-los, alegando que trabalhar em pé resultaria em maior produtividade, mas teve que recuar, após intervenções dos trabalhadores e do sindicato. </li>
<li>Dois meses depois de ter sido despedido, sob uma falsa acusação, um trabalhador da Rádio Popular e dirigente do CESP foi readmitido, depois de responder ao processo disciplinar. A empresa tentou acordar com o trabalhador uma compensação monetária para que prescindisse do posto de trabalho, mas a iniciativa patronal saiu frustrada. </li>
<li>A <b>Renoldy</b>, em Alpiarça, foi autuada pela Autoridade para as Condições do Trabalho por ter feito a substituição de um trabalhador em greve, durante a paralisação geral de 27 de Junho do ano passado. </li>
<li>Os trabalhadores da <b>Imprensa Nacional Casa da Moeda</b> concentraram-se (22/Jan) frente ao Ministério das Finanças, no quadro da luta em defesa dos Serviços Sociais e cumprimento do Acordo de Empresa. </li>
<li>Vitória dos distribuidores da <b>Pizza Hut</b>, a quem a Ibersol pretendeu reduzir a contrapartida por cada entrega ao domicílio, de 1,17 euros para 67 cêntimos. Os trabalhadores avançaram para a greve, no dia 24, quando a medida iria entrar em vigor. Com adesão praticamente total em grande parte das lojas, umas dezenas de trabalhadores deslocaram-se nas suas motos de trabalho à sede da empresa e esta acabou por suspender o corte, comprometendo-se a iniciar um processo de negociação com o sindicato. </li>
<li>três horas diárias de greve (21-25/Jan) dos assistentes operacionais de acção médica do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (hospitais da Universidade, dos Covões, Pediátrico, Centro Hospitalar Psiquiátrico e maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos) pelo cumprimento da organização dos horários por turnos (prevendo jornada contínua em todos), o fim do «banco» de horas e dos «saldos negativos», o cumprimento da carga horária diária e semanal e do direito a folgas e descanso complementar. </li>
<li>Grande manifestação de <b>bolseiros de investigação</b> e outros membros da comunidade científica, junto à sede da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), em Lisboa, com o lema «Contra os cortes na Ciência e no Emprego Científico, Exigimos soluções!». (29/Jan) </li>
</ul>
<div>
<b>FEVEREIRO</b><br />
<ul style="text-align: left;">
<li><b>Dia Nacional de Luta</b> convocado pela CGTP-IN trouxe às ruas, muitos milhares de pessoas, contra a exploração e o empobrecimento, pela demissão do Governo e a antecipação das eleições legislativas, por uma ruptura com o memorando da troika e por uma alternativa de esquerda e soberana; em Lisboa e mais duas dezenas de cidades, abrangendo todos os distritos e regiões autónomas. </li>
<li>Dia de protesto no Sector dos <b>Transportes</b>, com concentrações de ferroviários nas estações de Campanhã, Santa Apolónia, Alfarelos e Faro (4/Fev) Concentração dos trabalhadores e reformados da Carris e do Metropolitano de Lisboa (7/Fev) na Praça Luís de Camões, junto ao Ministério da Economia. </li>
<li>Concentração dos trabalhadores da <b>Electro Lugares Tabua</b> na presidência do Governo Regional da Madeira, em luta pelo pagamento de salários em atraso, ao fim de duas semanas de greve. (10/Fev) </li>
<li>Greve dos 30 trabalhadores da «<b>Bom Pão</b>», no Funchal (12-/fev) pelo pagamento dos salários em atraso. </li>
<li>Iniciativa pública promovida pelas associações profissionais de<b> militares</b>, no dia 13, reuniu algumas centenas de pessoas, na Praça Luís de Camões, num fim de tarde com chuva. Oficiais, sargentos e praças aplaudiram as intervenções dos presidentes da AOFA, da ANS e da AP. </li>
<li>Acordo positivo dos <b>estivadores</b> do Porto de Lisboa sobre várias matérias, que motivaram uma dura e prolongada luta dos trabalhadores, a qual foi agora levantada. O Acordo inclui a reintegração dos 47 trabalhadores da A-ETPL (associação-empresa de trabalho portuário, responsável pelo fornecimento de mão-de-obra aos operadores) que foram despedidos em 2013; e a reintegração dos 18 que foram dispensados em Janeiro, enquanto os 29 que foram despedidos em Junho serão «colocados sempre que necessário, na qualidade de trabalhadores da A-ETPL, como eventuais» </li>
<li>Greve os trabalhadores da <b>Kemet Electronics</b>, de Évora (14/Fev), com deslocação ao Ministério da Economia, para exigirem queo Governo faça a sua parte, para evitar uma nova deslocalização dos equipamentos e das encomendas de condensadores de tântalo para o México, com o despedimento de 127 trabalhadores. Nova greve a 27. </li>
<li>Greves dos trabalhadores da <b>Imprensa Nacional Casa da Moeda</b> frente ao edifício da administração, contra as alterações ao Regulamento dos Serviços Sociais da INCM </li>
<li>O Tribunal de Trabalho de Viana do Castelo confirmou 167 contra-ordenações aplicadas pela ACT à <b>Europac Kraft Viana</b>, por esta não ter remunerado com o acréscimo legal o trabalho prestado na Sexta-feira Santa, em 2011. </li>
<li>O Tribunal da Relação de Évora confirmou que a ATF, do Grupo Portucel Soporcel, tem que reintegrar dois trabalhadores contratados através da Tempo Team e que foram ilicitamente despedidos, em 2012, na fábrica de Setúbal. O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou que a Somincor tem de pagar com juros os prémios que ilegalmente descontou aos trabalhadores que participaram nas greves gerais de 24 de Novembro de 2011 e 22 de Março de 2012. </li>
<li>Milhares de pessoas milhares de pessoas desfilaram nas ruas de Lisboa e Porto contra a política do Governo e da troka dos credores, exigindo a demissão do governo, na «Marcha contra as injustiças e as desigualdades» convocada pela CGTP-IN (27/Fev) </li>
</ul>
<div>
<b>MARÇO</b></div>
<ul style="text-align: left;">
<li>Semana de concentrações dos trabalhadores da Administração Local frente ao Ministério das Finanças (3-7/Mar), para exigir que o Governo dê seguimento aos muitos acordos de entidade empregadora pública (ACEEP) firmados com freguesias e municípios. </li>
<li>Milhares de profissionais das forças e serviços de segurança fizeram a maior manifestação de sempre do sector, incluindo agentes da PSP, da GNR, da ASAE, do SEF, da Guarda Prisional e da Polícia Marítima, contra redução dos vencimentos, o aumento dos descontos para os subsistemas de saúde e da repetição dos congelamento das progressões, e um vasto conjunto de problemas relativos a diferentes serviços e forças de segurança. (6/Mar) </li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Moviflor</b>, pelo pagamento dos salários de Janeiro e Fevereiro (8/Mar) </li>
<li>Greves de duas horas por período de trabalho (10-14/Mar) dos trabalhadores da Carris Bus (constituída a partir das oficinas da Carris) </li>
<li>Greve dos trabalhadores das minas da <b>Panasqueira</b> (10/Mar) contra a alteração dos horários de trabalho e por melhores salários. </li>
<li>«<b>Semana Nacional de Protesto e Luta</b>» de 8 a 15 de Março, convocada pela CGTP-IN, exigindo aumentos salariais e pela defesa de direitos, junto com a exigência de substituição do Governo e antecipação das eleições legislativas, para abrir caminho a uma política de esquerda e soberana. </li>
<li>Protestos de reformados no distrito de Setúbal, com concentrações junto a serviços da Segurança Social, na Baixa da Banheira, no Barreiro, em Setúbal, em Almada e na Amora, em protesto «contra as políticas de direita do PSD/CDS-PP, de cortes atrás de cortes, que estão a empobrecer os reformados». </li>
<li>Acordo com a Manutenção Militar para o pagamento de uma verba superior a 600 mil euros, correspondente a indemnizações por subsídio de turno, em dívida a 80 trabalhadores civis de nove Messes do Exército, nos distritos de Lisboa, Porto, Évora e Faro </li>
<li>Diversas manifestações de estantes por todo o país assinalando o <b>Dia do Estudante</b> (24/Mar) e denunciando a falta de investimento no Ensino Superior. Manifestações em Lisboa também a 2 de Abril. </li>
<li>Marcação de uma reunião com Ministério da Administração Interna depois de polícias municipais e de guardas-florestais terem convocado acções de protesto junto à porta do ministério.</li>
<li>Manifestação de jovens no <b>Dia Nacional da Juventude</b> (28/Mar) contra a precariedade e o desemprego. </li>
</ul>
<div>
<b>ABRIL</b></div>
<ul style="text-align: left;">
<li>Milhares de pequenos e médios <b>agricultores</b> vindos de todo o país manifestaram-se em Lisboa contra as imposições governamentais e exigiram políticas que defendam o mundo rural, convocação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) (3/Abr) </li>
<li>Greve dos trabalhadores da <b>Sojitz Beralt Tin & Wolfram</b>, concessionária das minas da Panasqueira (3-4/Abr), para exigir melhores salários e melhores condições de vida e de trabalho, e recusar a alteração dos horários de trabalho. </li>
<li>Acção Nacional de Activistas Sindicais, pelo aumento de salários, reposição das 35 horas e repseito pela contratação colectiva (8/Abr) </li>
<li>Greve na <b>HPEM (Sintra)</b> tanto na recolha de lixo, como nos serviços administrativos, revelou o STAL, face à atitude do presidente da Câmara Municipal de Sintra, ao não garantir as condições da cedência destes trabalhadores para os SMAS (8-11/Abr) </li>
<li>Mais de 15 mil<b> reformados, pensionistas e idosos</b> participaram nas marchas «Por Abril, contra o roubo nas pensões», convocadas pelo o MURPI </li>
<li>Os trabalhadores da <b>Parmalat</b> em luta pelo Acordo de Empresa e pelo aumento dos salários, com greve aos feriados e ao trabalho suplementar </li>
<li>Manifestação de mais de 130 trabalhadores do sector da hotelaria e do turismo (8/Abr) frente à sede da Confederação do Turismo Português, contra o congelamento dos salários, pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores e pela revisão do contrato colectivo de trabalho</li>
<li>luta no sector da hospitalização privada, onde apesar da saúde do sector os trabalhadores auferem salários muito baixos, enfrentam a recusa da negociação salarial por parte da associação patronal e, nalguns casos, não vêem respeitado o contrato colectivo de trabalho de 2010. </li>
<li>Readmissão, por ordem judicial, de vários trabalhadores em distintas empresas: dois trabalhadores despedidos na ATF (Grupo Portucel), depois de terem estado mais de um ano com contrato de trabalho temporário; de um trabalhador despedido na SN Seixal com a justificação da caducidade do contrato de trabalho por motivos de saúde; de uma trabalhadora despedida na SEAE Iluminação por faltas relacionadas com a assistência a um filho menor; de um trabalhador da Peguform que contestou o termo do contrato de trabalho a termo incerto, ao fim de oito meses de trabalho; de seis trabalhadores ilegalmente despedidos na Compelmada. Reconhecimento, pelo Tribunal da Relação de Évora, dos direitos de 37 trabalhadores da Salemo & Merca que se tinham despedido por terem salários em atraso; a celebração do acordo entre a empresa Nutriquim (Barreiro), 12 trabalhadores e o sindicato, ao cabo de quatro anos de luta jurídica para a aplicação do Acordo de Empresa da Quimigal; ou o reconhecimento da existência de discriminação sindical a dois trabalhadores da Inapal Plásticos. </li>
<li>Greve do <b>guardas prisionais</b> (17/Abr-6/Jun) entre 19-8h durante semana e 24h durante fim-de-semana, exigindo a integração de todo o pessoa nos novos índices da nova tabela remuneratória e dos suplementos no vencimento, a promoção de pessoal nas categorias das carreiras e a negociação por uma escala única a nível nacional. </li>
<li>Inúmeras iniciativas em torno das comemoração dos 40 anos do 25 de Abril, incluindo um desfile muito participado pela Avenida da Liberdade, em Lisboa. </li>
<li>Concentração (29/Abr) de de reformados e pensionistas do Metropolitano de Lisboa, para exigir o pagamento dos retroactivos.</li>
</ul>
</div>
</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-31218905711503322892014-04-26T17:19:00.000+01:002014-08-18T17:19:37.475+01:00Acesso à Compilação das Obras de Marx e Engels<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgW78OY3Vt27Meim7yKQVjJ_afHhjLjXJRrkAvrcLbWX-gs15byv3cdhsKI444Ha7Iq-5cr3e2eHCZpWCnj8-1y7pes60qLOQAGL2Aj3ZEQKoLN-q0efK7RPPC5tdb_gyNPIo_5Q/s1600/MARXISTS.ORG.jpg" height="225" width="320" /></a></div>
O sítio <a href="http://marxists.org/" target="_blank">Marxists Internet Archive</a> (MIA), onde estão hospedados textos de inúmeros marxistas, incluindo o Marx e Engels, em várias línguas, exibe há dias a seguinte mensagem:<br />
«Lawrence & Wishart, que detém os direitos de autor [<i>copyright</i>] sobre Compilação de Obras de Marx e Engels (MECW), deram instruções ao Marxists Internet Archive, para apagarem dos os textos provenientes do MECW. Assim a partir de 30 de Abril de 2014, nenhum material do MECW estará disponível em marxists.org Traduções em Inglês de Marx e Engels provenientes de outras fontes continuarão a estar disponíveis.»<br />
Para ser claro, a Lawrence & Wishart não detêm direitos sobre as mais importantes e difundidas obras de Marx e Engels, que continuarão a estar disponíveis; detêm direitos sobre uma compilação de 50 volumes que inclui algumas traduções mais modernas de textos importantes, assim como outras obras, artigos, notas e correspondência. A <a href="http://www.lwbooks.co.uk/collected_works_statement.html" target="_blank">editora reclama</a> que pretende instituir um modelo de distribuição desta edição (a MECW) que permitirá depois a venda de licenças de acesso a instituições universitárias (e logo o acesso a académicos dessas instituições) e simultaneamente garanta a viabilidade da editora (auto-descrita como <i>publicadora independente radical</i>).<br />
<a name='more'></a><br />
