terça-feira, novembro 22, 2005

Instituto Ibérico de Investigação e Desenvolvimento

Na recente cimeira Ibérica em Évora, foram assinados 12 acordos de cooperação na área da ciência e tecnologia, incluindo o compromisso de criar o Instituto Ibérico de Investigação e Desenvolvimento, que terá sede em Braga. Segundo o que foi anunciado, será presidido pelo espanhol José Ribas, docente na Universidade de Santiago de Compostela e irá acolher cerca de 200 investigadores portugueses, espanhóis, e outros. Está previsto que entrará em funcionamento até 2007, com um investimento público (português e espanhol) anual que rondará os 30 milhões de euros. Segundo o Público o Instituto vai centrar-se na investigação em áreas como computação (reforçando uma das áreas que parece ser prioritária do MCTES) e a nanotecnologia, podendo ainda abranger outras áreas como a bio-medicina, a biotecnologia, gestão e controle de riscos e energia.
A Universidade do Minho tem desenvolvido uma parceria estreita entre ciência e tecnologia aplicada, de forma que a sua escolha não será estranha. Contudo, segundo me foi dado a entender, o anúncio terá sido uma surpresa para o Reitor da Universidade do Minho, revelando uma falta de articulação por parte do Governo Português com a instituição acolhedora. Surprendidos terão também ficado os investigadores do IST/Lisboa que haviam sido contactados pelo Mariano Gago no sentido de desenvolverem ideias embrionárias de um Instituto, que veio depois a ser atribuido à Universidade do Minho.
Os outros acordos incluem
2- Um programa piloto de abertura recíproca de Programas Nacionais de Financiamento de Projectos de I&D, incluindo desde já o incentivo a candidaturas a bolsas de doutoramento e pós-doutoramento em ambos os países
3- A promoção de plataformas de diálogo em ciência e tecnologia a nível trans-regional, em particular com a América Latina, incluindo o apoio a iniciativas "ERA-NET para a coordenação da cooperação internacional com regiões como América Latina, Países Mediterrânicos, África e economias emergentes, em todas as áreas científicas sem especialização temática.
4- "Desenvolver um programa de cooperação em matéria de Sociedade da Informação,
destinado a facilitar a cooperação para o desenvolvimento deste domínio nos dois países."
5- O intercâmbio de investigadores nos processos de avaliação e intercâmbio de bases de dados de avaliadores.
6- "O lançamento de uma Rede de Cooperação para a Promoção da Cultura Científica e
Tecnológica, a atracção de jovens para a Ciência e a Tecnologia e a melhoria da Educação
Científica, envolvendo Museus e Centros de Ciência, Escolas e Instituições Científicas."
7- "A cooperação, a formação e a mobilidade de investigadores e especialistas, nacionais de ambas as Partes, na área das Física Nuclear, de Partículas e Astropartículas Teóricas e Experimentais."
8- "Desenvolver um programa de cooperação em matéria de computação distribuída GRID e da
supercomputação, destinado a facilitar a cooperação e o acesso comum a recursos,
contemplando ainda a formação e a mobilidade de investigadores e especialistas de ambas as
Partes na área da computação distribuída GRID e áreas relacionadas."
9- Uma iniciativa de mobilidade de investigadores entre Universidades e instituições de investigação, centrada na criação de um Programa de Cientistas Convidados, de um Programa de Cátedras Convidadas em Universidades, e de um Programa de Mobilidade de Jovens Investigadores.
10- Desenvolvimento de Planos de Cooperação Científicos e Tecnológicos específicos nas seguintes áreas:
a) GRID, novo paradigma de computação distribuída;
b) Nano Tecnologias, tendo em vista especialmente a participação em redes e projectos
europeus;
c) Fusão Nuclear, tendo em vista o Programa Europeu de Fusão e a construção do novo reactor ITER;
d) Física de Altas Energias e Aplicações, tendo especialmente em vista a participação na
Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN);
e) Biotecnologia, aproximando empresas, centros de investigação e fontes de capital de risco e projectando a sua acção à escala internacional;
f) Bio-Medicina, especialmente no âmbito de redes internacionais;
g) Oceanos, promovendo especialmente a cooperação e partilha de recursos em oceanografia, geologia e biologia marinha;
h) Ciências da Terra e da Atmosfera, nomeadamente geologia, sismologia e vulcanologia, observação da Terra e meteorologia;
i) Energia, designadamente Investigação e Desenvolvimento em Energia Solar;
j) Gestão de Riscos em Sistemas, Redes e Infra-estruturas Críticas, com vista à criação na Europa de um centro internacional de competências nesta área.
11- "Aconcretização da interligação directa entre as redes electrónicas de investigação e de ensino entre as Partes, numa perspectiva de reforço regional e de ligação à rede pan-europeia
GEANT."
12- "Criar um programa de apoio a redes temáticas de investigação, destinado a grupos de ambas as Partes que demonstrem uma colaboração bilateral prévia relevante, com produção científica conjunta, com o objectivo de estimular a investigação, o desenvolvimento e inovação entre as Partes", que deverá financiar as despesas de coordenação, tais como viagens, estadias de curta duração, realização de seminários e congressos. Tal programa será coordenado em Portugal pelo Gabinete de Relações Internacionais da Ciência e do Ensino Superior (GRICES)

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