Como justifica Israel este ataque? Com base no bloqueio económico por si mesmo imposto desde 2007, e que não tem qualquer sustento legal, por exemplo ao nível das Nações Unidas (contrariamente às resoluções do Conselho de Segurança sobre a constituição de um Estado Palestino).
Havia algum perigo imediato? Quando primeiro ouvi a notícia ainda pensei que Israel justifica-se a sua acção com base em inteligência que indicasse a presença de armamento, sei lá, para o Hamas. [Actualização a 5 de Junho: segundo Israel tripulantes do Mavi Marmara pertenciam ao grupo Turco "Fundação pelos Direitos Humanos, Liberdade e Ajuda Humanitária" (IHH), que consta da lista Israelita de organizações terroristas por alegadas ligações ao Hamas]. Esse teria sido um argumento que, embora não justificando o ataque, teria feito sentido dentro da lógica de defesa Israelita. Mas não. Não encontro nenhuma justificação nesse sentido, nenhuma dúvida Israelita sobre o conteúdo e missão do navio. Apenas recurso ao bloqueio ilegal para justificar uma acção imoral: o ataque a ajuda humanitária. Uma fonte noticiosa(*) informa que (sublinhado meu):
«As autoridades israelitas já lamentaram o número de mortos, mas dizem que os seus militares foram provocados pelas tripulações dos navios que, de acordo com o ministro do Comércio e da Indústria, empunhavam machados e facas. Informação desmentida pelo porta-voz das organizações que integravam os navios.»Mesmo que tal fosse verdade, esta justificação dá uma vontade de rir no meio da desgraça. Face ao acenar de facas por parte de uns tripulantes num navio, manda-se bombas que matam e destroem: eis a noção Israelita de "resposta proporcional". Mais uma prova que os governos belicistas de Israel e as suas forças armadas perderam o tino, e assumem o Terrorismo de Estado como prática corrente.
O Conselho Português para a Paz e Cooperação, esta a apelar a signatários de uma posição conjunta a entregar à Embaixada de Israel, na próxima Quarta-feira, dia 2 de Junho, pelas 18h00 (R. António Enes 16, transversal à Av. 5 de Outubro)
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