A resposta já surgiu, na forma de uma <a href="http://www.change.org/petitions/lawrence-wishart-no-copyright-for-marx-engels-collected-works" target="_blank">petição</a> e um <a href="http://blog.historyisaweapon.com/post/83833076895/a-response-to-lawrence-and-wishart" target="_blank">apelo</a> ao alojamento da obra em vários sítios espelho (<i>mirror sites</i>) (Um pdf está disponível <a href="http://fadingtheaesthetic.files.wordpress.com/2013/01/mecw-1-47.pdf" target="_blank">aqui</a>.) A editora alega que esta medida é necessária para evitar o seu suicídio; e a compilação foi obra do seu investimento (iniciado em 1975 e completado em 2005, como explicado no MIA). Terá sem dúvida alguma razão, pelo menos na questão que coloca: como pode uma editora radical sobreviver se não proteger de alguma forma as suas obras? Como pode financiar o trabalho de investigação, compilação, tradução e edição se não puder garantir depois a venda das suas obras? Embora as questões sejam legítimas, a forma encontrada para garantir a existência da editora não será a melhor e outras alternativas são possíveis, outros modelos de financiamento ou acesso (e.g., imagem em vez de pdf ou texto) que não passem por limitar o acesso aos académicos de universidades que paguem a licença de acesso a obras, negando o acesso aos muitos pelo mundo fora fora das academias (ou membros de academias que não tenham fundos para o fazerem).<br />
<br />
Há inúmeras ironias nesta decisão. Duas são particularmente gritantes. Marx viveu a maior parte da sua vida na penúria, nunca logrando grande rendimento da venda dos seus livros, alguns produzidos para uma ampla divulgação como propaganda, mas outros com o intuito de instruir e também lhe dar algum dinheiro. Marx fundou e apoiou inúmeras publicações, muitas vezes com grandes custos financeiros pessoais, e viu a maior parte afundar por problemas de vendas e angariação de fundos. E agora passados mais de cem anos sobre a publicação de obras (e sobre cartas em Marx e Engels trocaram), num momento onde o conhecimento do seu trabalho ganha importância, uma editora pretende condicionar o acesso porque as suas finanças enfrentam problemas, porque o Marx e Engels, e não outras obras que publique, são o seu principal ganha-pão? Parafraseando: que faria Marx?<br />
<br />
A segunda ironia é mais simples: o fim do acesso do MECW no MIA inicia-se no dia 1º de Maio.</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-23741418752177231582014-03-19T22:46:00.001+00:002014-03-19T22:46:04.914+00:00A moralidade dos Cortes<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><a href="http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3754177#.UyYmA5xKM7w.facebook" target="_blank">Nem toda a despesa na educação é boa</a>, <a href="http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3767619#.UyodYtkZCGY.blogger" target="_blank">cortar na saúde nem sempre é mau</a>. Será que há alguma função do estado que precise mesmo, mesmo de dinheiro? Não seria melhor funcionar só com voluntários, boa vontade e civismo? Espera, e se em vez do E</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">stado investir, abríssemos todos estes ramos ao sector privado? Nesse caso não era preciso o Estado gastar dinheiro nenhum. E se prescindíssemos até dos deputados e Assembleia da República? E de todos os ministros do governo, e seus secretários e sub-secretários, adidos e assessores, seu carros e subsídios de almoço? Pode ser que nem seja necessário cobrar impostos. Ou procurar rectificar a desigualdades sociais. Ou ter democracia. Podia haver alguém rico que não precisasse de salário a liderar o país.</span><span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">¡Porra, não se finjam de estúpidos, nem actuem como se nós fossemos! Estão a falar de cortes significativos que comprometem o funcionamento de sectores públicos e a satisfação real de pessoas e do país. Se a questão fosse melhor gestão dos recursos limitados, nomeiem melhores gestores, em vez do sobrinho do vosso conhecido da praia do Meco. Cortar mais em sectores já asfixiados "é mau". Dá lá volta a essa realidade.</span></div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-67864470891785066962014-03-18T20:27:00.001+00:002014-03-18T20:27:59.420+00:00Sanções individuais a figuras políticas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
No domingo a esmagadora maioria dos eleitores na Crimeia (81.3%) aprovou a separação da Crimeia da Ucrânia e sua integração na Federação Russa (96.8%). Essa decisão foi entretanto aplaudida pela Duma, o parlamento Russo. Em resposta, o Presidente Obama aprovou uma nova ordem executiva cujo resultado foi a aplicação de sanções individuais ao que descrevem como "líderes separatistas baseados na Crimeia": Sergey Aksyonov, Vladimir Konstantinov, Viktor Medvedchuk (o ex-chefe de estado do Presidente Ucraniano) e Viktor Yanukovych (o ex-Presidente). Aplicaram também sanções sobre responsáveis políticos Russos: Vladislav Surkov e Sergey Glazyev (adidos do Putin), Leonid Slutsky (deputado da Duma e membro do seu comité de relações internacionais), Andrei Klishas, Valentina Matviyenko e Dmitry Rogozin (vice-primeiro ministro da Rússia), e Yelena Mizulina (deputada da Duma). Aplicar sanções sobre o Putin, pelos vistos, foi considerado demais, muito embora o critério de escolha seja tão abrangente que possa incluir "qualquer indivíduo ou entidade que opere na indústria de armas Russa, ou qualquer indivíduo ou entidade que actue em representação ou providencie material ou apoio a qualquer oficial do governo Russo". (<a href="http://www.whitehouse.gov/the-press-office/2014/03/17/fact-sheet-ukraine-related-sanctions" target="_blank">ver</a>)<br />
<br />
Estas sanções vieram também acompanhadas de uma ameaça: "se a Rússia não acatar as suas obrigações internacionais e trouxer de volta as suas forças militares para as suas bases originais, e respeitar a soberania e integridade territorial da Ucrânia, os EUA estão preparados para tomar medidas adicionais para impor custos políticos e económicos adicionais".<br />
<br />
Em resposta a Duma aprovou uma moção sugerindo que os EUA e a UE aplicassem sanções a todos os deputados da Duma. Esta moção foi aprovada por unanimidade. A confronto entre a Rússia e o ocidente, como é frequente nos confrontos, está a unir todo o espectro político. Até o <a href="http://rt.com/news/mistake-fixed-crimea-gorbachev-422/" target="_blank">Gorbachev</a> – o querido do Ocidente – veio à superfície afirmar que a integração da Crimeia na Ucrânia havia sido um erro da era Soviética.<br />
<div>
<br /></div>
</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-46343187100703633792014-03-18T10:20:00.003+00:002014-03-18T10:20:19.213+00:00Tambores de guerra<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmaSHGyYeuWW-sWBlilEPpqq5YSiWustacn2NRBQbkLspxVMabBQgxmRbLk-5V5r7cv6CYAKfBdRgfLLwtgxlOPNV-T9aQMzQ_6bt07pKs4jVUiAuYrTy2-y3dt19bHAxGftHgCA/s1600/gasmasks_ww1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmaSHGyYeuWW-sWBlilEPpqq5YSiWustacn2NRBQbkLspxVMabBQgxmRbLk-5V5r7cv6CYAKfBdRgfLLwtgxlOPNV-T9aQMzQ_6bt07pKs4jVUiAuYrTy2-y3dt19bHAxGftHgCA/s1600/gasmasks_ww1.jpg" height="227" width="320" /></a></div>
