{Nunca me deixa de espantar a demora de eleições nos EUA. Em Portugal, com a participação das autarquias e cidadãos –uns meramente pelo dinheiro agora atribuído, outros por militância (ver)– contam-se os boletins marcados com cruzes à mão e não demora tanto tempo. Certo que somos menos, mas mesmo assim.}
No estado do Alaska, ainda faltam contar 40 mil votos. Na noite das eleições, a contagem dava uma vantagem de 3 mil votos ao actual senador (há já 40 anos), Ted Stevens, sobre o democrata Mark Begich. Mas a contagem, durante os dias seguintes, de votos por correspondência coloca agora Stevens na liderança por 814 votos. Esta eleição também tem a particularidade de Stevens ter sido condenado em tribunal, uma semana antes das eleições, por ter omitido algumas prendas (no valor de $250 mil) na sua declaração financeira. Caso seja eleito será o primeiro senador a sê-lo depois de uma condenação criminal. (ver) Esperam-se resultados finais e certificados no fim do mês. Mesmo que Stevens seja eleito, é possível que lhe seja exigida a demissão pelo seu partido ou seja expulso pelo Comité de Ética do Senado, o que abriria de novo o posto.(ver)
No estado da Georgia, vai ocorrer uma segunda volta entre o actual senador, o republicano Saxby Chambliss, contra o democrata Jim Martin. Neste estado, há automaticamente uma segunda volta se o candidato mais votado obtem menos de 50% dos votos: Chambliss teve 49.7%. Chambliss tem o "mérito" de ter ganho em 2002 contra Max Cleland, depois de uma campanha em que associou Cleland a Osama bin Laden.
Todos estes casos são um espanto pelas pequenas margens entre os candidatos. Mas tal não é invulgar nos EUA, illustrando quão equiparado estão os dois partidos em várias regiões. Recorde-se a pequena margem de votos com que Bush officialmente ganhou a Florida, ou com que Gore ganhou a Florida, depois de uma contagem completa dos votos (já sem efeitos para a eleição).
Em Ohio, a congressista Mary Jo Kilroy, uma democrata, ganhou pela segunda vez o lugar após uma recontagem. Na corrrida para o governador de Washington, em 2004, procedeu-se a duas recontagens, mudando a liderança entre contagens, até ter sido certificada a democrata Christine Gregoire por uma margem de 129 votos entre 2.8 milhões.
O caso mais disputado na história do Senado foi a corrida senatorial em New Hampshire, em 1974. O republicano Louis Wyman ganhou primeiramente sobre ao democrata John Durkin por meros 355 votos, entre 200 mil. Durkin exigiu uma recontagem, que lhe deu a vitória por dez votos. Wyman exigiu nova recontagem, que veio a ganhar por 2 votos, tendo sido certificado como senador(!). O Senado, dominado então pelos democratas, declarou o lugar como não preenchido após um mandato de alguns meses por Wyman, e ocorreu nova eleição em Setembro de 1974, que Durkin veio a ganhar por 27 mil votos. (ver)
(ver aqui para historial completo de corridas senatoriais contestadas.)
Um comentário:
Isto é informação!
Obrigado.
Um abraço
Postar um comentário