Lago Mono |
Segundo entendi da conferência de imprensa da NASA, foi encontrado no Lago Mono na Califórnia (na Terra, portanto), micro-organismos que não só sobrevivem na ausência de fósforo (P) e presença de arsénio (As) . Mais, o arsénio substitui o P na coluna vertebral do DNA.
Isto é de facto incrível e um descoberta relevante. Sem dúvida. Abre as portas sobre possíveis estruturas de DNA e sobre a possibilidade de existência de bio-moléculas e vida, noutros planetas, com condições diferentes (o que uma oradora referiu como ampliar o conceito de condições propícias para o aparecimento de vida, ou habitabilidade), mas não consiste em prova concreta da existência de vida extra-terrestre. Para mim, sobretudo, acrescenta a conceito da diversidade da vida na Terra.
Como biólogo da vida na Terra, a pergunta mais interessante, é saber se isto implica uma segunda raíz da vida, ou uma ramo da árvore da vida conhecida que evoluiu, em condições particulares, para ter uma molécula de DNA diferente? A cientista da NASA, Felisa Wolfe-Simon, terminou a sua apresentação indicou que estas bactérias fazem parte da mesmo, única, árvore da vida na Terra.
Isto para mim reabre um debate que travei no blog Viver a Ciência: a área chamada Astrobiologia para mim só não é redundante se implica o estudo de vida SOBRETUDO fora do planeta Terra. O estudo da vida na Terra tem um nome historicamente estabelecido: Biologia. Os Astrobiólogos alegam porém que a sua área inclui o estudo da vida no Universo que inclui a Terra. Nesta lógica, eu estudo peixes atlântico, e portando sou astrobiólogo. O que distingue os astrobiólogos profissionais é elaborarem instrumentos para detecção de sinais de vida noutros planetas, como no programa Viking, ou (sobretudo) fazerem estudos, na Terra, em ambientes extremos onde encontram formas muito diferentes de vida microscópica. Presentam as experiências como Astrobiologia pois são financiados pela NASA e porque inferem que as suas descobertas de variedade da vida microscópica na Terra alarga o conceito de condições necessárias para o surgimento de vida noutros corpos celestes.
Post publicado em Viver a Ciência
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