Este ano comemoram-se os 100 anos sobre o início da Primeira Guerra Mundial (WWI). Esta guerra, a Grande Guerra, marcou toda a história subsequente. Eric Hobsbawn usou o início da WWI para assinalar o início da Era dos Extremos (1914-1991). Depois desta guerra, desapareceram os impérios Austro-Húngaro e Ottomano, caiu o império czarista na Rússia e deu-se a Revolução de Outubro, o Império Britânico começou o seu declínio e os EUA começaram a afirmaram-se como poder imperial além da sua região, as fronteiras da Europa, África e Ásia foram redesenhadas, e foi plantada a semente da Segunda Guerra Mundial (que haveria de expandir ainda mais os horrores oferecidos por guerras).<br />
<br />
Houve frentes de guerra na Europa, na Ásia e em África, e envolveu tropas de todo o mundo. Soldados da Austrália e Nova Zelândia combateram em Galipoli, na actual Turquía, onde foram massacradas. Nesses países, ainda hoje se comemora o dia ANZAC (a 25 de Abril, dia que as tropas desembarcaram) para lembrar os caídos. Nunca os países mais directamente envolvidos haviam tido uma guerra com tantos mortos e feridos. Em Inglaterra, aliciavam-se voluntários com poderem ir combater juntamente com os seus amigos; e amigos e familiares morreram juntos em ataques tacticamente ignóbeis. Só no primeiro dia da Batalha do Somme (Julho a Novembro de 1916) morreram 57 mil ingleses. Ao todo, entre ingleses, franceses e alemães, tombaram 623,907 soldados nessa batalha, e 9 milhões durante a WWI. E dizia-se em 1914, que as tropas estariam de volta para comemorar o natal.<br />
<br />
<a name='more'></a><br />
<br />
A WWI foi um momento de transição na lógica de guerra. Viram-se os primeiros usos da aviação, de tanques, de submarinos, e de armas químicas. O importância da comunicação entre as frentes e o quartel general tornou-se patente. As velhas tácticas na frente fracassaram e, à custa de centenas de milhares de vidas, levou anos até os generais conseguirem sair das suas trincheiras mentais. A falta de preparação para a guerra moderna pode ser ilustrada com o uniforme das tropas francesas. Enquanto os alemães tinha já fardas de tons térreos, os franceses exibiam ainda as três vivas cores da sua bandeira. Bastou algum tempo nas trincheiras para se aperceberem do seu erro.<br />
<br />
Mas os tambores da guerra ecoavam muito antes de 28 Julho de 1914, ou de 28 de Junho, quando o nacionalista Gavrilo Princip assassinou o Arquiduque Ferdinando da Áustria durante a sua visita a Sarajevo. Há meses que toda a Europa se mobilizava para uma guerra. Há meses que por todas as partes na Europa se falava e discutia em guerra, uma atmosfera muito bem retratada no livro <i>Les Thibault</i>, de Roger Martin du Gard. Haver uma guerra era dado como certo. A questão debatida era o quando, onde começaria. No movimento dos trabalhadores, reconhecia-se que o capitalismo iria inexoravelmente conduzir a Europa a uma guerra entre impérios, e afirmava-se que apenas o internacionalismo proletário poderia travar a hecatombe. Aproximando-se a hora, porém, muitos dos partidos acabaram por render-se aos apelos nacionais. Na Europa existia um emaranhado de tratados que trariam para uma guerra todo o continente, tendo esta começado numa ponta da meada. Face a este contexto, o assassinato de Ferdinando tem o mesmo poder explicativo que a ante-penúltima gota de água que fez transbordar o copo.<br />
<br />
Recordo estes elementos não apenas devido à efeméride, mas por sentir que atravessamos um momento semelhante. Há anos que há preparativos para uma nova guerra de grande alcance, entre grandes potências, envolvendo muitos países e frentes. Várias tem sido as guerras nas últimas décadas, envolvendo as grandes potências, mas longe das suas fronteiras. Mas a par e passo, as zonas fronteiriças entre os grandes blocos têm acumulado tropas e bases. Tensões tem vindo à superfície entre a Rússia, por um lado, e os EUA, UE e países da NATO, por outro, à medida que ex-países socialistas se têm aglomerado ao "projecto europeu" virando as costas a Leste, à medida que a NATO monta a sua rede de "defesa anti-míssil" na Europa, à medida que os EUA expandem a sua rede de bases no Médio Oriente, no Cáucaso e países como o Afeganistão (e outros -tão's). Lentamente, mas consistentemente, tem sido montado um cerco à Rússia que não lhe tem passado desapercebido, e para o qual esta se tem preparado. A situação na Ucrânia pode bem ser o acender do rastilho. Mas o referendo na Crimeia é apenas uma das gotas de água.<br />
<br />
Não se trata aqui de escolher um lado, mas principalmente de velar pela paz, evitar uma escalada de guerra, e simultaneamente defender direitos internacionalmente reconhecidos, como o direito de autonomia e auto-determinação. Como podem os UE e os EUA recusarem o direito aos cidadãos da Crimeia se em referendo decidirem o seu destino, sobretudo num momento onde têm razões legítimas para temerem pela sua autonomia, pelo uso da sua língua, pelos seus poderes políticos após um golpe de Estado que envolve elementos fascistas presentes em sectores estratégicos do novo governo?<br />
<br />
Afirmam que a Rússia invadiu a Crimeia, quando a sua presença na região está ao abrigo de tratados entre a Rússia e a Ucrânia. Alegam que a Rússia está a manipular os eventos na Crimeia, como se os eventos na Praça Maiden não tivessem o dedo do Ocidente. Os manifestantes nessa praça receberam todo o apoio do Ocidente, foram pintados de revolucionários, defensores da liberdade. Mas os que na Crimeia se manifestam em defesa dos seus interesses são fantoches do Putin, e os seus votos na urna desvalorizados porque o processo não teve observadores e não recebeu o aval do Ocidente.<br />
<br />
O referendo é qualificado como inconstitucional, quando a Constituição foi revista recentemente para retirar autonomia à Crimeia. E desde quando é que o direito à auto-determinação passa pelo seu reconhecimento na constituição nacional? É ou não é um direito reconhecido pelas Nações Unidas? Deviam os habitantes da Crimeia esperar pela organização de um referendo pela NU, tal como os Sarauís?<br />
<br />
O Departamento de Estado dos EUA multiplica-se em acusações. Ora já houve uma invasão Russa, ou está há uma ameaça de invasão, ou há ingerência nos eventos, ou (mais recentemente) a Rússia está a violar o Memorando de Budapeste, firmado pelos EUA, Grã-Bretanha e Rússia em 1994, assegurando a integridade e soberania da Ucrânia de forma que esta se desfizesse do então 3º maior arsenal de armas nucleares do mundo. Como pode estar a Rússia a infringir o memorando, se o referendo na Crimeia foi promovido pela sua população e foi esta que esmagadormente optou por se juntar à Rússia?<br />
<br />
Mas na Crimeia, o Ocidente mostra agora grande preocupação com a população tártara da Crimeia, com ligação à Turquia, por sinal membro da NATO. À situação na Crimeia junta-se a situação de outras regiões, não tão bem delimitadas geograficamente, onde também existem maiorias russas assustadas com o rumo dos acontecimentos em Kiev. No passado fim de semana, em Donestk, manifestantes arrombaram a Procuradoria Geral e outros edifícios públicos para substituírem a bandeira Ucraniana pela Russa. Também nesta região se fala em referendos. O barril de pólvora incluiu ainda as comunidades fronteiriças de maioria húngara na Transcarpátia e de romenos na Bucovina.<br />
