terça-feira, agosto 28, 2007

A semana passada a senadora e candidata presidencial Hillary Clinton e o Senador democrata e líder do Comité das Forças Armadas do Senado Carl Levin apelaram à subsituição do primeiro ministro Iraquiano Nuri al-Maliki, por não ter alcançado as metas estipuladas pelo Senado dos EUA.

Até já há um possível substituto: "Ayad Allawi, está a pagar 300 mil dólares a uma empresa de lobbying de Washington muito próxima da Casa Branca para se promover a si próprio e minar a imagem de Maliki. A poderosa firma republicana contratada por Allawi é a Barbour, Griffith & Rogers (BGR), cuja secção internacional é chefiada por Robert Blackwill, outrora o homem forte do presidente Bush para o Iraque, que vai encabeçar a operação de lobbying a favor de Allawi." (1)

Esta postura não deixa de ser natural por parte de um país ocupante, como se este é que estipulasse o programa de governo. Já não basta ter celebrado a suposta democracia das eleições, que tiveram lugar sob enormes limitações à participação, para agora não respeitarem os seus resultados. Respondeu al-Maliki:«"A Sra. Hillary e Sr. Carl não tiveram o desfortúnio durante as suas vidas políticas de lidar com disputas e problemas políticos profundos, como os existentes no Iraque. Portanto quandos fazem juízos, deviam fazê-lo duma posição de ignorância sobre o que é exigido para a reconciliação nacional. Daí que eu os desculpe e diga: está a ter lugar a reconciliação nacional, e embora possa parecer um processo lento, é rápido quando comparado com outros processos semelhantes (noutros países).»

Contrariamente a al-Maliki, há quem considere que o Iraque se está a fragmentar em cidades estado, que a organização dos serviços e economia já não passa pelo governo central, que Bagdade já não é o centro de todo o país, que porventura já não faz sentido falar do Iraque enquanto entidade nacional, mas antes de várias zonas de influência de diferentes milícias sunis, xias, kurdas, e dos estados-unidos.

A principal vítima da desagregação provocada pela invasão e ocupação é o povo iraquiano. A crise de desalojados agravou-se no passado ano, tendo duplicado desde o aumento do número de tropas estadunidenses: são neste momento mais de 1.1 milhões de Iraquianos internamente desalojados. Estima-se que a taxa de mortalidade tenha aumentado de 33 morte por dia o ano passado, para 62 mortes por dia.

Aumentou também, em 50%, o número de prisioneiros Iraquianos em prisões geridas pelos EUA: estes detêm cerca de 24500 prisioneiros, na sua maioria alegados resistentes.

Nenhum comentário: