Quando recebeu notícia do bombardeamento, o Presidente dos EUA, Harry Truman terá declarado "Este é o maior dia da história". Um dia de infámia, que nos força a levar muito seriamente o propósito da actual administração Bush e as forças militares dos EUA de utilizar armas nucleares como táctica de prevenção.
Eis o comunicado do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC)
Há 62 anos que a humanidade foi confrontada com o lançamento das primeiras bombas atómicas, em acto de guerra, sobre populações civis. Duas cidades foram instantaneamente aniquiladas. Foram essas as primeiras armas de destruição maciça alguma vez utilizadas. Já tinha acabado o inferno da guerra na Europa, na Africa, no Próximo Oriente. As populações ainda festejavam o final da guerra mundial. No Japão, muitos milhões de homens e mulheres acalentavam, certamente, a esperança certa do fim rápido das hostilidades com o seu país. A guerra, que nunca tivera sentido para os povos, ainda menos tinha na sua insensata continuação. O Japão estava isolado, cercado, derrotado. Mas para as populações das cidades de Hiroshima e Nagasaki o inferno dos infernos iria acontecer. Um acto militarmente gratuito iria fazer prevalecer o pesadelo da guerra por gerações.
O lançamento das 2 bombas atómicas sobre aquelas cidades mártires relançou uma irracional corrida armamentista. Desde então a humanidade vive sob a ameaça de outras catástrofes nucleares. O poder do arsenal nuclear agora existente dá para destruir a vida sobre todo o planeta Terra. E todavia continuam a gastar-se somas fabulosas, a consumir-se energias enormes no fabrico e em inovação de mais e outros armamentos, nomeadamente nucleares.
È possível, necessário e urgente inverter este caminho. A humanidade não deve ser posta em risco por causa de desvarios imperialistas e hegemónicos de alguns governantes. O que foi feito em Hiroshima e Nagasaki já foi demais. Sob o patrocínio da ONU foram redigidos vário Tratados tendo em vista não só travar o desenvolvimento e a proliferação de armamento nuclear, como também reduzir progressivamente os seus arsenais, até que fosse atingido um mundo livre de tais armas.
Neste contexto, num momento em que pelo contrário as principais potências mundiais levam a cabo uma nova corrida aos armamentos, o CPPC apela aos órgãos de comunicação social, às organizações e instituições democráticas, aos homens e mulheres deste País, para que se empenhem na criação de uma opinião pública que exija o cumprimento e o empenhamento do governos Português na defesa dos Tratados internacionais conducentes à não proliferação e à abolição das armas nucleares.
O CPPC apela para que o assinalar daquele crime impune seja uma manifestação de vontade para que nunca mais se volte a repetir.
A Direcção do CPPC
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