<br />
Espero bem estar enganado. Que as tensões sejam dissipadas. Até lá, acompanho os acontecimentos com grande preocupação. Uma guerra civil na Ucrânia, pode rapidamente transformar-se num guerra regional, e esta numa guerra mundial. Guerra mundial, com armas nucleares.</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-27435273361472903792014-03-06T20:07:00.000+00:002014-03-06T20:07:32.704+00:00Viva o PCP<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Parabéns ao PCP e a todo o colectivo partidário.<br />
A 14 de Agosto de 1975, após um ataque terrorista ao centro de trabalho do PCP em Braga, teve lugar no Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa, um comício de solidariedade com os camaradas das organizações atingidas pelo terrorismo e de exigência de medidas de salvaguarda da ordem democrática. Iam-se passar fotos do ataque em Braga, mas queriam-se palavras. A DORL telefonou ao Ary dos Santos. «Não serias capaz de fazer aí qualquer coisa, uns versos com força, isto não há legendas que resolvam isto...». «Esperem lá um bocado que eu já ligo.» Meia hora depois (!) o telefone tocava e ouvia-se o vozeirão do outro lado: «Então vejam lá se esta coisa serve.» Era "A Bandeira Comunista". Copiada ao telefone, dactilografada e ampliada, iniciou nessa noite de luta um caminho que não findou jamais. (<a href="http://www.pcp.pt/actpol/temas/f-avante/festa2003/bandeira-comunista.htm" target="_blank">ver</a>)<br />
Comemoro também os 30 anos passados da morte desse querido camarada, com alguns acrescentos ao poema original. Há quem não encare as obras de arte como produtos acabados e intocáveis. Bom, os artistas não os encaram assim. Mudam constantemente as suas obras, e recorrem frequentemente às obras de outros para as trabalharem e transformarem. É nesse espírito de respeito que me atrevo a tocar n'A Bandeira Comunista'. (Os versos acrescentados estão assinalados a vermelho). Viva o PCP<br />
<br />
<br />
A Bandeira Comunista Redux<br />
<br />
Foi como se não bastasse<br />
tudo quanto nos fizeram<br />
como se não lhes chegasse<br />
todo o sangue que beberam<br />
como se o ódio fartasse<br />
apenas os que sofreram<br />
como se a luta de classe<br />
não fosse dos que a moveram.<br />
Foi como se as mãos partidas<br />
ou as unhas arrancadas<br />
fossem outras tantas vidas<br />
outra vez incendiadas.<br />
<br />
À voz de anticomunista<br />
o patrão surgiu de novo<br />
e com a miséria à vista<br />
tentou dividir o povo.<br />
E falou à multidão<br />
tal como estava previsto<br />
usando sem ter razão<br />
a falsa ideia de Cristo.<br />
<br />
Pois quando o povo é cristão<br />
também luta a nosso lado<br />
nós repartimos o pão<br />
não temos o pão guardado.<br />
Por isso quando os burgueses<br />
nos quiserem destruir<br />
encontram os portugueses<br />
que souberam resistir.<br />
<br />
<span style="color: red;">Que resistem à mentira </span><br />
<span style="color: red;">de todo o malabarista</span><br />
<span style="color: red;">que pretende a limpeza</span><br />
<span style="color: red;">do regime salazarista</span><br />
<span style="color: red;"><br /></span>
<span style="color: red;">porque a cada novo ataque</span><br />
<span style="color: red;">cada manobra soarista</span><br />
<span style="color: red;">trazendo para a nação</span><br />
<span style="color: red;">o falcão imperialista</span><br />
<span style="color: red;"><br /></span>
<span style="color: red;">a cada falsa esquerda</span><br />
<span style="color: red;">socraticó-socialista</span><br />
<span style="color: red;">que entre brindes e reformas</span><br />
<span style="color: red;">faz obséquio ao capitalista</span><br />
<span style="color: red;"><br /></span>
<span style="color: red;">a cada parte ou bloco oco</span><br />
<span style="color: red;">querendo atrair progressistas</span><br />
<span style="color: red;">mas sem ligação às massas</span><br />
<span style="color: red;">só aplausos dos jornalistas</span><br />
<span style="color: red;"><br /></span>
<span style="color: red;">A cada Durão, Passos,</span><br />
<span style="color: red;">ou clique Satanista</span><br />
<span style="color: red;">aos Portas que Abril fecharam</span><br />
<span style="color: red;">e outros pró-monopolistas</span><br />
<span style="color: red;"><br /></span>
<span style="color: red;">contra todos estes cabrões</span><br />
<span style="color: red;">há ruptura realista</span><br />
<span style="color: red;">um povo e um partido</span><br />
<span style="color: red;">marxista leninista</span><br />
<span style="color: red;"><br /></span>
<span style="color: red;">um partido firme, coerente</span><br />
<span style="color: red;">que não permanece calado</span><br />
<span style="color: red;">a quem chamam O partido</span><br />
<span style="color: red;">pois põe os outros de lado</span><br />
<span style="color: red;"><br /></span>
<span style="color: red;">sempre ao lado dos que trabalham</span><br />
<span style="color: red;">e ao lado do povo</span><br />
<span style="color: red;">que com ele vai construir</span><br />
<span style="color: red;">um portugal soberano e novo</span><br />
<span style="color: red;"><br /></span>
<span style="color: red;">No vai-vem das ondas</span><br />
<span style="color: red;">dá à costa tanto lixo</span><br />
<span style="color: red;">mas entre ventos e marés</span><br />
<span style="color: red;">o mar mantem-se fixo.</span><br />
<br />
E a cada novo assalto<br />
cada escalada fascista<br />
subirá sempre mais alto<br />
a bandeira comunista.</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-50396569640380891962014-02-23T14:19:00.002+00:002014-02-24T08:59:18.432+00:00História relâmpago na Ucrânia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<i>--Actualizado a 24 de Fevereiro de 2014--</i></div>
<br />
Os acontecimentos na Ucrânia estão a decorrer a grande velocidade, e tornam-se difíceis de entender. Este presente texto é uma tentativo de sumarizar alguns acontecimentos, e sistematizar as respostas a várias perguntas que me foram ocorrendo e suponho estarão a ocorrer a outros que se esforcem por acompanhar e fazer sentido dos acontecimentos. Não pretende ser exaustivo, nem uma análise política. Procurei limitar-me a listar alguns factos (com alguns comentários), consciente de que nem mesmo uma mera lista de factos é isenta de interpretação. A wikipedia providencia uma sumário relativamente imparcial dos acontecimentos quase diários do que chamam a (<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Timeline_of_the_Euromaidan" target="_blank">ver</a>).<br />
<br />
Para contextualizar há que recordar os acontecimentos das eleições presidenciais de 2004, cujos resultados foram contestados numa maré de protestos, conhecida como "Revolução Laranja". Os primeiros resultados deram a vitória a <b>Ianukovych</b>, mas após acusações de fraude, o Tribunal Constitucional ordenou nova votação, que veio a dar a vitória a <b>Iushchenko</b>.<br />
