[Cronologia extraida de aljazeera]
A mais recente instância do conflito israelo-palestino teve início (e há que qualificar que por 'início' se toma o episódio mais próximo e invocado como provocador, mas que existe um encadeado de inícios que já extende há quase 60 anos) em 25 de Junho, quando um grupo armado de Palestinos lançou um ataque a um posto armado na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza, mantando 2 soldados e capturando um terceiro, Gilad Shalit, de 19 anos (que tem também cidadania Francêsa). Imediatamente, Israel começa a acumular tropas em torno de Gaza, donde se haviam retirado em Setembro de 2005. Três grupos Palestinos , o Comité de Resistência Palestina, o braço armado do Hamas e a Tropa de Islão, reclamam ter em seu poder Shalit, e exigem a liberdade para mulheres e menores detidos por Israel, em troca por informação sobre Shalit.
A 27 de Junho, um segundo refém, Eliahu Asheri, 18 anos, é capturado num colonato na Cis-jordânia. (Ironicamente o Hamas, que domina o governo Palestino, assina um acordo que implicitamente reconhece a existência de Israel - um passo histórico.)
Israel lança então um ataque aéreo sobre pontes na Faixa de Gaza e destroi a única estação electrica do território, cortando a electricidade aos mais de 1.4 milhões de residentes (a faixa de Gaza é um dos locais mais densamente povoados do mundo). No dia seguinte, 28 de Junho, forças terrestres entram no sul de Gaza.
O tom do conflito sobe: o Comité de Resistência Popular ameaça matar Asheri se Israel não se retirar, e Ehud Olmert, o primeiro-ministro Israelita, diz que fará uso de "medidas extremas" para salvar Shalit. A 29 de Junho, Israel detem vários membros do Hamas, na Faixa de Gaza, incluindo um terço do Conselho de Ministros Palestino e um grande número de parlamentares. Asheri é encontrado morto na Faixa de Gaza. Olmert suspende a ofensiva terrestre, mas no dia seguinte (30 de Junho) Israel lança novo ataque aéreo sobre Gaza, destruindo vários alvos incluindo o Ministério do Interior, e suspende o direito de residência em Jerusalem a um ministro do Hamas e 3 deputados.
O primeiro ministro Palestino, Ismail Haniya, garante que o governo do Hamas não vai cair e insiste que conduz esforços para libertar o Shalit, mas acusa Israel de dificultar os seus esforços ao atacar Gaza. A 2 de Julho, na 5ª noite consecutiva de ataques, Israel atinge o gabinte de Haniya. No dia seguinte, Israel envia tropas e armamento para o norte da Faixa de Gaza. Passado o prazo, Shalit ainda está vivo, seus captores dizem que não o irão matar. Olmert ordena a continuação da ofensiva e nega a possibilidade de negociações. O Hamas, pela primeira vez, lança um míssil sobre a cidade costeira Israelita de Ashkelon. Os ataques aéreos Israelitas prossegem: a 5 de Julho novo ataque sobre o Ministério do Interior. O Gabinte de Segurança de Israel ordena intensificação dos raides aéreos e "assasinatos directos" de grupos armados.
A 6 de Julho, 22 civis palestinos são mortos em Gaza quando Israel avança sobre o norte do território, re-ocupando áreas evacuadas há 10 meses.
Desde então os conflitos continuam, com mortos de ambos os lados. Apenas uma suspensão e retirada incondicional das forças Israelitas podem parar o actual conflito. Se a independência, soberania e realidade de ambos estados é reconhecida, é inconcebível a detenção de ministros e deputados Palestinos por parte de Israel.
Em resposta a esta situação, enviei o seguinte correio electrónico ao Embaixador de Israel em Portugal (amb-sec@lisboa.mfa.gov.il)
Caro Embaixador Aaron Ram,
estou chocado com a recente ofensiva militar lançada pelas forças militares de Israel sobre a Faixa de Gaza, em particular pela detenção de vários ministros e deputados Palestinos. O Governo Palestino foi legitimamente eleito e a detenção dos representantes do povo Palestino representa uma violação das leis e normas internacionais. Estas detenções, assim como a ocupação de territórios da Faixa de Gaza, impedem qualquer esforço de diálogo e convivência entre governos de estados vizinhos soberanos e independentes. Antes representam uma clara tentativa de destruir o governo Palestino. É necessário re-estabelecer condições de comunicação de respeito entre Israel e a Autoridade Palestina. É necessário que Israel liberte imediatamente os Ministros e deputados Palestinos e retire as suas forças da Faixa de Gaza.
Com os votos de bom trabalho
André Levy
domingo, julho 09, 2006
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