A partir de 1971 era ostensivelmente economista de uma companhia de consultadoria, a Chas. T. Main, onde o seu trabalho era convençer países menos desenvolvidos pelo mundo fora a aceitarem empréstimos de milhares de milhões de dólares. Mas manteve-se sempre so serviço da NSA; esta treina agentes, mas depois infiltra-os em corporações privadas. As suas actividades não podem assim ser conectadas directamente com a NSA ou o governo dos EUA.
Perkins descreve assim uma das técnicas mais comuns dos sicários económicos:
Vamos a um país com recursos desejados pelas corporações dos EUA, como o petróleo, arrajamos um enorme empréstimo para esse país por parte do Banco Mundial ou outro financiador, mas de forma que todo o dinheiro investido pelo país volte para corporações estado-unidenses, como a Bechtel, Halliburton, General Motors, General Electric, que constroiem grandes empreendimentos nesse país: centrais energéticas, autoestradas, portos, parques industriais, infraestrutudas que servem os mais ricos e raramente beneficiam os pobres. Na verdade, os pobres sofrem, porque os empréstimos têm de ser pagos, e são empréstimos enormes [vários milhares de milhões de dólares], e o seu pagamento significa que os pobres não terão educação, saúde, e outros serviços sociais. O sicário vai ao país e diz "Tu deves-nos dinheiro. Não podes pagar a tua dívida, por isso vende barato o teu petróleo às nossas companhias ou vota com o EUA nas NU, ou envia tropas para apoiar os EUA num local do mundo como o Iraque". Desta maneira, temos logrado construir um império mundial.Outra função importante é contactar com novos líderes:
Outra coisa que fazemos, e que está a acontecer agora mesmo na América Latina, é assim que um presidente anti-americano é eleito, como o Evo Morales, na Bolívia, vamos falar com ele: "Parabéns, Sr. Presidente. Agora que é presidente, só queriamos dizer que o podemos fazer muito, muito rico, a si e sua família. Temos várias centenas de milhões de dólares neste bolso, se jogar como queremos. Se achar que não quer, neste outro bolso, tenho uma pistóla com um bala com o seu nome, caso decida manter as suas promessas de campanha e expulsar os EUA."E um líder sabe que a ameaça é real. Basta recordar o que aconteceu com Jaime Roldos no Equador, Omar Torrijos no Panama, Allende no Chile, e o que foi tentado contra Chávez na Venezuela. Perkins foi ao Panama nos 70 falar com Omar Torrijos. Este não era nenhum anjo , mas re-afirmou o desejo de reclamar o Canal de Panamá para o povo do Panamá. Faleceu num desastre de avião em Agosto de 1981. Segundo Perkins, não foi um acidente. Está bem documentado que havia explosivos no avião.
O mesmo havia sucedido com Jaime Roldos no Equador, que tinha declarado "Petróleo do Equador deve servir os interesses do povo do Equador." Em Maio de 1981, Roldos faleceu num desastre de avião. Existem também forte indícios de explosivos no seu avião.
Perkins explica que assasinar um presidente é fácil quando os seus agentes de segurança foram treinados em campos militares dos EUA, como a Escola das Américas. Basta um antigo instrutor visitar um agente de segurança e pedir-lhe para entregar um pacote, em troca de algumas centenas de milhares de dólares. Isto não foi possível contra, Saddam Hussein, especula Perkins, porque Saddam tinha uma segurança própria, leal, e usava vários sósias.
A outra opção foi tomada, por exemplo, por Lucio Gutiérrez do Equador. Eleito em Janeiro de 2003 após uma campanha anti-EUA, também Guetiérrez foi visitado por um sicário económico. Um mês depois visitou os EUA, apertou a mão do George W. Bush, e a voltar ao seu país voltou atrás nas suas promessas eleitorais. Mas neste caso, o povo do Equador não aceitou o seu reverso político, saiu as ruas e expulso-o da presidência em Abril de 2005.
Perkins foi também um dos responsáveis por aprofundar a relação entre os EUA e a Arábia Saudita, no princípio dos anos 70. Em plena crise de petróleo, quando a OPEC ameaçava as reservas de petróleo, se opunha às políticas dos EUA face a Israel, foi necessário encontrar uma forma de evitar nova crise energética e política, e procurou-se um aliado no médio oriente. A Casa de Saud aceitou um acordo pelo qual investia os seus lucros de petróleo nos EUA, contratando companhias dos EUA para construir centrais energéticas, de des-salinização, cidades inteiras no deserto. Em troca os EUA garantiam a estabilidade da Casa de Saud como governantes da Arábia Saudita. (Um outro importante livro retratando este processo, e a ligação entre o Carlyle Group, de James Baker e George Bush Sr, é House of Bush, House of Saud: The Secret Relationship Between the World's Two Most Powerful Dynasties, de Craig Unger, Scribner 2004)
Desde de que saiu a público com o seu livro, vários outros sicários económicos têm-lhe feito confissões anonimamente. Um destes descreveu-lhe como os Serviços Secretos dos EUA infiltram os movimentos sociais, providenciam dinheiro, sexo e drogas, e recolhem informações, e fotos incriminantes, para uso posterior como chantagem. Este agente deu a entender que estes elementos pesam sobre muitos dos políticos no Brazíl, incluíndo o Presidente Lula. Um outro agente, fez-lhe notar que estas técnicas não são usadas apenas no estrangeiro. Que também são aplicadas nos próprios EUA, como ilustram a morte do John e Robert Fitzgeral Kennedy, Martin
Luther King, e outros senators que faleceram em acidentes de avião (porventura o senador liberal Paul Wellstone).
Perkins sabe ao certo que Evo Morales já foi visitado por um sicário económico, mas que se terá mantido fiel às suas promessas. Mas sabe que Morales será objecto de fortes pressões
Perkins fundou a Dream Change Coalition (www.dreamchange.org), que trabalha com povos indígenos para ajudá-los a preservar o seus ambientes e culturas.
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