<br />
Em Dezembro de 2004, como resposta à crise gerada pela eleição presidencial, foram aprovadas emendas constitucionais por 90% do parlamento Ucraniano (a <a href="http://www.rada.gov.ua/en/" target="_blank">Verkhovna Rada</a>), destinadas a diminuir os poderes presidenciais:<br />
<ul>
<li>deixou de poder nomear o Primeiro-ministro, passando esse poder para a Rada;</li>
<li>o presidente apenas podia nomear o Ministro da Defesa e o M. dos Negócios estrangeiros;</li>
<li>perdeu o direito de demitir membros do governo, mas ganhou o direito de dissolver o parlamento, e no caso de nenhuma coligação parlamentar ter condições de nomear um Primeiro-ministro, o Presidente teria poder para marcar novas eleições parlamentares.</li>
</ul>
<div>
As emendas constitucionais foram aprovadas com pouca consulta e discussão entre forças políticas, no contexto da crise política e da chamada Revolução Laranja, gerando alguma crítica interna e externa (incluindo do Parlamento Europeu). Elas entraram em vigor em 2006, mas em Outubro de 2010 (6 anos depois da sua aprovação) o Tribunal Constitucional da Ucrânia, que começou a avaliar as emendas em 2004 a pedido de uma coligação de 252 legisladores, considerou as emendas inconstitucionais e estas foram anuladas. O Comissário de Direitos Humanos do Conselho da Europa criticou a decisão, referindo alegações de que a demissão de 4 juízes do TC antes da decisão resultaram de forte pressão pelo executivo.</div>
<div>
<br /></div>
Em Novembro de 2013, começou a actual maré de manifestações, aplaudidas no Ocidente, a favor de uma maior aproximação da Ucrânia à União Europeia, por oposição à Rússia (a posição do Presidente <b>Ianucovitch</b> e seu <b>Partido das Regiões</b>). Nas semanas seguintes, os protestos passaram a ter um caracter mais geral de oposição ao Presidente e Governo. Tornou-se evidente a influência estrangeira, quer através dos oficiais políticos quer através da imprensa. No seio dos manifestantes tornou-se também claro a presença e influência de movimentos de extrema-direita, dispostos a escalar o confronto com as autoridades. No final de Novembro, houve carga policial na Praça da Liberdade, em Kiev, onde se concentravam muitos dos manifestantes. Seguiram-se, no início de Dezembro, vários motins de reacção ao abuso de força. Em Dezembro, decorreram várias manifestações pacíficas. No parlamento Ucraniano (a<span style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19.200000762939453px;"> </span><a href="http://www.rada.gov.ua/en/" target="_blank"><span style="color: #0b0080; font-family: sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: white; line-height: 19.200000762939453px;"><b>Verkhovna Rada</b></span></span></a>)foi apresentada uma moção de censura contra o Governo do Primeiro-ministro <b>Azarov</b>, que não obteve os 226 votos necessários, maioria+1. A Rada tem <a href="http://static.rada.gov.ua/site/eng/dep/list.html" target="_blank">450 deputados</a>. O segundo e mais recente governo de Azarov foi eleito, no final de 2012, com os votos favoráveis do Partido das Regiões e do <b>Partido Comunista da Ucrânia</b> (com 32 deputados, ~7%) e algumas outras forças (como Ucrânia - P'ra Frente). (O número exacto de deputados de cada partido tem variado um pouco devido a diferentes processos -- <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/7th_Ukrainian_Verkhovna_Rada" target="_blank">ver</a>; o número de deputados do Partido das Regiões variou entre os iniciais 185, a 204 no final de 2013, para 177 a 21 de Fevereiro, e 134 no dia seguinte; ~30%). A Rada inclui ainda o <b>Pátria - Oposição Unida</b> (inicialmente com 99 membros, entretanto reduzidos a 90), a <b>Aliança Democrática Ucraniana para Reforma</b> (acrónimo em inglês: UDAR; com 42 deputados), e a <b>Svoboda - </b><b>Aliança de Toda a Ucrânia </b> (ou Liberdade), com 36 deputados, ~8%).<br />
<br />
Os conflitos entre manifestantes e autoridades foram-se agravando, levando à aprovação de leis anti-protesto a 14 de Janeiro de 2014, mas tal teve o efeito de radicalizar os protestos. As manifestações tornaram-se campos de batalha. Ao todo estimam-se mais de 70 mortos, incluindo manifestantes e forças de autoridade, e mais de 700 feridos.<br />
<br />
Em paralelo com os conflitos nas ruas, decorriam conflitos políticos na Rada, pancadaria entre deputados no plenário da Rada, e tentativas de intimidação (incluindo física) aos deputados por parte dos manifestantes. Decorriam também conversações entre a Presidência e Governo, por um lado, e membros da oposição e representantes dos manifestantes, por outro.<br />
<br />
Na 6ª feira, dia 21 de Fevereiro de 2014, o Presidente e os líderes da oposição assinam um acordo estipulando que um novo governo de unidade nacional iria ser formado dentro de 10 dias. As negociações foram mediadas por representantes da UE: os ministros dos negócios estrangeiros da Polónia, França e Alemanha. O acordo incluía ainda a restauração da Constituição de 2004; reformas constitucionais a serem completadas em Setembro; novas eleições presidenciais até Dezembro de 2014; investigação da violência contra os manifestantes; uma nova comissão eleitoral e novas leis eleitorais. O acordo foi assinado, como testemunhas, pelos três ministros da UE. O mediador Russo recusou-se a assinar.<br />
<br />
Ainda na 6ª é nomeado um novo ministro do interior interino, <b>Avakov</b>, para substituir <b>Zakharchenko</b>, demitido devido aos distúrbios. Avakov é um aliado da ex-Primeiro Ministra <b>Timochenko</b>, então líder do Pátria (e que por razões que me ultrapassam é referida nos média como a 'Joana d'Arc Ucranian'). Timochenko havia concorrido nas eleições presidenciais, contra Ianucovitch, tendo ganho a primeira volta em Janeiro de 2010.A segunda volta foi altamente contestada judicialmente, mas a Comissão Eleitoral atribuiu a vitória a Ianucovitch, algo que Timochenko e seus apoiantes nunca reconheceram. Durante 2010, iniciam-se vários processos criminais contra Timochenko por corrupção e abuso de poder, incluindo a re-abertura de um caso de 2004 na qual Timochenko era acusada de tentar subornar juízes do Supremo Tribunal. Timochenko acabou por ser condenada e aprisionada, alegando tratar-se de um processo político e não jurídico. Em Novembro de 2013, encetou uma greve de fome que ganhou visibilidade. Mais tarde adoeceu e foi transferida para um hospital prisional.<br />
<br />
