sábado, fevereiro 26, 2005

De volta

Um retorno aos blogs à muito adiado. Meteu-se o resto da vida pelo meio, msa agora há (ou terá que fazer-se) tempo para a escrita. Não iriei cuprir o tempo perdido, pois caso contrário o futuro mete-se pelo meio, torna-se passado, e irei sempre atrasado.

Mas não posso deixar de comentar os resultados eleitorais significativos, ou como se repetiu ubíquamente, históricos. A conquista da maioria absoluta do PS deixa-me apreensivo, não tanto por se tratar por crê-los tão incompetentes como o governo de Santana Lopes (tanto seria dificil), nem por perto. Mas por temer que no seguimento de tão retundante vitória siga a arrogância de que o PS é detentor de todas as soluções e da verdade. Uma maioria relativa, que forçá-se o PS a encontrar acordos com a restantes esquerda, também vencedora das eleições, deixar-me-ia mais descansado com a saúde da nossa democracia política nos 4 anos vindoros. Em particular, aproximam-se as eleições autárticas, e paira a pergunta sobre as listas à câmara de Lisboa: pensará o PS que agorá poderá vencer a câmara sozinho? A subida do Bloco de Esquerda foi sem dúvida o segundo resultado positivo mais significativo das eleições. O outro resultado significativo, mas pela negativa, foi claro a derrota desastrosa da direita, não só da incompetente verão Lopista do PSD, como da supostamente "útil" e "competente" direita de Portas. O subida da CDU face aos resultados de 2002, assim invertendo a descida tendencial que se vinha verificando, é um sinal positivo. Mas a recuperação ficou àquem dos resultados relativos e absolutos de 1999. Não deixou de dar esperança numa mudança da imagem do partido aos olhos do eleitorado, no qual o papel de Jerónimo de Sousa teve grande importância.

Noutra onda, também queria relatar o assédio de que fui alvo recentemente, me plena biaxa Lisboeta. Nada de muito picante, tratou-se mais de maketing agressivo, ou burla. Eu nem costumo responder a inquéritos na rua, mas desta vez tinha uma hora a queimar, e em vez de gastar $ na FNAC resolvi parar: a rapariga tinha um sorriso bonito (pecado meu). Pergunto sempre de quem se trata: desta vez era o Club Midas Prestige. "Não, não sei o que é." A moça vez-me umas perguntas banais, e eu sempre tentando terminar a coisa para seguir com a minha vida, pensando que se tratava apenas de uma sondagem de marketing. Eis que após as perguntas, fui conduzido a um 1º andar para responder a umas questões adicionais. Agora ficava curioso. Aí, numa sala com vários agentes mais seniores, numa sala revestida de imagems alusivas às férias, com música algo alta, fui colocada nas mãos de uma agente, que me fui, muito lentamente, sem se deixar afectar pelas minhas referências à falta de tempo (que já nem eram mentira), explicado o que era o Club Midas. O que apresentava era um club de descontos, no qual se entraria sob pagamento de uma tarifa de cerca de 2500 euros ao longo de 5 anos. Mas o tempo que demorou até me indicar a quantia. Só mesmo no finzinho, quanto já tinha tornado claro que eu não ia pagar naquele momento. Algumas coisas ficaram na memória como técnicas de venda, embora agressivas, compreensiveis dentro dos parametros da actividade de vendas: a escolha do ambiente na qual era dificil pensar, a pressão psicologógica para tomar uma decisão, com ofertas atractivas para quem assinasse logo. Mas outros detalhes foram suspeitos. Numa ocaisão, alegando falta de tempo, perguntei se não tinham um panfleto que eu pudesse levar para ler. A resposta foi não, o que numa organização com tanto aparato, com um exercito na rua, é no mínimo estranho. Toda a informação apresentada vinha num dossier com algumas folhas plastificadas e era escrita em folhas brancas, com letras muito grandes, à medida que a agente ia explicado "a oferta". Quando no fim perguntei se podia levar então estas folhas, já que não havia panfleto, e iria pensar sobre o assunto, recebi também uma negativa suspeita. Queria ela aquelas folhas para quê? No fim perdi uma hora, mas foi no minimo uma saida de campo ao marketing agressivo, e talvez quem saiba um toque num esquema sinistro. Entretanto descobri que existem mais queixas deste mesmo esquema. Alerta!

http://www.queixas.co.pt/popup.php?id_queixa=7410

2 comentários:

Anônimo disse...

Nessa ocasião do inquérito, chegaram a pedir-te dados pessoais?
Fui recentemente abordado e sem perceber muito bem como, embora tenha recusado todas as "ofertas" que me faziam e não tenha assinado rigorosamente nada, ainda assim deixei ficar alguns dados pessoais, que não tive a presença de espírito de exigir ou simplesmente levar, finda a "entrevista".
Todo o incidente deixou-me algo pensativo e preocupado.

Abraço

André Levy disse...

Jà não me recordo se na abordagem de rua me pediram nome, o que permite depois descobrir um número de telefone.
Outro esquema semelhante involve uma primeira abordagem telefónica directa a casa com a ilusão de um concurso, na qual nós ganhámos um prémio, sendo necessário ir levantá-lo. Ao aparecer no local, muito semelhante ao descrito no post acima (com as mesas espalhadas numa sala grande, música alta, etc somos informados que antes de receber o prémio nos querem explicar o serviço que oferecem, que pouco ou nada tem que ver com a informação initialmente oferecida ao telefone. Explicação essa que promete ser demorada (na última vez que caí nessa, disse logo que não tinha tempo para exposições compridas). É uma forma de publicidade que passa pela exposição directa ao potencial cliente, mas que exige um truque para levá-lo até ao local que no mínimo não é claro. São esquemas preparados com grande sofisticação psicológca, que necessitam de grande presença de espírito para evitar ser enrolado. Já ter havido muita quexa contra estes esquemas pois há grande preocupação em sublinhar que nada de falso foi afirmado.