sábado, outubro 27, 2007

Partido Comunista dos Trabalhadores da Hungria sob ataque

Em mais um ataque a partidos comunistas na Europa de Leste, a liderança do Partido Comunista dos Trabalhadores da Hungria (PCTH) está a ser alvo de um ataque político, conduzido pelo governo, através de um processo judicial por "difamação num lugar público". Caso sejam condenados, enfrentam 2 anos de prisão.
Em 2005, o Tribunal da Cidade de Budapeste anulou o reconhecimento do 21º Congresso do PCTH. A liderança do PCTH declarou que a sentença do partido foi política, um castigo pela sua campanha contra as privatizações. São estas declarações que os procuradores caracterizaram como caluniosas.
Entre os acusados no processo, iniciado a 21 de Setembro, encontram-se Gyula Thürmer, Presidente do PCTH, Magda Karacs e Janos Vajda, vice-presidentes do PCTH, Peter Szekely, Laszlo Kerezsi, Sandor Urban, membros da direcção do Comité Central (CC) do PCTH e Pal Kollat, ex-membro da direcção. Afirmam que as suas garantias constitucionais de liberdade de expressão estão a ser violadas, e que há uma tentativa de ingerência nos assuntos internos do partido. Ouvidos pelo juíz, pediram ao tribunal que conclua o processo legal e os ilibe de qualquer acusação, pois nenhum crime foi cometido. O Juíz decidiu adiar a sessão até o dia 6 de Novembro de 2007 (na véspera do 90º aniversário da Revolução de Outubro). Frente ao tribunal, centenas de comunistas e outros populares reuniam-se em protesto e solidariedade. Manifesta a tua solidariedade assinando o abaixo-assinado.

Historial
Em Junho de 2005, após as eleições para o Parlamento Europeu, o ex-vice-presidente do PCTH, Attila Vajnai, lançou uma campanha política e ideológica contra a liderança do partido, exigindo a cooperação do PCTH com o PSH — no governo desde 2002. Logrou apoio nas localidades onde os membros do PCTH estavam em aliança municipal com os socialistas. Porém, a maioria dos membros do comité central (CC) e dos comunistas rejeitou a sua plataforma política, caracterizando-a como uma tentativa de destruir a unidade do partido e transformá-lo num partido reformista. A 12 de Março Vajnai e seus apoiantes foram excluídos do partido pelo CC. Semanas mais tarde, a 2 de Abril de 2005, o CC marcou o 21º Congresso do PCTH para 4 de Junho de 2005.
A oposição interna, liderada por Vajnai, virou-se para o tribunal de Budapeste, e a 8 de Junho de 2005 este invalidou as resoluções do CC, reverteu a expulsão e destituição de Vajnai e seus apoiantes dos cargos no PCTH, e cancelou todas as resoluções do 21º Congresso. Tal paralisou o PCTH durante meses, dificultando a campanha para as eleições parlamentares em Abril de 2006, e criando uma situação difícil para o partido e movimento dos trabalhadores.
A direcção do PCTH emitiu então uma declaração caracterizando a sentença como um julgamento político, sem precedente nas últimas duas décadas da história legal do país, constituindo uma vingança pelo poder do referendo, iniciado pelo PCTH, contra a privatização dos hospitais — o referendo teve lugar em Dezembro de 2004, e quase dois milhões de eleitores votaram contra a privatização do sistema nacional de saúde. O tribunal exigiu que a direcção cancelasse oficialmente a sua opinião, mas o partido recusou-se a faze-lo. O tribunal processou a toda a direcção do Partido, e a polícia Húngara investigou o caso em Fevreiro de 2006 (immediatamente antes das eleições parlamentares — o PCTH vinha obtendo 3-4% nas eleições parlamentares, teve então o seu pior resultado, 0.4%. O Partido tem um presidente da câmara, dois vice-presidentes da câmara, e 5 vereadores locais).
O PCTH teve o seu 22º Congresso em Novembro de 2006, elegeu nova direcção e reiterou o seu caracter como partido marxista-leninista, organização revolucionária em luta contra o capital, um partido nacional em defesa dos interesses do povo Húngaro e contra o poder das companhias multinacionais e a intervenção de poderes estrangeiros. O Congresso determinar não concluir acordos estratégicos com partidos burguêses, reservando a possibilidade de cooperação tática, quando no interesse dos trabalhadores.

Um comentário:

Esquerda Comunista disse...

O Bloco de Esquerda admite in

http://www.esquerda.net/media/BE_Lx071031.pdf

o despedimento colectivo na CML que sempre jurou que não aconteceria...

Três semanas após se ter congratulado com "A importante conquista dos trabalhadores avençados da CML” segundo a qual nenhum nenhum trabalhador precário seria despedido mas, antes pelo contrário, admitido ao quadro de pessoal da CML por graça e obra da acção política do Zé e do grande acordo de coligação assinado com o PS para governarem a câmara a meias... O Bloco de Esquerda vem agora insurgir-se contra os despedimentos que efectivamente estão a decorrer!

Francisco Louçã JUROU num plenário de militantes do Bloco que não haveria despedimentos! Inclusivé foi ao cúmulo de acusar de má fé e de ignorância aqueles militantes do BE que defendiam a perspectiva de que o acordo de "restruturação financeira" da CML iria implicar ataques aos trabalhadores da autarquia e ao povo de Lisboa. Das duas uma: ou o Francisco Louçã mentiu com todos os dentes que tem mais alguns já careados ou não passa do "idiota útil" nas mãos do Costa e do PS.

Uma coisa é certa: nos últimos 2 meses o Bloco outra coisa não tem feito senão desmobilizar, confundir e iludir os trabalhadores precários da CML com promessas ocas e truques de propaganda rasteiros e agora vem "solidarizar-se" com eles...

Querem ser solidários? Rompam o acordo PS/BE!

O mesmo Bloco de Esquerda que acusou as estruturas sindicais de demagogia e de serem "correias de transmissão do PCP" vem agora, fingir-se de "virgem ofendida", exigir e protestar, contras as medidas da CML em cujo governo participa... como senão participasse nele!

Os dirigentes do Bloco de Esquerda que firmaram o acordo de coligação com o PS para governar Lisboa são cumplices morais, sócios menores, mas co-responsáveis por todos e cada um dos despedimentos de trabalhadores precários que já sucederam, estão a acontecer e que vão prosseguir.

É altura de romper o acordo, ou será que as ambições políticas de Sá Fernandes valem mais do que 1000 trabalahdores precários? Ao manterem a coligação PS/BE estão a caucionar politicamente uma vereação que ataca os trabalhadores da CML e o povo de Lisboa. Não julguem que ficarão impunes!

Rui Faustino
militante 2800 do BE
sócio 10511 do STML

trabalhador precário da CML há 7 anos e uma das possíveis vítimas da "maravilhosa" coligação PS/BE