sexta-feira, janeiro 21, 2011

O voto é sempre útil

Não tenho participado na campanha presidencial nem acompanhado os debates e entrevistas com a devida atenção. Mas poderia com esse acompanhamento ter adquirido algum maior conhecimento das plataformas de alguns candidatos menos conhecidos na "praça", mas não sei se teria ganho muito com isso. Apesar disso, acho-se relativamente bem informado sobre os perfis políticos dos candidatos, os seus apoios, os seus programas e a suas ideologias (ou falta dela). Aproveito assim as últimas horas do período oficial da campanha para algumas notas:
  • Continuo a apoiar a candidatura do Francisco Lopes, não apenas por ser militante do PCP, mas porque uma comparação honesta o revelar como o único capaz de cumprir e fazer cumprir a Constituição e o que tem uma visão construtiva, positiva para Portugal (por oposição a uma visão baseada no miserabilismo, carestia e misericórdia), de um futuro em que Portugal se torne de novo produtivo, soberano e independente.
  • O objectivo principal nesta fase é que Cavaco Silva não ganhe à primeira volta. Isso já constituiria uma derrota para Cavaco. Sobretudo depois de ele, vergonhosamente, ter apelado aos custos económicos para o país de uma segunda volta na actual situação de crise, claramente desprezando a opinião dos Portugueses e o processo democrático, como dizendo, "vamos é despachar isto".
  • Independentemente do que sondagens mais legítimas ou mais fraudulentas possam indicar, a vitória na primeira volta não é um facto consumado. Na verdade a sua vitória não é um facto consumado e certo. Se ele for à segunda volta, muita reorganização do eleitorado de direita e esquerda pode levar à sua derrota.
  • Por estas razões, nesta primeira volta, votem segundo a vossa opinião sobre o melhor candidato para o país, independentemente de contas sobre a primeira ou segunda volta. Havendo segunda, logo haverá lugar para nova reflexão. 
É nesse sentido que digo que o voto é sempre útil, não é o cálculo político que o torna útil. É intrinsecamente útil ao reflectir a opinião de um eleitor. E é uma oportunidade única para cada eleitor exprimir a sua opinião livremente, e esse direito conquistado em Abril não deve ser esquartejado.

Um comentário:

Mário Pinto disse...

Quando esgotarem a capacidade de endividamento, os estados, certamente serão incapazes de pagar à banca, e esta, por seu lado, deixará de titularizar a exposição e verá, com a venda de posições ao desbarato, o fim da sua hegemonia.

Lutando, é esperar para ver.