O líder do PSD, Marques Mendes, em entrevista ao Diário Económico (26/05/06) defendeu a diminuição do número de funcionários do Estado: "Há funcionários públicos a mais e devemos diminuir o seu número, diminuindo assim a despesa corrente do Estado." Adiantou que "têm de sair do Estado não através de despedimentos, mas através de rescisões." Pois que simpático - já para o sector privado defende a maior flexibilização dos despedimentos.
A pergunta que se impõe é: há de facto funcionários públicos a mais? Face a quê? Face às necessidades - quer dizer, por exemplo temos as escolas têm tantos professores que as turmas são muito pequenas, ou há demasiados médicos e enfermeiras no número excessivo de centros de saúde, ou o atendimento nas finanças são demasiado rápidos, nem dá para acabar de ler o jornal enquanto se espera? Ou será que há funcionários públicos a mais face aos nossos parceiros na União Europeia? O gráfico abaixo demonstra que tal está muito, muito longe da verdade.
Tão pouco as razões são meramente economicistas: serem demasiados face aos constragimentos orçamentais. No caso de Marques Mendes, o Estado tem de ser como as super-modelos: magro. E por muito que MM se tente distinguir ideologicamente com este ponto face ao governo de José Sócrates, a verdade é que ambos partidos têm contribuido para emagrecer o estado, privatizando sectores públicos, e como tal também transferindo os lucros que empresas públicas contribuiam para os cofres do Estado para os bolsos de uma dúzia de grupos económicos.
Há que desmascar mais este mito, que Portugal se distingue por ter demasiados funcionários públicos, porque simplesmente não corresponde à verdade. Embora hajam alguns funcionários em particular que eu não me importava de ver pelas costas, começando pelo próprio Sócrates...
sábado, abril 29, 2006
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