quarta-feira, maio 01, 2013

Lutas em 2013

Lutas de 2013

Segue-se um apanhado das lutas realizadas nos primeiros meses de 2013 (usando como principal fonte o jornal Avante!), e que deram continuidade a uma fase de intensa combatividade dos trabalhadores e populações. Ficam por assinalar muitos protestos populares por todo o país, de maior e menor dimensão, incluindo várias "Grandoladas". É de salientar o crescente receio dos membros do governo e do Presidente da República em aparecerem publicamente, dada a presença ubíqua de manifestantes. Hoje, primeiro de Maio, dia do Trabalhador, os secretários-gerais da CGTP-IN e UGT admitem, em entrevista conjunta à Antena 1, um greve geral em breve, indicação clara de que a luta irá continuar, contra a política de austeridade, contra as imposições da Troika, pela demissão do Governo e convocação de eleições antecipadas, por uma política alternativa de emprego e desenvolvimento, por um Portugal livre e soberano.

JANEIRO
  • Vigília dos trabalhadores da Radal Frigoríficos, em Prozelo, Amares, com salários e subsídios em dívida desde Outubro,  frente às instalações da empresa. (5/Jan - )
  • Protesto contra a falta de cumprimento dos compromissos assumidos pelo Governo com o Sindicato da Hotelaria do Norte, junto ao Ministério da Economia, com a participação de meia centena de trabalhadores dos bingos do Salgueiros e Olímpia. (8/Jan)
  • Concentrações contra a retirada de transporte entre a cidade e as instalações dos serviços de higiene, no Algar (7/Jan)
  • Manifestação nacional de ferroviários no activo e reformados para exigir «parem de nos roubar».(17/Jan)
  • A empresa concessionária da cantina da escola de Ermida, em Santo Tirso, decidiu em 2011 não renovar o contracto de Firmina Rocha, que ali trabalhava há 17 anos, com sucessivos contratos a termo certo, de Setembro a Julho. Após caso em tribunal, a empresa foi forçada a reconhecer que os contratos eram ilegais, que não a podia ter despedido, que o Firmina era efectiva e deveria retomar o posto de trabalho. A empresa porém voltou a trás, e a direcção da escola expulsou a trabalhadora das instalações e recusou falar com o sindicato. A trabalhadora decidiu não arredar pé da porta da escola, cumprindo ali o seu horário de trabalho, à chuva e ao frio. Retomou o serviço no dia 17. 
  • Greves parciais no Metropolitano de Lisboa (15, 22 e 29/Jan)
  • Luta dos trabalhadores da Kemet Electronics logrou adiar o despedimento colectivo, de quase metade do pessoal em Évora, e adiar a deslocalização da produção de condensadores de tântalo da Kemet 
  • Luta dos trabalhadores da Scotturb forçou os representantes da transportadora a comprometeram-se a marcar reuniões de negociação num curto espaço de tempo. O conflito laboral deveu-se à disponibilidade da administração para a negociação.
  • Concentração dos trabalhadores da Appicaps (Porto), empresa de calçado, protestando a associação patronal que protela há 15 meses a negociação do contrato colectivo e a actualização salarial, ao mesmo tempo que exibe resultados económicos no sector que são os melhores de sempre. (25/Jan)
  • Manifestação nacional de 40 mil professores contra as políticas de destruição dos serviços públicos e do Estado democrático, contra as medidas do Governo e da troika estrangeira, contra o novo ataque contido no «relatório do FMI», e em defesa da escola pública de matriz democrática e da profissão docente (26/Jan)
FEVEREIRO
  • Greve dos enfermeiros contratados do Porto e manifestação junto à sede da Administração Regional de Saúde do Norte, onde entregaram uma moção exigindo o fim do trabalho precário e a conclusão do concurso, aberto em 2010, para 566 postos de trabalho, o qual permitiria estabilizar a situação destes profissionais. Alguns enfermeiros estão há mais de 10 anos com contratos a prazo, mas a ARS não dá andamento ao concurso invocando questões meramente jurídicas. (5/Fev)
  • A luta dos trabalhadores da Transtejo levaram a administração a aceitar a integração de prémios na tabela salarial, reivindicada nos últimos anos.
  • Centenas de inquilinos manifestaram-se na Praça do Comércio, em Lisboa, para exigir ao Governo e à Assembleia da República a revogação urgente da Lei n.º 31/2012. (7/Fev)
  • Concentração de trabalhadores das cantinas, refeitórios, áreas de serviço e bares concessionados junto à sede do grupo Trivalor (Gertal/Itau), em Leça do Balio (Matosinhos), para exigir aumentos salariais e negociação do contrato colectivo, protestar contra a retirada de direitos e a precariedade nas cantinas escolares, reclamar o cumprimento do caderno de encargos. (12/fev)
  • Concentração junto ao edifício do Banco BPI, protestando contra as declarações de Fernando Ulrich, sobre a generalidade dos portugueses ter que aceitar condições de vida semelhantes às das pessoas sem-abrigo.(14/Fev)
  • Grupo canta «Grândola Vila Morena» nas galerias da Assembleia da República interrompendo discurso de Pedro Passos Coelho (15/Fev)
  • Jornada Nacional de Acção e Luta, convocada pela CGTP-IN, com milhares de trabalhadores em 14 cidades (16/Fev)
  • Relvas interrompido por «Grândola Vila Morena» num debate do Clube dos Pensadores, em Gaia (18/Fev)
  • Greve dos trabalhadores da Sinorgan Produtos Químicos, em Espinho, contra o atraso no pagamento de salários, e concentração à porta da empresa, devido aos salários em atraso e dívida dos subsídios de Natal. (21/Fev)
  • Apupos e «Grândola» de estudantes e activistas pedindo a demissão do ministro Revlas, em conferência em Lisboa, no ISCTE.
  • Grupo de manifestantes, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, interrompeu o ministro da Saúde, Paulo Macedo, cantando o "Grândola Vila Morena" e expondo casos concretos como a falta de dinheiro para comprar medicamentos ou para pagar taxas moderadoras. (20/Fev)
  • Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, recebido em S. João da Madeira, numa iniciativa da concelhia do PSD, com mais uma manifestação entoada ao som de "Grândola Vila Morena".(22/Fev)
  • Manifestantes, em Faro, entoaram a «Grândola» e gritaram «não foste eleito» e «gatuno» aos Secretários de Estado Franquelim Alves e  Sérgio Monteiro numa iniciativa organizada pelo PSD.(23/Fev)
  • 30 manifestantes cantaram mais uma vez o "Grândola, Vila Morena" ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, desta vez à saída de uma conferência, em Lisboa (28/Fev)
MARÇO


