segunda-feira, janeiro 21, 2013

Contexto do Mali

Em Março de 1991 uma revolução popular liderada por Amadou Toumani Touré (ATT) derrubou o regime ditatorial de Moussa Traoré. Seguiu-se um processo de transição militar-civil que produziu uma nova constituição e realizou eleições multi-partidárias, em 1992, nas quais o Dr Alpha Oumar Konaré foi eleito presidente. Passados dez anos, após ter-se retirado do serviço militar como General, ATT foi eleito presidente com apoio de uma ampla coligação. Foi re-eleito em 2002 por um segundo (e último) mandato.
Durante este período, o Mali foi considerado como uma das democracias mais estáveis de África.

Em Janeiro de 1992, o Movimento Nacional de Libertação do Azauade (MNLA), constituído por tuaregues, lutando pela independência desta zona a norte do Mali, alcançou importantes vitórias (conseguindo controlo da região em Abril). Uma batalha em Aguel Hoc (na fronteira com o Níger) resultou na morte de 80 soldados do Mali. Os soldados responsabilizaram o Presidente Touré pela falta de armas e recursos para amparar o combate às forças separatistas do norte. A um mês antes do fim do seu mandato, a 22 de Março de 2012, um golpe de estado militar, liderado por Amadou Konar, derrubou ATT. Formou-se uma junta: "Comitê Nacional para a Restauração da Democracia e do Estado" (CNRDR). A União Africana suspendeu o Mali até a reposição da ordem constitucional. A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEEAC) ameaçou intervenção, mas uma delegação da CEDEAO abandonou os planos de visitar Bamako – capital do Mali – quando dezenas de apoiantes do golpe invadiram o aeroporto na sequência de um sentimento anti-ocidental que se espalhou de que os Estados Unidos e a França estavam por trás das sanções propostas.

No início de Abril, a França pressiona o Conselho de Segurança da ONU a emitir um comunicado acerca da situação no Mali. O MLNA declara cessar-fogo conforme exigido por resolução do Conselho de Segurança da ONU. Poucos dias depois, como parte de um acordo para restituir ordem constitucional, ATT abandonou o cargo e foi para o exílio.

O MNLA teve inicialmente o apoio do grupo islamista Ansar Dine. Após a retirada das forças militares do Mali, o Ansar Dine – liderado por  Iyad Ag Ghaly – procurou impor a lei Sharia na região de Azawad. Tal gerou conflitos entre o MNLA e a Ansar Dine e outros grupos islamistas com ligações ao al-Qaeda, incluindo o Movimento para a União e a Jihad na África Ocidental (MUJAO) e o Boko Haram (traduzido por "a educação ocidental é pecaminosa"). Em Julho, o MNLA havia perdido o controlo de maior parte do norte do Mali para os islamistas.




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