quarta-feira, setembro 21, 2011

Manifestação em Ramallah a favor do reconhecimento
do Estado Palestino pelas Nações Unidas (21/set.)
Esta 6a feira, dia 23 de Setembro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas irá votar o reconhecimento do Estado Palestino e sua aceitação como estado membro das NU. Os EUA já ameaçaram vetar a proposta em resposta a pressões de Israel e do lobby judeu nos EUA, mas também, não se vá pensar que o veto seria apenas para agradar o povo escolhido, porque apesar dos gestos de apoio à Palestina a sua aliança estratégica na região é com Israel. (Israel foi, entre 1976 e 2003, o maior recipiente mundial de apoio militar dos EUA.)
Mahmoud Abbas poderia ter optado por um voto na Assembleia Geral das NU, onde uma moção ou resolução não enfrentaria veto, obteria certamente os votos favoráveis de uma vasta maioria das estados membros, teria o seu significado mas teria as mesmas repercussões que os votos anuais da AG das UN pelo fim do bloqueio dos EUA a Cuba. Assim, corre-se o risco do veto, mas pressiona-se para um possível voto consequente e em conformidade com as resoluções do próprio CS, em particular a Resolução 476 que reconhece as fronteiras de 1967 (as mesmas consideradas na proposta de reconhecimento a serem agora votada, isto é, incluindo Jerusalém Ocidental). O veto não seria novidade: os EUA já vetaram mais de 40 Resoluções do CS das NU criticando a política de Israel.
A história das Nações Unidas e da Palestina estão entrelaçadas. Foi a jovem NU que votou, em 1947, a partição do território da Palestina que abriu as portas para a fundação de Israel como estado judeu e deu origem aos subsequentes 40 de conflitos entre Israel, Palestinos e estados árabes. Entre 1947 e 19990, a AG das NU já aprovou mais de 690 resoluções sobre o conflito, fazendo deste o tema mais trabalhado pelas NU. Destas 690 resoluções da Assembleia Geral, mais de metade foram ignoradas, facto que certamente foi tido tem consideração por Abbas. O veto na 6a feira será apenas mais um episódio numa longa história.

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