sábado, outubro 29, 2011

7 mil milhões são nove zeros

A população mundial atinge os 7 mil milhões de pessoas (contador das NU; outro contador; eles estão mesmo a contar os bébés e os mortos). Um número difícil de realizar (no sentido 'fazer que tenha realidade concreta'). Sai fora da escala da nossa compreensão quotidiana, como revelado pelo erro do título do Metro. Em 2045, prevê-se que a população mundial atinja os 9 mil milhões ou, para que não hajam dúvidas, 9 000 000 000 de pessoas. Não quer isto dizer que a população irá continuar a crescer descontroladamente. As previsões indicam uma redução da taxa de crescimento.
Segundo uma animação da National Geographic, se juntássemos as 7 mil milhões de pessoas para uma foto de grupo, assumindo que cada pessoa ocupa meio 0.1 m2, bastaria uma área equivalente à da cidade de Los Angeles. Claro que o problemático deste número de pessoas não é meramente o espaço físico que os seus corpos ocupam, mas o espaço e recursos exigidos pela sua "pegada". E nesse respeito não há uma relação linear entre a concentração demográfica e o impacto ecológico. O cenário verdadeiramente apocalíptico é imaginar, por exemplo, a China e a Índia com índices de consumo equivalentes ao dos EUA. Mas não é necessário que os países com maior crescimento demográfico cometam os mesmo erros e exageros que os EUA. Por exemplo, em virtude de causas culturais a Índia não irá cometer o mesmo desequilíbrio na gestão do território em virtude do (elevado) consumo de carne de vaca dos EUA, onde cerca de 70-80% dos cereais produzidos e 50% da água consumida é para consumo bovino (ver).
http://www.peopleandplanet.net
A pressão demográfica pode ser destacada como um factor charneira para vários problemas ambientais, como a preservação de meios naturais, poluição, etc. Naturalmente que se fossemos menos pessoas haveria menos consumo. Reductio ad absurdum se continuarmos a crescer à mesma taxa rapidamente  ocuparemos toda a superfície da terra, esgotaremos os nossos recursos e, caso sobrevivamos, voltaremos a um período pre-civilizacional.

Mas dito isso seria simplista concluir que a solução para os problemas ambientais passa apenas ou sobretudo pela redução ou controle demográfico. Necessário é compreender quais as formas de desenvolvimento que maximizam as condições de vida da generalidade das pessoas minimizando o impacto sobre a utilização da terra (e logo a devastação do meio ambiente), permitindo uma gestão a longo prazo dos recursos renováveis (como sejam os biológicos – por exemplo, evitando a sobrepesca), e racionalizando o uso de recursos não renováveis (como os hidrocarbonetos).

Um comentário:

Alexandre disse...

Concordando consigo: "as pessoas não morrem de fome por falta de alimentos, mas por falta de dinheiro para os comprar".