Estas duas senhoras, Helen John e Sylvia Boyes, de 68 e 62 anos de idade respectivamente, de Yorkshire, foram as primeiras pessoas a serem presas sob a nova legislação anti-terror do Governo Britânico, e enfrentam até um ano de prisão. Foram presas no sábado passado, numa manifestação destinada precisamente a chamar atenção para esta nova legislação que limita a liberdade de expressão e manifestação. Em particular, foram detidas ao entraram na base militar Estado-unidense situada em Menwith Hill em North Yorkshire. Iam equipadas com martel, alicate, cartazes, e um comunicado denunciando a política militar dos EUA e a sua solidariedade com a população de Diego Garcia e das ilhas Chagos, expulsos das suas casas para dar lugar a bases militares dos EUA. As senhoras são já manifestantes veteranas com experiência de serem presas mais de uma dezena de vezes. Participaram nos "Acampamentos de Paz de Mulheres" junto à base em Greenham Common, protestando o uso de misseís de cruzeiro que começaram em 1981 e duraram 19 anos (!). A Sra. Boyes foi presa, e depois ilibada, em 1999 por ter danificado um submarino nuclear Britânico.
Manifestantes que penetrem qualquer das dez bases militares na Grã-Bretanha serão tratados como potencial terroristas e podem ser presos por um ano ou multados com £5000. A outras bases abrangidas pela lei inclui Fylingdales, a estação em North York Moors, as bases aéreas dos EUA em Mildenhall e Lakenheath em East Anglia, as centrais nucleares em Berkshire (e seu instituto de pesquisa em Burghfield) e na base naval Devonport em Plymouth. Novas restrições irão limitar também os protestos junto aos edifícios do governo e palácios reais, i.e., os locais onde tradicionalmente se realizam protestos. Disse um porta-voz do ministro da defesa: «Actividade persistente de manifestantes coloca-os em risco de serem confundidos com terroristas. E também dispersa desnecessariamente os recursos policiais.»
Mas as sehoras não estão sós. Em Outubro do ano passado, um manifestante por condenado por ter lido em voz alta, em Whitehall, sede do governo Britânico, os nomes de soldados Britânicos mortos no Iraque. John Catt, de 81 anos, foi detido e interrogado sob o Acto de Terrorismo de 2000 ao dirigir-se a uma manifestação anti-guerra vestindo uma t-shirt acusando Blair e Bush de Crimes de Guerra. Durante o discurso de Jack Straw, Ministro dos Negócios Estrangeiros Britânico, na última conferência do Partido Trabalhista, Walter Wolfgang, um veterano activista pela paz, de 82 anos, não aguentou enquanto Straw tentava justificar a presença Britânica no Iraque, e gritou "Isso é uma mentira". Foi arrastado para fora do local da conferência. Quando tentou re-entrar foi detido também segundo o Acto de Terrorismo. (Blair pediu desculpa, depois de publicidade negativa.)
sexta-feira, abril 07, 2006
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