sexta-feira, outubro 31, 2008

votação na ONU da resolução contra bloqueio a Cuba

Declaração do Conselho Português para a Paz e Cooperação

sobre votação na ONU da resolução contra bloqueio a Cuba

Pela 17ª vez consecutiva, as Nações Unidas votaram, de forma esmagadora, uma resolução que condena o bloqueio a Cuba.

Dos 192 Estados-membros da Assembleia-geral, 185 votaram a favor da resolução que exorta ao fim do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba. A resolução contou apenas com 3 votos contra – EUA, Israel e Palau – e com a abstenção da Micronésia e das Ilhas Marshall.

O Conselho Português para a Paz e Cooperação felicita o povo cubano por esta decisão que considera de extrema importância para a denúncia internacional do crime que constitui o bloqueio contra Cuba e o seu povo. Como o próprio Presidente da Assembleia-Geral, Miguel d’Escoto declarou, o bloqueio económico imposto pelos Estados Unidos a Cuba é uma expressão de "obsessão doentia" de Washington contra essa Ilha. Nas suas palavras, denuncia o verdadeiro objectivo e significado do bloqueio ao afirmar que “ O governo dos Estados Unidos não tolera que exista um lugar como Cuba que se levanta como heroína da solidariedade e defensora de valores de que o mundo necessita para sobreviver".

O resultado desta votação revela ainda a continuada política de “dois pesos e duas medidas” que tem sido praticada por sucessivos governos dos Estados Unidos da América. Ao mesmo tempo que se auto proclamam indefectíveis defensores dos direitos humanos e do direito internacional, estes recusam-se a acatar expressivas decisões das Nações Unidas – em evidente desprezo pelas resoluções adoptadas pela Assembleia Geral – e insistem no crime que é o principal obstáculo à realização do direito ao desenvolvimento dos cubanos e uma violação flagrante, massiva e sistemática de muitos outros direitos humanos de todo um povo.

Como está patente no expressivo resultado da Assembleia-Geral das Nações Unidas, a comunidade exige e espera uma urgente mudança dos Estados Unidos da América na sua relação com Cuba.

Nesta ocasião o CPPC deseja expressar a sua solidariedade e amizade ao povo cubano, que tem todo o direito de prosseguir na construção do seu futuro independente e livre sem pressões, interferências e chantagens externas.

Manifesta ainda votos de sucesso no gigantesco esforço de reconstrução do país após a passagem dos devastadores furacões que assolaram a ilha no mês de Setembro, que, não obstante as dificuldades impostas pelo bloqueio, prossegue a bom ritmo e que conta igualmente com a nossa solidariedade.

Lisboa, 30 de Outubro de 2008


Os EUA tem os velhos parceiros do costume nesta votação, o fiel aliado Israel, estado terrorista que é responsável por não cumprir várias resoluções do Conselho de Segurança das NU, e depois uns arquipélagos do Pacífico facilmente pressionados, e em sério risco de ficarem submersos caso o nível do mar suba em resultado das alterações climáticas, para as quais o EUA contribuem: Palau (com menos de 21 mil habitantes), a Federação da Micronésia (com menos de 107 mil habitantes), e as ilhas Marshall (com menos de 62 mil habitantes). Ao todo, estes três arquipélagos têm menos habitantes que o Baixo Alentejo.


Não estou com isto a minorar a legitimidade destes estados, apenas a sublinhar o sua susceptibilidade a pressões. Uma revisão das passadas votações desta moção na Assembleia Geral das NU revela um grande consistência nos estados que votaram contra ou se abstiveram. Houve sempre uma esmagadora maioria de estados a votar a favor do fim do bloqueio, e do outro lado os EUA, Israel, e alguns pequenos estados. Que seja finalmente respeitado o voto esmagador da maioria da população mundial, e seja levantado este bloqueio criminoso.

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