Primeiro – o Governo Sócrates encerra Serviços de Atendimento Permanente e de urgência, com argumentos de gestor financeiro (o número de doentes não justifica a despesa de ter os serviços abertos), como se fosse possível quantificar economicamente a saúde das pessoas.
Segundo – tenta tranquilizar as populações atingidas dizendo que as zonas serão cobertas por ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV). Já vários casos demonstraram que o tempo de resposta de um SIV versus ter um SAP pode ser uma questão de vida ou de morte. Mas admitamos que os SIV são uma resposta adequada.
Terceiro – dos 300 enfermeiros previstos para o quadro do Instituto Nacional de Emergência Média (INEM) só metade foram admitidos e colocados em funções. Portanto, o serviço contínuo de 24 horas das cercas de 60 ambulâncias do INEM a nível nacional (15 SIV e 42 de emergência e reanimação) estão a ser assegurados por 150 enfermeiros, que para colmatar a falta de recursos humanos têm de trabalhar horas extraordinárias. O Governo preferiu pagar milhões de euros/ano em horas extraordinárias para manter os enfermeiros a trabalhar sob condições de cansaço, do que estar a a admitir mais enfermeiros na carreira do INEM.
Quarto – o Governo pretende prosseguir na sua senda de poupanças, que nem um mateiro de olhos vedados e machete na mão, cortando estas horas extraordinárias e para tal desactivando SIVs, as mesmas que supostamente compensariam o encerramento dos SAPs.
A mensagem é clara. Portugueses, não fiquem doentes. Custa muito dinheiro. Agrava a nossa dívida. Não estimula o crescimento económico. Cria instabilidade. Mantenham-se saudáveis.
Informação retirada da coluna do Henrique Custódio no Avante! de 17-6-2010
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