Um estudo preparado para a Associação para o Planeamento Familiar (APF) revela que 346 e 363 mil mulheres em Portugal já terão interrompido voluntariamente a gravidez e, só no ano passado, o número de abortos oscilou entre os 17.260 e os 18 mil: uma em cada cinco mulheres que engravidou em algum momento da sua vida fez um aborto.
A maioria das mulheres que recorreu ao aborto fê-lo em estabelecimentos de saúde, mas mais de 60% das mulheres não foram acompanhadas médico após o aborto. Não admira que o IVG seja segunda causa de morte materna e um grave problema de saúde pública.
Estes dados sublinham que a criminalização do IVG não elimina a sua ocorrência, mas mata mulheres (e fetos). A sua despenalização é uma questão de saúde pública.
O referendo aborda a descriminalização do IVG, e não como muitos advogados do NÃO gostam de repetir a sua liberalização. Até porque como o APF refere, a proibição do aborto aumenta o recurso ao aborto: «Muitos abortos poderiam ser evitados se as mulheres pudessem discutir abertamente a sua gravidez. Um aborto legal também pode ser o caminho para uma futura contracepção mais eficaz.»
quinta-feira, dezembro 14, 2006
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