Mas não esse sentimento não terá sempre pesado sobre as aspirações dos resistentes? Sobre os que lutavam contra o aparteid? Contra o colonialismo? Contra o fascismo? Contra o Salazar e Marcelo Caetano? Contra a ocupação indonésia em Timor, ou o colete de forças estadunidense em Cuba, ou as sucessivas juntas militares e presidências de direita na Venezuela? Ou contra o muro de berlim? A história do século XX é rica de transformações repentinas, que anos ou mesmo meses antes pareciam longíquas ou impossíveis. É certo que nem sempre estas penderam para o lado do progresso social, mas sobresaí que a história é fluida e dinâmica. Um olhar para o passado demonstra que há motivo para ter esperança no sucesso transformador da luta quotidiana, e que pode ter consequências mais cedo do que a nossa imaginação premite antever.
Não procuro com isto simplesmente convencer a resistir. Isso já estes companheiros fazem. Entendem que a luta não garante a vitória, mas que sem ela a derrota está assegurada. Mas é necessário mais. É necessário resistir inclinado para a frente, embuir a resistência de propulsão, embeber a luta de esperança, mais, de convicção não só na vitória da luta pontual, mas da vitória final. Não porque esta seja certa, mas - como indicava a Rosa Luxemburgo - porque é necessária
pois a alternativa é a barbárie. Há que lutar por uma sociedade diferente como algo ao nosso alcance. A história demontra que é possível. A perspectiva imediata pode ser sombria, mas quem sabe quando virá o momento revolucionário? Pode ser só para os nossos bisnetos, ou pode ser no ano que vem.
No comício de encerramento da Festa do Avante!, Jerónimo de Sousa disse:
Por todo mundo prossegue a resistência e a luta libertadora e o retomar do curso ascendente do processo universal de emancipação social e nacional. E nesta caminhada – que implicará avanços e recuos, vitórias e derrotas, momentos de exaltante avanço revolucionário e situações de sombria reacção – é necessário ter sempre presente a perspectiva do socialismo, não como objectivo longínquo mas como uma possibilidade e uma exigência do nosso tempo.
5 comentários:
Ora aqui está uma coisa que gostaria de ter escrito!
É preciso ter esperança (e agir) para um futuro melhor. Entretanto talvez queiras corrigir o "facismo" na segunda linha do segundo parágrafo.
Depois podes apagar o comentário.
Abraço,
Assi,como a URSS se esboroou,também o mundo do capital se pode desfazer! Estou convencido que com o Pico Petrolífero já ultrapassado em Julho de 2006,as 'coisas' se irão aprofundar.Entretanto,haverá mais futebóis semanais e telenovelas até partir e tb muitas insolvências,taxas de juro e menos passeiops aos centros comerciais de carro para verem as montras.Vim à 1 semana da Bulgária e,apesar de não ter lá estado no tempo de Todor Juvkov tenho a certeza que viviam muitissimo melhor do que hoje.
A democracia só é boa para o Capital qd são os seus fantoches de serviço(PSD,PS,CDS e,outros) a ganhar,qd o povoléu abre os olhos já é uma ditadura totalitária!!Vide a Venezuela.Temos é que dizer que vivemos imersos em propaganda e lutar como fazem o resistir.info e odiario.info do qual agradeço o trabalho de um punhado de pessoas em prole de tão nobre objectivo.
http://www.altereconomia.org/web/
eis aqui um site para espevitar a malta
"A revolução está agendada"... o teu partido já marcou a hora dessa tal de revolução?? se sim, avisa-me!! :p
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