sábado, setembro 18, 2010

Festa do Avante! à distância

Já lá vão quase duas semanas que terminou a Festa do Avante! de 2010. Para os visitantes. Os militantes do Partido ainda estão na desimplantação. Pois, aquela cidade de alegria e combatividade é preciso construir e depois de apenas 3 dias, começar a desmanchar.
Os militantes e amigos da Festa que durante os seus 3 dias dão o seu contributo das mais variadas maneiras são imprescindíveis para o seu funcionamento e sucesso. Mas sem querer marcar uma hierarquia (pois cada um dá o que pode e quando pode), o construtor da Festa tem com esta uma relação especial, que o visitante não se dá conta.
Uma prego na parede, uma escada, um cano de água, uma decoração, do qual um visitante faz uso sem se dar conta, pode conter para os construtores toda uma história. Há construtores que passam meses a erguer a Festa, e habitam aquele espaço antes de entrar a enchente de visitantes dos 3 dias. Nunca passei mais que algumas semanas na construção da Festa, mas o suficiente para constatar a atenção a detalhe dos construtores, por vezes em torno de questões que é sabido na altura os visitantes nem notarão. Horas de sono perdidas, dezenas de dias antes da festa abrir, e até à décima primeira hora (pois a Festa só abre quando está acabada, e só está acabada quando abre), num trabalho de atenção ao detalhe só justificado pelo amor e dedicação ao Partido e à Festa. O que abre espaço a um convívio especial entre os construtores antes da Festa abrir. Depois vem a enchente de visitantes, e os turnos, as tarefas que exigem resposta imediata.É como passar a noite num Museu, onde estão só presentes os artistas, cada um em torno da sua tela ou escultura, e chegada a manhã entra a público, e os artistas tornam-se anónimos, pois a obra tem a assinatura nobre de "colectivo partidário".Abertas as comportas, os construtores camaradas, que antes sabiam onde se encontrar, que se juntavam à noite para jantar, agora estão no meio do mar de gente. Gente para o qual a Festa foi construída.Muitos dos quais têm presente o espírito colectivo e generoso com que a Festa foi montada e funciona. O que tento explicar é que esse espírito é mais profundo e puro do que pode ser transcrito em meras palavras, ou inferido pela sua proclamação ou observação durante a Festa ou até participação numa Jornada diária de trabalho.O que tento é saudar, agradecer, louvar, os construtores do evento político e cultural sem paralelo no mundo. E não exagero na comparação. Tendo tido vários anos a oportunidade de contactar com membros das delegações estrangeiras, é comovente ver a reacção dos que vêm pela primeira vez à Festa e vêm a quantidade e diversidade de gente, de oferta de diversão e cultura, da expressão de luta. Reacção elevada ainda quando compreendem que o espaço foi montado e é mantido pelo colectivo partidário.
A Festa é exigente. Poderá ser um desvio de alguns esforços da luta social e política, mas é um espaço de formação de consciência, de trabalho colectivo, de teste das capacidades, de convívio. A Festa do Avante! não são só 3 dias. É uma faceta do projecto de transformação social do PCP.

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