  • 2 de Março, contra a Troika, contra a política de direita, exigindo a demissão do governo. Mais de um milhão e meio de pessoas em manifestações em 40 cidades, em Portugal e no estrangeiro, incluindo Angra do Heroismo (50), Barcelona (30), Beja (1,000), Braga (7,000), Caldas da Rainha (3000), Castelo Branco (1000), Chaves (200), Coimbra (20,000), Entroncamento (300), Estocolmo (15), Guarda (500), Horta (160), Lisboa (800,000), Londres (100), Marinha Grande (3,000), Paris (100), Portimão (5,000), Porto (400,000), Santarém (500), Setúbal (7,000), Sines (120), Tomar (200), Torres Novas (250), Viana do Castelo (1,000), Vila Real (1,800)
  • Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, recebido numa escola de Mangualde, com gritos de protesto contra o Governo, ao som da canção «Grândola, Vila Morena». (4/Mar)
  • Protesto, organizado pelos trabalhadores ferroviários, de centenas de manifestantes bloquearam a circulação ferroviária no Entroncamento em defesa do passe para os trabalhadores ferroviários e para as suas famílias.
  • Greve para dia 7, na empresa Sojitz Beralt, que explora as minas da Panasqueira, e recusa de trabalho extraordinário, visando exigir a melhoria dos salários e das condições de vida e de laboração. (7/Mar)
  • Greves no sector dos transportes: CP, Refer Carris e E.P.E. (6-7/Mar)
  • Greve de cerca de 80% dos 370 trabalhadores da unidade de extração de volfrâmio na Panasqueira (7/mar)
  • Greves no sector dos transportes: Rodoviária de Lisboa, Transportes Sul do Tejo e SCOTTURB.
  • Manifestação dos trabalhadores do sector dos transportes (9/Mar)
  • Greve e concentrações de enfermeiros em Aveiro, Covilhã, Guarda, Castelo Branco, Viseu exigindo que nenhum profissional em regime de contracto individual de trabalho (CIT) receba menos do que o mínimo estipulado pelo Governo (1.201,48 euros).
  • Manifestação nacional de milhares de trabalhadores da Administração Pública incluindo trabalhadores da administração central, regional e local – professores e não docentes, enfermeiros, motoristas, operários, auxiliares, técnicos, bombeiros, profissionais das forças de segurança, funcionários judiciais, das alfândegas e finanças, da Segurança Social (15/Mar)
  • Passos Coelho recebido em Aveiro com protestos de uma centena de trabalhadores (15/Mar)
  • Manifestação de cerca de 200 pessoas frente à CM Portimão, contestando a redução no serviço de transportes públicos.(15/Mar)
  • Concentração de militares e as associações profissionais de praças (AP), sargentos (ANS) e oficiais (AOFA), junto à residência oficial do Primeiro-ministro (20/Mar)
  • Concentração de dezenas de trabalhadores do Casino Estoril, que foram vítimas de um despedimento colectivo em 2010, que abrangeu 113 pessoas. (20/Mar)
  • Semana de luta dos reformados e pensionistas, culminando em concentrações em Lisboa, Coimbra e Covilhã, a par de outras acções no Porto, em Braga, Aveiro, Beja e Évora. (20/Mar)
  • Greve na Sicália (construção) em Abrantes (21/Mar)
  • Vigílias na Sait Gobain Sekurit Portugal, em Santa Iria da Azóia, na luta contra a intenção de despedimento colectivo de 45 camaradas e o encerramento de duas linhas de produção (22, 25/Mar)
  • Caminhada dos trabalhadores das indústrias têxteis, de vestuário e calçado, em Guimarães (23/Mar)
