sábado, novembro 17, 2007

Chávez e a cimeira ibero-americana

O processo de reforma constitucional tem servido para nova dose de ataques ideológicos à Revolução Bolivariana na Venezuela. Tornou-se prática a referência a Chávez como um ditador, apesar de ele ter sido eleito presidente em 1998, em 2000 (após a aprovação em referendo da nova constituição), a sua presidência foi confirmada por referendo em 2004, e foi novamente eleito nas eleições regulares em 2006. Em menos de 10 anos, a sua presidência foi confirmada eleitoralmente por quatro vezes. Sem esquecer que durante este período foi vítima de um golpe de estado da direita, apoiada pelos EUA e Espanha, em April de 2002.
A reforma da Constituição prevê o aumento do mandato do presidente e a eliminação do limite de mandato. Tal tem servido como pretexto para afirmar abusivamente que a reforma tem por objectivo tornar Chávez num ditador, num presidente vitalício, como se ele não tivesse que ser novamente eleito. Mesmo para um apoiante do processo bolivariano, a medida poderia causar alguma comichão. Poder-se-á considerar problemático o processo estar tão dependente de uma pessoa. Mas há que considerar por um lado o caracter participativo do novo ambiente político na Venezuela, e por outro admitir que dados os entraves, bloqueios e guerra aberta travada contra o seu Governo, Chávez não tem logrado levar a cabo o difícil processo de transformação política e económica da Venezuela. Se o povo Venezuelano decidir persistir nesta via, a nova constituição permitirá a continuidade necessária para prosseguir esse rumo.
A recente cimeira Ibero-Americana foi palco de um incidente largamente comentado: Chávez falando por cima de Zapatero, e o pedante Rei Juan Carlos mandando Chávez calar-se. Mas grande parte das televisões não deu suficiente contexto ao pequeno incidente. Não referiram o debate sobre modelos alternativos ao neoliberalismo, e as intervenções de Evo Moráles, Daniel Ortega e Carlos Lage.
Vejam o seguinte video para cobertura mais completa da cimeira:

Um comentário:

IDEAL COMUNISTA disse...

Pois, mas não se pode defender presidências sem limite.