quinta-feira, outubro 18, 2007

Dia Histórico em Lisboa

«Mais 200 mil trabalhadores. Extraordinária expressão da vontade e do querer dos trabalhadores portugueses. (...) A maior manifestação em Portugal nos últimos 20 anos.», assim saudou Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP a vastidão de manifestantes no Parque das Nações, protestando contra a flexi-insegurança, e o chamado tratado reformador que se discutia no Pavilhão Atlântico, ali mesmo ao lado. Na intervenção preparada de Carvalho da Silva disponibilizada no site da CGTP, não constam alguns elementos da intervenção no local, cujas ideias aqui tentarei reproduzir por crer serem importantes.
Mencionou a reunião que teve lugar hoje de manhã, com a presença de sindicatos e associações patronais europeias e com a presidência portuguesa. Sócrates congratulou-se com o "acordo" alcançado na reunião, como se de um acordo de concentração social europeu se tratasse, no qual supostamente sindicatos e patronato concordaram em matérias com a flexigurança. CdS esclareceu que não se tratava de nenhum acordo, mas sim de um relatório sobre as condições do mercado de trabalho europeu, com algumas recomendações, mas no qual, por exemplo, a flexisegurança não figurava como uma medida rígida. A CGTP concorda com alguns aspectos do documento, discorda de outros, mas sublinhou que não se tratou de um acordo.
CdS referiu-se à reunião da CGTP com o PM José Sócrates anteontem onde foram apresentadas as reservas da central sindical à flexigurança e tratado. Descreveu a reacção de Sócrates à CGTP e suas posições como «a mais violenta» na sua memória de reuniões institucionais com o governo. Contrastou essa reacção de JS com o maior civismo e respeito demonstrado no dia seguinte numa reunião com centrais sindicais europeias, onde também esteve presnte a CGTP, que exprimiram reservas em todo semelhantes às da CGTP. Como CdS referiu, Sócrates não tem nada a temer das outras centrais sindicais ou da Central Europeia de Sindicatos (CES), mas o dia de hoje demonstrou a força mobilizadora da CGTP. E deixando sempre as portas abertas ao diálogo, Carvalho da Silva alertou Sócrates que se prosseguir com os seus ataques ao sindicalismo, com a sua política neo-liberal e contrária aos interesses dos trabalhadores, que o seu destino político terá os dias contados.

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