No sábado de manhã, dia 22, as forças de segurança abandonam Kiev. De todo. A Praça da Liberdade enche-se de gente. Alguns generais afirmam que não obedecerão mais ordens que impliquem agir contra o povo. Não é claro para mim quais as alianças políticas destes generais pois embora digam que estão ao lado do povo, qual é o lado do povo, nesta situação?<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtY3V5uQ3YTM8uADubSt_5MCThUCTUNhh-IOdhDyRxPT_q8P20bItV1bf5isgMDVUqBvPek4DrRR0v4Ax3TrpFrpeyy4WA8fHsy-OAlfNwFJwoLQ6k30DJitSrDKqfW0L9HzUv/s1600/turchinov.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtY3V5uQ3YTM8uADubSt_5MCThUCTUNhh-IOdhDyRxPT_q8P20bItV1bf5isgMDVUqBvPek4DrRR0v4Ax3TrpFrpeyy4WA8fHsy-OAlfNwFJwoLQ6k30DJitSrDKqfW0L9HzUv/s1600/turchinov.jpg" height="220" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">Alexadre Turchinov, novo presidente</span></td><td class="tr-caption"><span style="font-size: x-small;">da Rada e Presidente interino da Ucrânia</span></td></tr>
</tbody></table>
Ainda nessa manhã, o presidente da Rada, <b>Rybak</b> demite-se (por razões de saúde?!). É substituído por <b>Turchynov</b>, outro aliado da Timochenko. Sob a nova presidência a Rada vota a restituição da constituição de 2004 e marca novas eleições (elementos que constavam no acordo da 6a feira com Ianucovitch). As emendas constitucionais de 2004 foram aprovadas num procedimento simplificado, sem decisão da comissão relevante, tendo sido votada no próprio dia 21 de Fevereiro, com os votos favoráveis do Partido das Regiões (140), Pátria (89), UDAR (40), PCU (32) e 50 independentes.<br />
<br />
A Rada aprova ainda a demissão do Presidente Ianucovitch e a imediata libertação de Timochenko. Passado umas horas Timochenko discursa na Praça da Liberdade, numa cadeira de rodas. A Praça parece um concerto de rock, com palco e feixes de luz coloridas.<br />
<br />
As medidas na Rada são aprovadas quase unanimemente, indicação da total perda de força política do presidente na Rada. Ainda me é difícil compreender tamanha unanimidade. Infiro que os deputados terão dado Ianucovitch por politicamente morto, e quiseram fugir dele o mais possível.<br />
<br />
O paradeiro de Ianucovitch é ainda incerto, mas o novo Ministro do Interior já emitiu um mandato de captura. Outros ministros do governo de Ianukovich foram ainda demitidos entre sábado e domingo, incluindo o Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Educação, e da Saúde. O parlamento discute a agora a possibilidade de outras reformas, incluindo a ilegalização do Partido das Regiões e o Partido Comunista da Ucrânia.</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-815307403100483652014-02-09T12:14:00.000+00:002014-02-09T12:17:35.099+00:00Os muitos quadros de Miró<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBjyIcHVV1QxWrBvCQQVZY96KRRN9xOKBT_NLDMdQNRpeB7qVaK_SyA5-U6T7uXdwjUzHA0H7Q474XH420YMp3IOUrmpJDSEiuLSMvo4Y27p-DYR3xvrR6B8epguFaGw2W6MrgDQ/s1600/Mir%C3%B3.mai+68.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Maig 1968, exibido em Barcelona na Fundació Joan Miró" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBjyIcHVV1QxWrBvCQQVZY96KRRN9xOKBT_NLDMdQNRpeB7qVaK_SyA5-U6T7uXdwjUzHA0H7Q474XH420YMp3IOUrmpJDSEiuLSMvo4Y27p-DYR3xvrR6B8epguFaGw2W6MrgDQ/s1600/Mir%C3%B3.mai+68.jpg" height="200" title="Maig 1968, exibido em Barcelona na Fundació Joan Miró" width="197" /></a></div>
Muito justamente, existe indignação sobre a venda pelo estado de 85 quadros de <a href="http://fjm.fundaciomiro-bcn.org/" target="_blank">Joan Miró</a>. Estes foram avaliados, quando eram ainda posse do BPN, em <u>150 milhões</u> de euros. Em 2008, quando o então Governo socialista anunciou a "nacionalização" do banco, o Estado herdou a colecção. O Governo de Passos prepara-se para vender a colecção, através da leiloeira Christie's, esperando auferir apenas cerca de <u>35 milhões</u> de euros. E não, a perda de valor não foi porque ganharam mofo.<br />
<br />
Esqueçamos por momento todo um conjunto de detalhes caricatos em torno destas obras, como a sua saída ilegal de Portugal, ou o facto de nunca ter sido mostrada ao público português. Este episódio revela uma desvalorização da cultura, tratada como mais um tipo de mercadoria e negócio. E mesmo nesse enquadramento, uma enorme falta de visão sobre a rentabilização financeira da cultura. Este espólio poderia ser capitalizado através do turismo. Mas isso leva-nos a identificar dois traços trágicos do actual Governo. <br />
<br />
(1) uma cegueira para o potencial lucrativo a médio- longo-prazo, com exclusividade dada à receita rápida, ainda que esta implique efectivamente uma perda. É a obsessão com o défice a sacrificar futuros rendimentos, necessários para saldar contas no futuro. <br />
<br />
(2) uma pilhagem dos bens do Estado, de todos nós, com entrega, e em muitos casos oferta, a privados, nacionais e estrangeiros.<br />
<br />
Estes traços são também evidenciados nas privatizações de empresas, em particular empresas de sectores estratégicos, como foram os CTT. Classificando esta privatização como um crime económico, <a href="http://www.pcp.pt/privatiza%C3%A7%C3%A3o-dos-ctt-%C3%A9-um-crime-econ%C3%B3mico" target="_blank">Bruno Dias</a>, deputado do PCP, afirmou na AR:<br />
<blockquote class="tr_bq">
No plano das contas públicas, o Estado perde as receitas dos dividendos que deixa de receber e perde ainda receitas fiscais, agravando o défice orçamental. Mas, mais que isso, perde o comando do controlo estratégico de um serviço público que é um factor fundamental de desenvolvimento e qualidade de vida, de coesão territorial na ligação às regiões, tantas vezes o último serviço que restava nas povoações e o único contacto regular que tinham populações isoladas e abandonadas por sucessivos governos.<br />
Ao vender os CTT na bolsa de valores, o Governo pretende transformar um serviço público num negócio privado, num processo verdadeiramente escandaloso, de submissão total do interesse público, em que tudo vale para favorecer este vergonhoso negócio.</blockquote>
O Governo prepara-se agora para privatizar a Empresa Geral do Fomento – EGF, empresa pública de gestão de resíduos, integrada no grupo Águas de Portugal. Afirma que a receita da privatização poderá ascender a cerca de 200 milhões de euros. Mas a EGF é uma empresa rentável, com lucros acumulados nos últimos 3 anos de 62 milhões de euros, e tem um património avaliado em cerca de 1000 milhões de euros, tecnologia avançada e trabalhadores qualificados. Só em 2012 investiu perto de 45 milhões de euros. (Informação do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, STAL; <a href="http://stal.pt/" target="_blank">assina a petição em defesa da gestão pública dos resíduos</a>.)<br />
<br />
<div>
Mais uma vez, perda de rendimento seguro, investimento feito, controlo de um sector estratégico em troca de uma receita rápida pontual. Não será tão artística, nem se pode exibir pendurada numa parede, mas a <b>EGF também é um quadro do Miró.</b><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<a href="http://manifesto74.blogspot.pt/2014/02/os-muitos-quadros-de-miro.html" target="_blank">Publicado no Manifesto 74</a></div>
</div>
</div>André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-53007649828975562572014-02-04T13:46:00.001+00:002014-02-04T13:46:04.526+00:00Marx na Baixa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdnQpIDKcBYrfvc_oPJVp4MCLTYlQGKFaRLVfMFYUH8wNbGY1U33NI3p9vsjZ8qpSSB_16VPJ9vXBAQNqqhLPUIvslLUDikuVfDK6JgiuN76JP7j33BlYrbD9315FHBr4y-UUY/s1600/Marx+na+Baixa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdnQpIDKcBYrfvc_oPJVp4MCLTYlQGKFaRLVfMFYUH8wNbGY1U33NI3p9vsjZ8qpSSB_16VPJ9vXBAQNqqhLPUIvslLUDikuVfDK6JgiuN76JP7j33BlYrbD9315FHBr4y-UUY/s1600/Marx+na+Baixa.jpg" height="320" width="229" /></a></div>
É com muito orgulho e entusiasmo que fui convidado pela Mafalda Santos a integrar o grupo que irá produzir a peça «Marx na Baixa». Baseia-se no texto original do historiador estado-unidense Howard Zinn, «Marx in Soho», escrito em 1999. Foi traduzido e adaptado à realidade portuguesa por António Santos.<br />
Será para mim uma oportunidade singular como actor e como indivíduo, pois entrelaça diferentes partes da minha vida, e poderei trazer a palco uma figura histórica de enorme importância e relevância para a actualidade. A peça é um monólogo com cerca de 70 minutos de duração, pelo que será também um desafio e uma oportunidade para crescimento como actor, um desafio que abraço com antecipação.<br />
Ainda não temos financiamento, mas já concorremos a algumas entidades. Estamos ainda no início do processo de ensaios, mas já conseguimos garantir espaço de ensaio, local de estreia em Almada, a 17 de Maio, e uma temporada em Lisboa, na Barraca, no mês de Junho. Estamos activamente a procurar outros locais para actuar e a receber convites para levar a peça a diferentes localidades fora da cidade de Lisboa. A peça promete estender-se para 2015.<br />
A peça terá um sítio da internet (a abrir em breve), mas conta já com <a href="https://www.facebook.com/marxnabaixa" target="_blank">espaço no Facebook</a>. Apelo a que visitem estes espaços e se façam amigos no Facebook para receberem novidades sobre espectáculos, assim como textos e imagens sobre a peça e sobre a figura de Karl Marx.</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-761533181443461882014-02-03T23:31:00.000+00:002014-02-03T23:31:18.748+00:00Ainda sobre as cartas no Metro sobre as greves no Metropolitano<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A 28 de Janeiro de 2014, saiu uma carta no jornal gratuito Metro, de autoria de Mário da Silva Jesus, com o seguinte texto:<br />
<blockquote class="tr_bq">
«Sou leitor-escritor de cartas do Metro, já há algum tempo, nunca em situação alguma respondi a qualquer carta de outro leitor (...), pois todos têm direito às suas opiniões (...). Contudo, ao ler a edição do Metro de dia 22 do corrente, não posso ficar indiferente à opinião do leitor André Levy, e a forma como expõe a questão das greves constantes do Metropolitano de Lisboa. Pela forma como defende o direito às greves, não deverá ser utilizador diário dos transportes públicos (...), em especial no que toca ao Metropolitano de Lisboa, que tanto tem vindo a prejudicar todos aqueles que dele necessitam (...). Afirma o leitor que não afeta os passageiros. Então, se afeta e em muito, pois somos nós os principais prejudicados, pois ficamos impedidos de tal serviço, quando antecipadamente já todos os utilizadores pagaram o seu título de transporte e ficamos privados da prestação dos serviços dos mesmos... (...)»</blockquote>
Assim que li a carta enviei o seguinte correio electrónico ao Metro:<br />
<blockquote class="tr_bq">
« Caros srs./sras.<br />Venho remeter nova carta ao espaço "correio do leitor". Ainda ontem contribuí com uma carta, sobre o mesmo tema, as greves no metropolitano de Lisboa. Escrevo agora em resposta a nova carta sobre o tema publicada no Metro de hoje. Sendo que esta carta me refere por nome, agradeceria muito que a carta que hoje submeto fosse publicada (em detrimento da enviada ontem, caso assim o entendam). Compreendo que receberão muitas cartas e deve ser dado espaço a diferentes leitores, e nesse sentido agradeço terem já publicado mais do que uma das minhas cartas. A que submeto hoje porém tem um carácter particular, pois é resposta a comentários feitos sobre carta minha, um dos quais incorrecto.<br />Agradeço a vossa atenção<br />André </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i>O Mario da Silva Jesus, em carta ao Metro de 28-Jan, refere incorrectamente que opinei os passageiros do metropolitano de Lisboa não sere[m] afectados pelas greves. Claro que são. Defendo é que estes não são os únicos afectados, nem os visados pela luta. O alvo é a administração. Os trabalhadores lutam não só pelo seu contracto colectivo e salários, como em prole dos passageiros, criticando a gestão da administração, responsável por um dos escandalosos SWAP. A dívida resultante daria para os passageiros todos andarem grátis durante 25 anos. Esclareço ainda que uso diariamente o metropolitano e sou afectado pelas greves. Mas opto por me unir às reivindicações justas dos trabalhadores, pois eles defendem também os meus interesses.</i>»</blockquote>
A minha resposta ainda não foi publicada. Tenho ainda esperança que o seja. </div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7387341.post-62087221586762293612014-02-03T21:14:00.000+00:002014-02-03T21:14:07.758+00:00Somos Livre<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Talvez seja sectário, mas este <a href="http://www.publico.pt/politica/noticia/do-maquinista-ao-cientista-os-militantes-do-livre-prometem-um-grito-de-impaciencia-nas-europeias-1622021" target="_blank">artigo do Público</a> sobre o congresso fundador do Livre faz-me rir. Vivas às boas intenções dos 250 congressistas fundadores do Livre, reunidos no Porto, e ao facto de já terem recolhido mais do que as necessárias assinaturas para se formalizarem. Mas desses 250 «apenas votaram 94 pessoas, 89 das quais a favor da lista (única) de Rui Tavares para o grupo de contacto (órgão executivo) e cinco abstiveram-se. » Entre outras coisas elegeram o órgão máximo entre congressos – a Assembleia – de 48 lugares (façam as contas).<br />
O artigo do Público é muito simpático à iniciativa, enaltecendo a sua "coragem". E refere como «muitos [dos congressistas] sublinham que nunca tiveram intervenção política, muito menos partidária»: é suposto isso abonar a seu favor? Um dos «candidato[s à Assembleia ...] gostava de ser jornalista e nunca pertenceu a um partido, porque não é a mesma coisa que aderir a “uma claque de futebol”. » ?!<br />
A génese deste partido está envolta em paradoxo: parido pelo Rui Tavares, eurodeputado elegido pelo BE do qual depois se afastou, prometeu ser um novo partido da esquerda & procurar a convergência da esquerda. A tentativa de «convergência, patrocinada pelo 3D e que incluiria o Livre, o BE e a Renovação Comunista» falhou. Segundo a São José Almeida, noutro artigo do Público, a culpa deste falhanço deve-se a Álvaro Cunhal! (Vejam artigo no Manifesto74).<br />
E ainda: criticam os partidos que discutem "lugares" em vez de "ideias", mas toda a sua génese, em véspera das eleições para o Parlamento Europeu, é dificilmente desprendida da necessidade de Rui Tavares ter uma base para ser re-eleito eurodeputado.</div>
André Levyhttp://www.blogger.com/profile/03272401047874146356noreply@blogger.com1