segunda-feira, agosto 13, 2012

Geocaching

Em Janeiro iniciei um curso de teatro de improvisação dado pelo Mundo Improviso. (Eles vão dar novos cursos este próximo semestre. Recomendo.) Na turma estava alguém que tinha como hobby algo que desconhecia de todo: geocaching. Ele procurou explicar que se tratava de encontrar coisas que estavam escondidas. Ele terá certamente explicado melhor, mas na altura foi o que retive. Achei algo estranho e, para meu demérito não dei maior consideração à coisa. Passado meses, já as teias da amizade haviam crescido, fui com uns colegas do improv ao distrito de Viseu. Passei um dia procurando caches (coisas escondidas) pela cidade de Viseu e diverti-me imenso.

Podem encontrar uma história do geocaching mais completa noutro sítio. Tentarei explicar em breve. A actividade tornou-se possível com a acesso mais generalizado a aparelhos de GPS, ou seja de localização geográfica. Alguém esconde um contentor (que pode ser um tupperware, ou um cilindro de plástico, daqueles que continham um rolo de filme fotográfico, lembram-se, antes da fotografia digital) e toma nota da sua longitude e latitude. Depois partilha essas coordenadas, e outras pessoas podem usar o seu GPS para ir ao local e tentar encontrar o contentor escondido.

A mera descrição não faz jus à actividade. Pois a maior atracção, para mim, como revelado pela experiência em Viseu, deveu-se à criatividade investida pelos criadores das caches.

Criatividade na informação em torno do cache: alguns caches não indicam apenas as coordenadas da cache, mas dão informação sobre o local onde se situa. Um cache conduziu-nos pela Rua Direita de Viseu, dando informações sobre diferentes aspectos históricos e arquitectónicos dessa importante artéria da cidade. Outras caches exigem estudo. Uma cache que explorei na ultima semana levou-me a explorar uma zona perto da minha casa, que desconhecia, e ensinou-me uma fatia de história local que desconhecia de todo.

Criatividade nos passos necessários para encontrar a cache. Não é apenas chegar ao local e estender a mão para pegar na cache. É necessário olhar para o local com atenção a detalhe, algo cuja importância um biólogo entende bem. Algumas envolvem recolher dados para encontrar outra localização, ou truques para desvendar o esconderijo.

Para quem tem andado a sofrer de pânico e depressão, o geocaching é uma óptima desculpa para sair de casa e andar. É difícil às vezes sentir motivação para apenas     sair.

Comecei esta semana eu próprio a procurar caches e confesso que me diverte. 

Nenhum comentário: