segunda-feira, abril 17, 2006

Palestina: Como educar um bombista suicida

No início da tarde de hoje, em frente de uma estação de autocarros em Tel Aviv, decorreu um dos mais mortíferos ataques suicidas em território Israelita em dois anos. Estimam-se 9 falecidos e cerca de 50 feridos. O bombista suicida, Sami Salim Mohammed Hammed, membro da Jihad Islamica, tinha apenas 17 anos. Sami Salim já havia completado o liceu, e ontem saiu de casa e em vez de dirigir-se ao emprego, como pensavam os familiares, tornou-se num dos mais jovens bombistas suicidas do conflito israelo-palestino. Um primo seu, Nazeer Hamad, carried out an earlier suicide bombing in Afula. Confrontado com a sua idade, um Ocidental não pode deixar de se perguntar: como pode um jovem no começo da sua fase adulta, entregar assim a sua vida? Terá sido indocrinação fundamentalista? Terá sido a perda de esperança no futuro? Uma resposta simples será ilusória. Mas creio que ajuda sublinhar que o jovem Sami Salim era de Jenin. Em 2002, teria apenas 13 anos.
Faz precisamente este mês 4 anos que a Força de Defesa Israelita (IDF) entrou no campo de refugiados junto a Jenin, na faixa de Gaza. Nesse ano, em resposta a uma serie de ataques bombistas em território Israelita, a Força de Defesa Israelita (IDF) lançou a Operação Escudo Defensivo, a maior operação nos territórios ocupados desde a Guerra dos 6 Dias (1967). Durante 12 dias, a cidade foi cercada, entrada a jornalistas interdita, centenas de edifícios detruidos, um quarto da população do campo ficou sem casa, e um número indeterminado de Palestinianos foi morto. Os relatórios da Human Rights Watch e Amnesty Internacional apenas puderam confirmar os números da IDF: 52 Palestinos e 23 soldados Israelitas mortos, provavelmente uma subestimação das consequências da violência Israelita. Uma investigação imparcial das NU nunca foi conduzida, devido a imposições Israelitas.
O número elevado de soldados Israelitas mortos também reflete uma resistência armada e bem organizada presente em Jenin. O campo foi visado por supostamente conter várias células terroristas, incluindo uma esquadra suicida da Fatah, a Nazir Hamad, em nome to suicida que em Octubro de 2001 disparou contra um estação de autocarros em Afula, no norte de Israel, mantando 3 e ferindo 11 Israelis até ser morto pela polícia. A família de Nazir Hamad foi uma das que terá recebido cheques de Saddam Hussein, em apoio das famílias de bombistas suicidas (ver). Nazir Hamad era primo de Sami Salim.
O campo ficou sob controlo directo da IDF, com patrulhas, pontos de controlo e gatilhos soltos (e.g., um funcionário das NU foi morto por um soldado Israelita em Novembro de 2002). Seus residentes foram sujeitos repetidamente a recolher obrigatório, metade dos terrenos agrícolos confiscados. Decorreram várias "mortes dirigidas", o euphemismo usado para cobrir o assasinato sem julgamento de alegados terroristas. A população de Jenin perdurou, sob condições agravadas de pobreza, com condições de ensino e saúde limitados. Sem dúvida uma vida que deixaria uma impressão marcante num joven rapaz.
Lamento naturalmente o falecimento dos Israelis inocentes e temo pelas repressálias que possam seguir-se.

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