quarta-feira, outubro 06, 2004

Haiti

O Haiti voltou recentemente às notícias devido às trágicas consequências da passagem de 4 furacões Charley, Frances, Ivan e Jeanne, no curto espaço de 5 semanas, matando três mil pessoas e deixando 300 mil desalojadas. Mas a ilha está ainda a braços com o golpe de estado inciado em Fevereiro, quando militares fora de serviço e grupos paramiliatares lançaram uma campanha de violência, assasinando polícias e activistas políticos, intimidando jornalistas e destruindo tribunais e estações de polícia. Entre os rebeldes estava Guy Phillipe, acusado de tráfico de droga pelo DEA e acusado de violações de direitos humanos, que juntamente com Jodel Chamblain entraram no Haiti com forças treinadas na República Dominicana.A insureição culminou a 29 de Fevereiro quando o Presidente eleito Jean-Bertrand Aristide foi raptado e forçado ao exílio, e um governo inconstitucional foi instalado pelos EUA e França. liderado pelo 'Presidente' transitório Boniface Alexandre. Desde o coup d'etat têm sido inúmeras as violações de direitos humanos. Os relatórios da Amnestia Internacional, o National Lawyer's Guild, o Quixote Center e o Ecumenical Program on Central America and the Caribbean (EPICA), referem milhares de prisões e detenções ilegais e buscas ao domicílio ilegais. O sistema judicial tem sido crescentemente politizado, como se queixou a ANAMAH, a associação nacional de juízes. As forças paramilitares preseguem activistas políticos, estudantes, jornalistas. Os paramiliateres trabalham perto do governo, aparecendo com oficiais do governo e conduzindo operações conjuntas com a polícia, que emprisiona pessoas que os paramilitares deteram ilegalmente. Centenas, provavelmente mais de um milhar, de pessoas foram mortas por paramilitares. O governo de Latortue brindou Phillipe referindo-se aos seus paramilitares como 'lutadores pela liberdade' e permitindo a Phillipe a formação de um partido político, a Frente para Reconstrução Nacional Os media têm sido sido alvos de saneamentos. O radio TiMoun e a TeleTimoun for fechadas ilegalmente a 18 de Maio, e pessoas suspeitadas de apoiarem o Presidente Aristide e o partido Fanmi Lavalas têm sido postas em lista negra e afastadas da rádio e jornais. De acordo com a AI, a identidade das víticas e a natureza das ameaças e outros abusos foram consistents com um padrão de preseguição, em particular daqueles julgados terem sido pertos do antigo regime da Fanmi Lavalas.Violência na capital de Port au Prince a 30 de Setembro 2004: a polícia disparou contra manifestantes desarmados.Nos últimos dias, tem havido uma violenta e massiva vaga de repressão. A 30 de Setembro, a polícia disparou sobre milhares de manifestantes desarmados que exigiam o regresso à ordem constitucional. [A data marcou o 13º ano depois da primeira deposição de Aristide.] A 2 de Outubro, a polícia cercou uma estação de rádio privada onde três parlamentares do Famni Lavalas denociavam a violência. Depois de um confronto de 6 horas, a polícia assaltou o edifício sem mandato e prendeu os políticos. Dezenas de outros activistas Lavalas têm sido presos ilegalmente nos últimos dias, e a polícia tem levado a cabo raids aos bairos povoados de Port-au-Prince onde reside a coluna vertebral do movimento Lavalas. O bairo de Bel Air, no centro da cidade, encontra-se sitiada.

Para mais notícias veja
Instituto para Justiça e Democracia no Haiti
Haiti Action
Haiti Reborn, um projecto do Centro Quixote

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