- Em resultado da sua legalidade, os bordeis passaram a ter acesso às bases de dados oficiais de desempregados. Uma jovem desempregada, profissional de tecnologias de informação, que já havia trabalhado servindo mesas e havia declarado disposição para trabalhar num bar à noite, recebeu em janeiro uma carta do centro de emprego informando-a que um empregador estava interessado no seu perfile. Ao telefonar ao empregador deu-se conta que se tratava de um bordel, em Berlin. O emprego, providênciar "serviços sexuais". Por ter rejeitado a oferta de emprego, ter rejeitado prostituir-se, a jovem de 25 anos viu o seu subsídio de desemprego penalizado. A lei não destingue esse de outros empregos. Um centro de emprego que recusa pensalizar pessoas que recusam empregos pode enfrentar acção legal do potencial empregador. Os centros são também obrigados a anunciar empregos na indústria do sexo.
- Em antecipação do Campeonato do Mundo de Futebol de 2006, duranta o qual a Alemanha espera receber cerca de 36 milhões de espectadores, na sua maioria homens, indústria do sexo nacional decidiu " importar da Europa Central e da Europa de Leste qualquer coisa como 40 mil mulheres para, nesse intenso mês de futebol disputado em 12 cidades alemãs, servirem sexualmente os estimados milhões de clientes. Como estamos na Alemanha, onde pulsa uma lendária capacidade de organização, os promotores do negócio já pensaram ao pormenor nos equipamentos necessários, pelo que decidiram construir um mega-bordel de 3000 m2, estrutura que pode acolher 650 «clientes» em simultâneo e será instalada ao lado do principal estádio do Campeonato do Mundo, em Berlim. A par disso, em zonas fechadas - e sempre do tamanho de um estádio de futebol, para não se sair do espírito da coisa - foram construídas «cabanas de sexo» semelhantes a casas de banho que serão designadas por «cabines de serviços, enquanto a clientela mais descapitalizada, forreta ou apressada (tanto faz) também não foi esquecida, havendo, para esses, zonas com estacionamentos privativos e capas para cobrir as viaturas durante os «folguedos. (...) Ao que consta, a minúcia alemã terá mesmo chegado ao extremo de procurar resguardar o país, de uma onda de emigração indesejada, dado o flagelo do desemprego, falando-se de tentativas para que a própria UEFA aprove um «visto especial- só para os dias do Mundial de Futebol e para as mulheres que, não vivendo na União Europeia, sejam «forçadas» (sic) a ir prostituir-se durante a competição, garantindo-se assim antecipadamente que não ficarão pela Alemanha a procurar trabalho ou a viver por lá... " [Henrique Custódio, Avante 20-4-2006] O bordel Artemis, em "honra" da deusa grega da fertilidade, um prédio de 3 andares perto do Estádio principal de Berlim, irá arender quartos a prostitutos por 70 euros por 3 meses, e podem ainda beneficiar de ginásio de refeições gratuitas.
domingo, abril 23, 2006
Prostitutas e Proxenetas
Desde 2002 que a prostituição e o proxenetismo são legais na Alemanha. Para os que consideram que a legalização destas actividades seriam positivas, peço-vos que considerem dois exemplos recentes que ilustram ao que pode levar o admitir-se que o corpo sexual é também uma mercadoria.
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