  • Manifestação de mais de 500 trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) em Lisboa, em defesa da viabilização daquela empresa pública e contra os despedimentos. (26/Mar)
  • Trabalhadores da TAP e Metropolitano de Lisboa desconvocam greves depois das administrações terem alterado favoravelmente as suas posições.
  • Conclusão da revisão do Acordo de Empresa (AE) na Caima (celulose) e na CTT, da revisão salarial na REN, com conquistas laborais, fruto da unidade e determinação dos trabalhadores e firmeza dos seus representantes sindicais.
  • Manifestação de Jovens Trabalhadores "Queremos Trabalho! Exigimos Direitos!" (27/Mar)
  • Plenário seguido de manifestação de mais de cinco centenas de trabalhadores da CM de Lisboa pelas ruas da baixa, até ao gabinete do presidente da CML, no Lg Indendente.
  • Greve dos trabalhadores dos regimes especiais de trabalho (turnos) da EDP (29, 31/Mar)
ABRIL
  • No dia do 37.º aniversário da promulgação da Lei fundamental, a CGTP-IN entregou à presidente do parlamento uma petição, com 89 052 assinaturas, «Em defesa das funções sociais do Estado consagradas na Constituição da República». (2 de Abr)
  • Nova greve dos mineiros da Panasqueira (2-3/Abril), em luta por melhores salários.
  • Mobilização geral de professores, sob a consigna «Tolerância Zero» para com o Governo e a sua política, com o objectivo de auscultar os professores sobre a situação na Educação, os objectivos prioritários e as formas de intervenção e luta mais adequadas. (9-13/Abr)
  • Greve dos trabalhadores do sector de inserção automática da Bosch Car Multimedia (Braga), em regime de laboração contínua, para defenderem os horários de trabalho e os direitos que vigoram há cerca de 20 anos na fábrica. (10/Abr)
  • «Marcha contra o empobrecimento», organizada pela CGTP, percorre o país (mais de 40 localidades) e termina frente à Assembleia da República, em Lisboa (13/Abr).
  • Manifestação de agricultores para reclamar melhores políticas agro-rurais e outro governo capaz de as definir e aplicar (17/Abr)
  • Greve às horas extraordinárias nos museus, palácios, monumentos, parques e sítios arqueológicos, e fundações públicas, no dia Internacional dos Monumentos e Sítios, para exigir negociação das reivindicações há muito apresentadas. (18/Abr)
  • Manifestação dos trabalhadores da Sait Gobain Sekurit Portugal e reformados de Loures frente à Instituição de Apoio Social de Bucelas, aquando de visita do sec. Estado da Segurança Social. (18/Abr)
  • 3 dias de Greve dos trabalhadores da SATA (23-25/Abr) porque a administração e o Governo Regional se recusam a aplicar na transportadora aérea açoriana o acordo assinado na TAP e que levou a que fossem desmarcadas as greves de 21 a 23 de Março. 
  • Greve de dois dias  no departamento técnico do Hotel Tivoli da Marina de Vilamoura, contra a retirada de subsídio de horas nocturnas (27-28/Abr)
  • Greve dos guardas prisionais contra a forma como o Ministério das Finanças tem tratado a negociação do estatuto profissional (24-30/Abr.)
  • Grande jornada de comemoração e luta por todo o país, assinalando a Revolução de Abril e defendendo as suas conquistas (25/Abr)

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