Calçar os sapatos.
Primeiro, há que calçar as meias.
Onde está a outra?
Só uma não me serve de nada.
Uma, ou Meia?
Há de ser Uma.
Diz-se "par de meias".
Duas Meias são uma Unidade.
É matemático.
Há o par de calças.
Esse par é só Um.
Um par para duas pernas.
Duas Meias são só Um par.
Uma Meia é Um.
Um par de Meias.
Onde está a outra?
Só uma não me serve de nada.
Às vezes trocam de par.
Por distracção.
Para variar.
Desemparelham-se e volta a emparelhar-se.
E anda à roda.
São todas tão parecidas.
Às vezes desaparece uma metade do par.
Acontece. Demasiado.
Para onde vão, não sei.
Estão no vácuo.
Em protesto.
À espera da cara metade.
Da Meia metade.
Onde está a outra?
Só uma não me serve de nada.
Meio par de Meias não me serve para nada.
Olha, uso outro par.
Hoje, troco de Meias.
sábado, fevereiro 07, 2009
Acordar a meia da manhã
Posted by
André Levy
at
1:49 PM
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Labels:
poesia
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3 comentários:
Parabéns pelo interessantíssimo poema.
Um abraço!
Uma meia meia feita
outra meia por fazer
(dizia a minha avó)
Nossa senhora faz meia
com linha feita de luz
o novelo é lua cheia
e as meias são para Jesus
(dizia gaja... isto dizia o meu avô)
Gostei mesmo do poema, que me despertou estas lembranças que vou colocar no ficções.
Um abraço
Epá, já não era sem tempo!!! eu mudo todos os dias!
um abraço
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